António Coimbra, da Associação de pescadores Ribeirinha de Viana foi outro dos pescadores ouvido na Comissão Parlamentar de 17 de maio em Lisboa.
O pescador, em resposta ao deputado do PCP, João Dias, que o questionou acerca “do que vai desaparecer” no setor pesqueiro com a instalação do parque eólico offshore, afirma que o projeto ditará o fim da pesca em menos de uma década.
Ao deputado Salvador Formiga, do grupo parlamentar do partido socialista, acerca das compensações a atribuir à classe piscatória, António Coimbra deu o exemplo do esforço a que foram sujeitos os pescadores para receber parcas indemnizações aquando da instalação do anterior projeto eólico “Windfloat Atlantic” em Viana do Castelo. Diz mesmo que ter em consideração esta possibilidade “dá vontade de rir”.
O presidente da Associação Ribeirinha de Viana acredita que a implementação do projeto na forma como está apresentado irá limitar ainda mais as zonas de pesca atribuídas, já de si reduzidas, o que fará com que esta atividade regrida, para “voltar aos tempos antigos. Confusão no mar e porrada em terra.”
Tiago Brandão Rodrigues, deputado do partido socialista que presidiu à audição dos pescadores naquela comissão parlamentar, voltou a dar nova reprimenda de mais de 2 minutos, desta vez a António Coimbra, discordando da linguagem que o pescador usou, que considerou inapropriada para levar à Assembleia da República. Chegou mesmo a afirmar que “aqui sou eu que sou a autoridade”.
O dirigente associativo disse que apenas estava a constatar aquilo que na sua opinião irá acontecer às pescas caso o projeto avance nas condições previstas. Acrescentou que não podia descrevê-lo como “um mar de rosas” e que ia “tentar falar mais bonito.”
Em relação aos impactos na pesca dos cabos instalados no parque eólico atual em Viana do Castelo, o pescador explicou o que já se pode verificar naquela zona, que o peixe “pura e simplesmente desapareceu”.
António Coimbra em resposta aos deputados na Comissão Parlamentar de ontem, dia 17 de Maio em Lisboa.