Os dados divulgados recentemente pelo Barómetro do Desenvolvimento Local 2024 relativamente ao concelho de Caminha não agradaram à oposição que os considerou “lamentáveis” quando comparados com outros municípios vizinhos como por exemplo Vila Nova de Cerveira que tem resultados excecionais. Para a oposição, Caminha é aluno de 2 e excecionalmente de 3. O presidente da autarquia considera ainda assim que Caminha é um município com muita atratividade. Liliana Silva discorda e garante que esta mais valia nada tem que ver com a ação do município. Aconselha mesmo a Câmara a dialogar seriamente com os empresários locais para impedir a saída de mais negócios do concelho de Caminha como é o caso agora já confirmado de uma empresa na Zona Empresarial de Âncora, perdendo o município 20 postos de trabalho. Segundo a eleita, há vários comércios a quererem seguir este infeliz exemplo. Lembra ainda a precariedade do cartaz de natal, da responsabilidade da autarquia, incapaz de gerar retorno financeiro a um município praticamente dedicado ao turismo.
O assunto foi abordado na última reunião de câmara realizada na passada quarta-feira, 18 de dezembro, com a vereadora Liliana Silva a dizer que “de zero a cinco, Caminha não passa do nível dois na maioria dos indicadores o que não são boas notícias para Caminha”, afirmou.
Opinião diferente manifestou o presidente da Câmara de Caminha que citou outros indicadores onde Caminha apresenta, segundo o autarca, um bom desempenho.
Liliana Silva voltou ao tema para referir que a maioria dos índices citados pelo presidente da Câmara não passam do nível 3 e sublinhou que a nota positiva que é dada à atratividade sócio-económica, que reflete a procura turística do concelho, não acontece por mérito da Câmara mas sim porque Caminha é um local único, possui uma beleza única que por si só já atrai turistas. Numa analogia ao ensino, Liliana Silva referiu que o concelho de Caminha é aluno de 3 quando deveria ser de 5. “Mas para ser aluno de mérito, é preciso muito trabalho, sustentou.
Rui Lages também voltou ao assunto para dizer que os dados devem ser “analisados num todo” e que não se deve valorizar uns quando convém para o discurso político, e menosprezar outros referindo que foi a natureza que nos beneficiou. Para o autarca o concelho é atrativo sim, pela sua beleza natural, mas também pela dinâmica que cria, pelo excelente comércio local, pelas excelentes unidades hoteleiras e pela programação cultural que atrai muita gente para o território.
Menos otimista, Liliana Silva reiterou que o concelho de Caminha está parado e deu como exemplo o que está a acontecer na presente época natalícia com os comerciantes a queixarem-se de que há pouca gente. Para a eleita, aposta ganha foi a que foi feita em Vila Nova de Cerveira, Viana e Valença com milhares de pessoas na rua ao fim-de-semana e retorno financeiro. “Com boa programação e divulgação atempada”, sublinhou.
Preocupada, Liliana Silva lamentou o que está a acontecer em Caminha e desafiou o executivo a sair à rua e a falar com as pessoas e com os comércios para perceberem o que está a acontecer, para desta forma impedir a saída destes negócios para outros municípios. A autarca denunciou o mau exemplo dado pela autarquia com a inadequada programação de natal proposta para esta quadra, sem retorno económico-financeiro para as empresas locais ao contrário do que está a acontecer nos outros municípios do distrito.
Também o vereador da OCP, Nuno Valadares, fez questão de se referir à programação de Natal de Caminha, lamentando os fins de semana “confrangedores”, quando comparados com os de Vila Nova de Cerveira, Valença, Viana entre outros. “Ficamos aquém”, disse.
Nuno Valadares fez votos que a passagem de ano em Caminha seja melhor para compensar o Natal fraco.
Para Rui Lages são opiniões, nem todas coincidem e por isso não se devem generalizar. Para o autarca o importante é continuar a apostar cada vez mais na animação cultural concelhia.
Excertos da última reunião de Câmara realizada no passado dia 18 de dezembro.