17.3 C
Caminha Municipality
Sexta-feira, 6 Junho, 2025
spot_img
Início Site Página 2193

Santa Casa da Misericórdia de Caminha: 5 séculos a cuidar dos que mais precisam

0

 

Se não é a mais antiga, é seguramente uma das instituições mais antigas do concelho e uma das misericórdias mais antigas do país. Fundada em 1516, a Santa Casa da Misericórdia de Caminha (SCMC) prepara-se para comemorar, em 2016, 500 anos de existência. Fundada 18 anos depois da primeira Misericórdia do país, a de Lisboa, a instituição caminhense assume à data o mesmo compromisso que a sua congénere de Lisboa, fundada em 1498 pelo Frei Miguel Contreiras, com o apoio da rainha D. Leonor, de quem era confessor.

Celisa Alves, coordenadora geral da Santa Casa da Misericórdia de Caminha, refere a propósito que a instituição já está a preparar as comemorações dos cinco séculos, nomeadamente com a edição de uma obra “que resume precisamente esses 500 anos de história da instituição”.

“Estamos a falar de uma Misericórdia que surge 18 anos depois da fundação da primeira, a de Lisboa, e cujo compromisso é o mesmo apenas com algumas diferenças em termos de aplicação de um ou outro artigo, uma vez que se trata de dois territórios diferentes, com realidades distintas”, explica.

A importância que desde então, ao longo dos últimos 500 anos, as Misericórdias assumiram na sociedade portuguesa é notória. Ao longo do seu percurso passaram por diferentes fases, evidenciando sempre uma grande capacidade de sobrevivência a todo o género de vicissitudes. Trata-se portanto de um percurso singular, porque envolve épocas com contextos políticos, religiosos e sociais distintos. Defender a dignidade da pessoa humana, trabalhar pelo bem comum e praticar a solidariedade, são princípios fundamentais destas instituições, que assentam em 14 obras de Misericórdia, sete corporais e sete espirituais, que ainda hoje, passados 500 anos, se mantêm.

“A matriz de todas as respostas sociais que as misericórdias dão, desde há 500 anos, ainda hoje se mantém, não mudou. As realidades é que se foram alterando e as necessidades também, mas a matriz é a mesma. As misericórdias continuam a dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, a vestir os nus e a dar sepultura aos mortos. São princípios que ainda hoje vigoram, uns mais actuais do que outros mas permanecem. Repare, se calhar, há uns anos atrás o dar de comer a quem tem fome deixou de fazer sentido, hoje não é bem assim e a prova é que criamos há bem pouco tempo uma cantina social para precisamente dar de comer a quem tem fome. Esta é portanto uma das obras cuja actualidade é indiscutível”, sublinha Celisa Alves.

À data da sua criação, a Santa Casa da Misericórdia de Caminha tinha duas obras consideradas extremamente importantes: Dar a esmola aos pobres e acudir aos presos.

“Havia um membro da mesa denominado o visitador das esmolas, cuja tarefa era visitar os pobres e distribuir as esmolas conforme as suas necessidades, garantindo dessa forma a sua sobrevivência. Por outro lado visitar os presos era das maiores obrigações da misericórdia. Hoje em dia, e no caso concreto de Caminha, esta última já não fará muito sentido até porque nem existe aqui nenhuma instituição prisional mas noutras misericórdias isso ainda se faz através de grupos de voluntários”, explica.

Fazer parte de uma Misericórdia conferia prestígio e não era toda a gente que podia integrar a irmandade. No caso concreto da Misericórdia de Caminha, o número de irmãos não deveria exceder os 100 (50 nobres e 50 oficiais – não poderiam ser aprendizes nem obreiros), deveriam ter domicílio na vila de Caminha e ser maiores de 25 anos. Tinham que saber ler e escrever e ter bens próprios e meios que lhes permitissem sustentar-se comodamente para que a necessidade não os obrigasse a aproveitar-se dos bens que ficassem sob sua responsabilidade. Diz o compromisso, “que o tesoureiro devia ser uma pessoa nobre e abastada para que com grande zelo e verdade correse pela sua mão todo o rendimento e despesa da casa, deveria ser rico de bens materiais para que a necessidade própria o não obrigasse a tratar com menos fidelidade do que se requer o que corresse pelas suas mãos”.

Outras 2 figuras importantes eram, como já referimos, o mordomo dos presos e o visitador das esmolas. E se o primeiro deixou de fazer sentido no contexto actual, o mesmo já não acontece com o segundo.

“Os anos passaram, os nomes mudaram mas as necessidades, essas, mantêm-se. Hoje os termos utilizados são diferente, fala-se em exclusão social, solidariedade, desigualdades económicas numa sociedade que vive tempos difíceis, com graves situações de desigualdade”.

Mantendo a matriz das 14 obras de Misericórdia, a SCMC, ao longo dos seus quase 500 anos de história, tem desenvolvido múltiplas actividades de carácter social e religioso, de apoio à população do concelho de Caminha, através da dinamização de um conjunto de respostas sociais que, actualmente, se traduzem em creche, jardim-deinfância, lar de idosos, serviço de apoio domiciliário, cantina social e igreja da misericórdia.

“De todas as valências aquela que neste momento nos preocupa mais em termos da sua sustentabilidade é a creche e jardim de infância. Com uma capacidade instalada para 66 crianças, a verdade é que nos últimos anos não temos atingido essa capacidade. Actualmente estamos com 51 crianças e as perspectivas para o próximo ano lectivo, que se inicia em setembro, não são as melhores. Isso coloca-nos alguns problemas, nomeadamente na gestão dos recursos humanos”.

A diminuição gradual da taxa de natalidade, o desemprego das mães e o aumento da oferta por parte de outras instituições do concelho, originaram esta diminuição na procura. Celisa Alves considera mesmo que “neste momento existe mais oferta do que procura”.

Sinal de que o país está a envelhecer, a situação na valência lar inverte-se. Apesar da lista de espera ter diminuído em relação a anos anteriores, ainda é preciso esperar por vaga para que um idoso possa entrar no Lar de Santa Rita de Cássia.

“Neste momento temos 37 idosos no lar, está portanto lotado. Temos lista de espera mas devo dizer que também aqui houve uma diminuição. Com o desemprego as pessoas têm mais disponibilidade para cuidar dos idosos”.

O apoio domiciliário é outra das valências da SCMC que neste momento presta apoio a cerca de 17 pessoas.

“Temos vários serviços que vão desde a higiene pessoal, habitacional e alimentação, ao tratamento de roupas e acompanhamento psicológico”.

Face à crise económica que o pais atravessa, de dimensão extraordinária, as situações de alarme social são cada vez mais visíveis e a instituição é procurada como centro de recursos para resolver problemas sociais. Atendendo a esta realidade, a SCMC criou recentemente uma loja social e uma cantina social que presta apoio aos mais necessitados.

“A loja social, a funcionar há alguns meses aqui em Caminha, está aberta à quarta-feira e funciona exclusivamente em regime de voluntariado. Temos tido bastantes solicitações e temos dado resposta a nível de roupa, calçado, material escolar e ajudas técnicas. Relativamente à cantina social ela ainda está a dar os primeiros passos. Neste momento já fornecemos refeições a 8 pessoas mas temos capacidade para servir 30 refeições diárias”.

Segundo Celisa Alves esta é uma valência que se justifica na medida em que “existem situações de pobreza extrema. Não são muitas mas existem, principalmente nas zonas mais urbanas”.

Apesar do papel importante que desenvolvem, a maior parte das IPSS convivem com os limites da sustentabilidade. A SCMC não é excepção. A instiuição, que dá trabalho a meia centena de pessoas é uma das maiores entidades empregadoras do concelho. Preservar os postos de tabalho de todos os colaboradores é um dos grandes desafios da instituição que tal como as restantes IPSS está a aprender a adaptar-se às novas exigências.

“Temos uma população envelhecida, uma taxa de desemprego preocupante e algumas situações criticas de pobreza. São estes os 3 vectores que deverão nortear as acções a desenvolver”, sublinha a coordenadora da instituição.

Apesar das dificuldades a SCMC tem projectos para o futuro que passam, a breve prazo, pela conservação do património da instituição, nomeadamente algumas obras na igreja e a recuperação do edifício quatro quartéis de esquadra. A longo prazo a instituição quer dar uma nova utilidade ao espaço que era ocupado pela piscna entretanto desactivada. Ali a SCMC quer criar uma residência para idosos. Comemorar com dignidade os 500 anos da instituição é outro dos projectos desta instituição que, tal como no passado, ainda hoje presta apoio aos que mais precisam.

Jovem empreendedor de Ponte de lima distinguido em concurso de ideias inovadoras

0

Um jovem empreendedor de Ponte de Lima que desenvolveu um conceito de railes de proteção rodoviária fabricados a partir de pneus reciclados foi distinguido recentemente no concurso de ideias inovadoras promovido pelo BICMINHO.

Igor Ribeiro, de 28 anos, apresentou o “BINOV”, um novo sistema de protecção rodoviário composto por materiais reciclados, mais leve e seguro do que os atualmente utilizados nas rodovias europeias. No âmbito deste projecto, desenvolvido em parceria com outros três jovens empreendedores minhotos, o jovem licenciado em Química pela Universidade do Minho, identificou um problema grave nos actuais sistemas de railes, que podem ser letais em caso de acidentes que envolvam motociclistas ou transeuntes. Igor Ribeiro conta que tudo começou há mais ou menos um ano atrás, durante uma viagem de férias com um dos seus colegas de projecto, o Bruno.

“Eu e o Bruno fomos de férias e presenciamos um acidente. Foi então que pensamos se não seria possível fazer alguma coisa para minimizar os danos causados pelos embates, principalmente nos motociclistas”.

As férias acabaram, Igor e Bruno regressaram ao trabalho mas não abandonaram a ideia. Decidiram investir nela e concorreram ao IdeiaLab, um concurso na Universidade do Minho para melhor desenvolverem o projecto.

“Fomos com a ideia para lá no sentido de melhor a estudarmos e desenvolvermos. Também quisemos perceber os mercados para sustentar a ideia. Neste momento estamos a preparar tudo para concorrermos aos projectos QREN e estamos a criar parcerias para conseguirmos levar a ideia para a frente”, explica.

O projecto traduz-se num novo sistema de protecção das estradas idealizado em plástico, mais seguro e com menos impactos.

“Estudos realizados sobre acidentes de motociclismo demonstram que o impacto contra um rail de protecção metálico a uma velocidade de 30km/h é o suficiente para provocar fraturas, amputações e mesmo danos na coluna vertebral”, realça o jovem empreendedor.

“A vantagem de utilizar a mistura de borracha reciclada é de que tem grande capacidade de absorver as forças de impacto. É capaz de amortizar o impacto do corpo de uma pessoa, por exemplo, mas também há a possibilidade de ter o efeito de «parede» no caso do embate de um camião ou um automóvel, evitando o seu despiste para fora da rodovia. O design é revolucionário, não tem nada a ver com o que se usa actualmente”, explica Igor Ribeiro.

Neste momento, o projecto encontra-se em fase de concretização e o próximo passo será a realização de um protótipo.

“Virtualmente ele já está feito. Através de softwares já realizamos simulações e uma série de estudos. O passo seguinte é passar para a parte física, ou seja, ter alguma coisa para mostrar às pessoas. É por isso que estamos a concorrer aos projectos QREN para conseguirmos o financiamento necessário para avançar com o protótipo”.

Em 2015 o Igor e os seus colegas querem ter o protótipo pronto, os testes todos feitos para depois avançarem com a produção.
Vender o produto no mercado mundial é o grande objectivo, como revela o jovem investigador de Ponte de Lima.

“Queremos vender em Portugal mas também queremos ir para fora, o nosso lema é de Portugal para o mundo. Só para ter uma ideia, na Europa existem seis mil milhões de quilómetros de estrada, o que equivale a mais de doze mil milhões de protecção de rails de estrada. Sabemos que nos países nórdicos existe uma forte aposta na segurança, o lema deles é morte zero e por isso pensamos que a Europa do Norte é uma boa aposta”.

Relativamente aos custos, Igor Ribeiro diz que andará ela por ela.

“Inicialmente os custos poderão ser um pouco superiores mas com o tempo julgo que poderão ser reduzidos, aproximando desta forma os preços. Estamos a falar em diferenças entre os 10 e os 15 por cento, que serão largamente compensados pelos benefícios de podermos salvar vidas”.

Estudos realizados na União Europeia apontam para uma média anual de 40 mil motociclistas feridos por ano, sendo que seis mil sofrem ferimentos devido à protecção das estradas.

“O que nós pretendemos é reduzir esse número entre 50 a 75%”.

Numa investigação contínua, os 4 jovens envolvidos no projecto tem vindo a trabalhar no seu aperfeiçoamento.

“É um trabalho permanente, todos os dias acrescentamos coisas novas para melhorar aquilo que já temos. O objectivo é termos um projecto em finais de 2015. Temos dois anos para implementar, testar, ensaiar e pôr tudo conforme com a legislação. Os ensaios e a homologação é que tornam o projecto mais caro”, explica o investigador.

Para além dos aspectos ligados à segurança, o “BINOV” apresenta outras vantagens, nomeadamente ambientais. Para além de ser feito a partir de materiais recicláveis, nomeadamente pneus em fim de vida, pode ainda mudar de cor possibilitando um melhor enquadramento na paisagem. Numa fase posterior, poderá inclusive ser dotado de um GPS capaz de transmitir, em caso de acidente, informações detalhadas às equipas de socorro.

“Isso é possível, está a ser estudado e é uma componente muito interessante para o projecto”.

Desenvolvidos nos anos 70, os rails de protecção não sofreram até aos dias de hoje, ao contrário de outros aspectos ligados à segurança rodoviária, qualquer tipo de alteração.

“É inegável a evolução nos meios de transporte. Os carros, por exemplo, evoluíram imenso em termos de segurança. No caso das barreiras de protecção essa evolução não se verificou, não acompanhou essa evolução”.

Com a União Europeia atenta a estas questões da segurança e aberta a sugestões para a implementação de um novo tipo de rail, este poderá ser um projecto com muito futuro. É nisto que acredita Igor Ribeiro e os seus colegas.

“Existe uma grande abertura e uma grande sensibilização por parte da União Europeia para estas questões da segurança e isso é um grande ponto a nosso favor. Vai-nos ajudar a credibilizar o nosso projecto. Existe mercado, existe procura e nós vamos tentar agarrar essa oportunidade”, explica.

Acreditar na ideia e na sua concretização é fundamental para que o projecto avance pois “se assim não for ele nunca se irá concretizar. Nós nunca conseguiremos cativar os outros e atrair a sua atenção para o projecto se não acreditarmos nele”, remata.

Projecto premiado pelo BicMinho

O projecto desenvolvido pelo Igor e pelos 3 colegas foi distinguido recentemente no concurso de ideias inovadoras promovido pelo BICMINHO. O concurso realizou-se no âmbito do projecto “i9EIBT – Apoio à criação de empresas inovadoras e de base tecnológica”, promovido pelo BICMINHO, Centro Europeu de Empresas e Inovação para a região do Minho, num programa comparticipado pela CCDR-N através do ON.2 – O Novo Norte. As candidaturas distinguidas ficaram com o direito de, no âmbito do i9EIBT, usufruir dos apoios técnicos previstos no projecto, que incluem a realização do plano de negócios, apoio na obtenção de financiamento, candidaturas a sistemas de incentivo e acompanhamento na implementação do negócio, entre outros. A acção promovida pelo BICMINHO teve como primeiro objectivo impulsionar iniciativas empresariais na região norte baseadas em novos desenvolvimentos tecnológicos. No concurso destinado a ideias inovadoras, foram apresentados 43 projetos, 19 dos quais promovidos por empreendedores com idades entre os 25 e os 35 anos.

O “BINOV” ficou em 2º lugar. Na sessão que distinguiu as cinco melhores ideias apresentadas a concurso, o presidente do BICMINHO exortou os empreendedores que apresentaram as suas ideias neste concurso a nunca desistir dos seus projetos, apesar da conjuntura económica difícil. André Vieira de Castro lembrou o papel do BICMINHO no apoio à implementação de novas ideias e de projectos inovadores.

“O nosso objetivo é apoiar jovens empreendedores na viabilização dos seus projetos”, disse, esclarecendo ainda que, como se demonstrou na apresentação dos resultados do concurso de ideias, “é propósito do BICMINHO dar corpo a ideias inovadoras capazes de impulsionar a economia”.

Partilha transfronteiriça de equipamentos de saúde parada por falta de colaboração dos governos

0

Há mais de três meses que a UNIMINHO, a associação que reúne 20 municípios do Alto Minho e da Galiza, espera que a ARSNorte e o Governo regional da Galiza indiquem os nomes de dois responsáveis para ajudar a concluir o projecto que prevê a utilização comum dos equipamentos de saúde pela população do Alto Minho e da Galiza.

Desde 2010 que o estudo está a ser realizado, mas parou agora porque falta a colaboração dos Ministérios da Saúde Português e Espanhol.

Rui Solheiro, presidente da UNIMINHO, explicou à Rádio Caminha que o projecto está concluído no que diz respeito à disponibilidade dos serviços e à sua procura por parte dos utentes. Falta apenas a colaboração dos Governos para quantificar os custos e a forma de os pagar que esta partilha vai implicar.

Graças a esta proposta de cooperação transfronteiriça na área da Saúde, envolvendo equipamentos públicos do Alto Minho e da Galiza, cerca de oitenta mil portugueses podem passar a ter os hospitais de Vigo como “referência” e os habitantes de Vigo podem ser encaminhados para o hospital de Viana do Castelo em casos de acidentes vasculares cerebrais.

Cooperativa de Construção Lanhelense aposta em novas áreas para vencer a crise

0

Começou a trabalhar aos 11 anos como aprendiz de construção e actualmente, com 70, ainda se encontra no activo.

Francisco Rodrigo Guerreiro da Silva, natural de Lanhelas, é um dos fundadores da Cooperativa de Construção Lanhelense, empresa formada em 1987 e constituída por 7 irmãos. Regressado do ultramar em 1966, onde esteve a cumprir serviço militar, Francisco Silva começou a trabalhar por conta própria executando várias construções, entre elas as obras de adaptação do Internato do Arcebispo Silva Torres, para Escola Preparatória. Em 1973, mais precisamente em Abril, é-lhe concedido alvará como industrial da Construção Civil. Na posse do referido alvará executa inúmeras obras particulares; trabalhos para os Correios e Telecomunicações de Portugal; para a direção das construções escolares, Câmara de Caminha e reparação da repartição de finanças. Em 1987 Francisco Silva decide integrar os 6 irmãos, que já trabalhavam com ele, na empresa e assim nasce a Cooperativa de Construção Lanhelense, com sede em Lanhelas e que atualmente emprega 15 pessoas. Esta empresa familiar nasceu de uma empresa já existente como explica Francisco Guerreiro da Silva.

“A cooperativa nasceu a partir de uma empresa que já existia anteriormente e da qual eu era responsável. Foi constituída em finais de 1987 e começou a laborar em 1979. Antes disso eu trabalhava por minha conta, era o responsável pela empresa e os meus irmãos trabalhavam comigo. Na prática eles eram meus sócios mas a verdade é que o nome deles não constava em lado nenhum. Foi então que decidi, até por causa das finanças uma vez que na altura íamos arrancar com uma obra grande, avançar com a constituição da cooperativa. Eram necessários no mínimo 10 cooperantes e como nós éramos 7 irmãos, juntámo-nos às esposas e formamos uma cooperativa com 14 cooperantes”, explica.

E assim nasce a cooperativa, empresa que se mantém até aos dias de hoje no mesmo formato. A fábrica de calçado Atleta, situada na freguesia de Vilarelho; blocos de apartamentos em Moledo; inúmeras moradias particulares, diversas intervenções no parque escolar concelhio e distrital, são apenas alguns dos exemplos das muitas obras que compõem o portefólio da Cooperativa de Construção Lanhelense, há 26 anos no mercado.

“Sempre tivemos muito trabalho e a verdade é que até hoje, apesar da crise no sector, felizmente ainda não paramos e conseguimos manter-nos no mercado”.

A propósito da crise Francisco Silva lembra que há dois anos as coisas eram bem diferentes. Hoje, a grande luta dos construtores civis é a sobrevivência e conseguirem permanecer no mercado. Com Portugal a registar a 2º maior queda de produção na construção na União Européia em Janeiro, relativamente ao ano anterior, Francisco Silva diz que não está fácil.

“Nós, até há 2 ou 3 anos a esta parte, tínhamos em carteira obras para 2 ou 3 anos e a verdade é que hoje as não são assim, tudo se alterou. Dávamo-nos ao luxo de dizer ao cliente que só a partir de tal data é que podíamos iniciar determinada obra. Hoje em dia há cada vez menos obras e o que está a acontecer é que estamos a aceitar todas as migalhas que aparecem. Estamos a atravessar uma crise que é mais do que grave”, considerou.

Apesar das dificuldades que se vivem atualmente no país, Francisco Silva não equaciona a possibilidade de ir para outros mercados, diz que já não tem idade para isso.

“Neste momento eu já devia ter arrumado as botas e estar confortavelmente a ver os outros trabalhar. Atualmente mantenho-me na empresa porque sei que faço falta, senão não estava”, garante.

Na Cooperativa de Construção Lanhelense já trabalha uma nova geração. Alguns dos filhos dos sócios fundadores decidiram enveredar pela carreira dos pais, outros, seguiram outros rumos.

“Os meus filhos e mais dois de um irmão meu, estão a trabalhar na empresa, os outros não quiseram, seguiram outros caminhos”, explica.

Com o mercado nacional completamente saturado em termos de construção, Francisco Silva defende como única saída viável para salvar o setor da construção, é a recuperação do património.

“Há estudos que indicam que, tendo em conta o número de empresas que ainda se mantêm no mercado, se Portugal investisse mais na recuperação do património, nós teríamos trabalho garantido para os próximos 15 anos. Se reparar, nas grandes cidades como Lisboa, Porto, Coimbra e outras, é evidente essa necessidade, está tudo podre”.

O presidente da Cooperativa de Construção Lanhelense não tem dúvidas: “Parando a construção pára tudo. Para o comércio e parando o comércio param as fábricas e a economia estagna”.

Com a Espanha a atravessar momentos igualmente difíceis, Francisco Silva lamenta a perda de mais este importante mercado.

“Neste momento não nos podemos virar para o exterior porque a Espanha, por exemplo, está pior do que nós. Tenho fornecedores que tinham 4 e 5 lojas espalhadas pela Galiza e que neste momento reduziram para metade. Conheço um que tinha 50 funcionários, já despediu 17 e soube este semana que vão despedir mais 8”.

O desemprego é outro dos flagelos que está a afetar também o setor, uma realidade que ainda não chegou à cooperativa que tem conseguido manter os seus 15 funcionários.

“Não há trabalho, logo há desemprego. Para já ainda não tive que despedir ninguém porque também alargamos a nossa oferta de serviços e especialidades”.

Para o presidente da cooperativa Lanhelese quem se conseguir aguentar no mercado durante mais um ano poderá sobreviver.

“Eu acho que quem se conseguir aguentar mais um ano ou ano e meio vai sobreviver. Não acredito que isto não vá continuar eternamente assim, as obras tem que ser feitas. Não podemos ser pessimistas e achar que está sempre tudo mal, temos que acreditar num futuro melhor”, remata Francisco Silva.

Clara Cruz: Ser pasteleira não foi uma decisão, simplesmente aconteceu…

0

 

Nasceu em França mas ainda criança veio viver para a freguesia de Lanhelas, concelho de Caminha onde permaneceu até entrar para a faculdade. aos 18 anos, Clara Cruz rumou até à cidade de Braga onde tirou o curso de sociologia. Já formada, desenvolve alguma atividade profissional naquela cidade acabando por regressar a Caminha onde geriu um ATL. Em Vila Nova de Cerveira foi directora de um lar de idosos. Trabalhou ainda como administrativa, professora de música, e atualmente é colaboradora da AARN – associação dos artesãos da região do Minho na organização de eventos e formadora na Oficina de decoração artesanal e artística de doces.

Saber como é que uma socióloga se transforma de repente numa pasteleira premiada, foi o que fomos tentar perceber numa conversa com Clara Cruz. Filha de uma chef de cozinha em França, Clara cresceu sempre perto do fogão da mãe com quem aprendeu a cozinhar uma mistura de cozinha francesa e mediterrânica, sem faltar os pratos tradicionais do Alto Minho.

“Lembro-me de ser muito pequenina e ver a minha mãe fazer sempre pratos muito elaborados, mesmo que a comida naquele dia até não fosse nada de especial. As travessas iam sempre primorosamente enfeitadas, bem como os pratos. Comecei a aprender com ela e foi sob a sua influência que eu também comecei a gostar de enfeitar e surpreender sempre nas festas com coisas diferentes e elaboradas. Foi sem dúvida uma aprendizagem com os meus pais”, confessa.

Nas festas em casa, um dia, essa mãe cozinheira de gabarito passou-lhe a “pasta” das sobremesas e entradas. Numa atividade divertida com o pai, decoravam os canapés numa espécie de competição para ver quem fazia o mais original e bonito. Desta forma, Clara descobriu a paixão por decorar os pratos com minúcia e elegância, tornando a mesa uma passarela de aromas, cores, sabores, graciosidade e originalidade. Com o passar dos anos o gosto pela cozinha não se perdeu, pelo contrário, o que mais lhe dá prazer é enfiar-se na sua cozinha, criando e experimentando novos pratos e sabores. Interessada, Clara Cruz foi sempre pesquisando e descobrindo coisas novas.

“Foi numa dessas pesquisas que um dia descobri a pasta de açúcar e a partir daí comecei a fazer alguns bolos. Fazia para as minhas amigas, para as filhas das minhas amigas e para as colegas das filhas das minhas amigas. Foi uma coisa que foi acontecendo, não foi uma decisão”, revela.

Quando começou a trabalhar com a pasta de açúcar, Clara Cruz confessa que as coisas nem sempre corriam bem.

“Como não tinha formação nem nunca tinha feito nenhuma grande pesquisa sobre como trabalhar com a pasta de açúcar, fui aprendendo com os próprios erros”.

Com o número de encomendas a aumentar cada vez mais, Clara achou que era melhor fazer um pequeno interregno e apostar numa formação que lhe desse mais segurança.

“Na altura constatei que não havia formação aqui por perto e então tive de ir para Lisboa onde fiquei durante uma semana para uma formação intensiva em cake designer. A partir daí tornei-me membro da Associação Cake Designer e desde então tenho feito inúmeras formações com Cake Designers internacionais bastante famosos”. 

Lindy Smith (Inglaterra), Eva Benavente (Argentina), Nhora de la Pava (EUA), Mirta Biscardi (Argentina), Douglas Volpy (Brasil), Nelson Pantano (Brasil), são alguns dos cake designers internacionais com quem Clara aprendeu, um investimento avultado, mas que compensa porque, como a própria revela, “aprende-se muito”.

Depois de ter aprendido com os melhores e de ter adquirido os conhecimentos que lhe faltavam, Clara Cruz começa a participar em alguns concursos e a arrecadar prémios como aquele que conquistou no passado mês de Março no Festival Internacional de Chocolate em Óbidos: Bolo Mais Criativo do Concurso de Cake Design “O Mundo do Chocolate” no XI Festival Internacional de Chocolate de Óbidos, organizado pela ANCD – Associação Nacional de Cake Designers.

Para trás ficam outras conquistas:

– Em 2012/Novembro: Bolo vencedor do mês de Outubro no Concurso Cake of the Month, promovido pela ANCD durante o ano de 2012;
– 2012/Outubro: Bolo vencedor do mês de Setembro no Concurso Cake of the Month, promovido pela ANCD durante o ano de 2012.
– Ainda em 2012/Setembro: Classificação “Prata” (2º lugar) no Concurso Bolos Infantis, integrado no evento Cake Alive 2012, organizado pela ANCD, Óbidos.
– 2012/Julho: 1º Prémio no Concurso Formas e Sabores “Maravilhas do artesanato Português”, promovido pela Tuttirév Editoria na Fia – Feira Internacional do Artesanato;
– 2012/Março: Bolo mais criativo do Concurso de Cake Design “Disneyland Paris” no X Festival Internacional de Chocolate de Óbidos, organizado pela ANCD.
– 2012/Março: 3º melhor bolo do Concurso de Cake Design “Disneyland Paris” no X Festival Internacional de Chocolate de Óbidos, organizado pela ANCD
– 2011/Setembro: Bolo vencedor do mês no Concurso Cake of the Month, promovido pela ANCD durante o ano de 2011.

Clara Cruz tem-se destacado em concursos pela perfeição e criatividade dos seus bolos e quem a conhece sabe que isso é um estímulo para continuar a melhorar. O seu lema é a lição dos seus pais: dedicação para que tudo esteja belo e bom. A confecção de um bolo, dependendo da sua complexidade, pode demorar entre 4 horas para os mais simples, até 15 ou 20 horas para os mais complexos.

“E este tempo é só na confecção porque às vezes tenho de ir pesquisar à net durante dois ou três dias determinado personagem que me encomendam, porque tenho que conhecer o boneco para poder contextualizar, o que dá muito trabalho”.

Até há pouco tempo os bolos eram feitos na sua cozinha em casa mas apartir do momento em que decidiu profissionalizar-se, Clara Cruz decidiu montar um atelier e estabelecer algumas parcerias.

“Para conseguir ter uma área de cozinha que respeite todas as normas, estabeleci algumas parcerias com instituições e associações que normalmente dispõem desses espaços”, explica a socióloga que se tornou pasteleira.

A propósito do último prémio conquistado no Festival de Chocolate em Óbidos, Clara Cruz conta que o bolo estava condicionado ao tema “Charlie e a Fábrica de Chocolate”.

“A primeira coisa que fiz foi ver o filme, que não conhecia. Depois, como o tema se alargava ao mundo do chocolate, o desafio seguinte foi inserir o filme nesse mundo do chocolate. Perante isto, o meu conceito foi fazer o castelo de Óbidos como o centro nacional do festival internacional de chocolate. Dentro do castelo coloquei a pousada que lá existe e no meio do castelo criei uma fonte. Dessa fonte saía o chocolate que invadia um globo que era o mundo. Dentro desse mundo criei então a fábrica de chocolate do filme que tinha como função transformar o chocolate que vinha da fonte de Óbidos. No fundo, Óbidos invadia o mundo com chocolate”.

No atelier que está neste momento a criar, Clara pretende fazer o atendimento aos clientes. Para além dos bolos a empresa que está a criar também organiza festas temáticas e personalizadas, tratando de todos os pormenores desde os convites, decoração, animação, catering, às lembranças.

“Uma das coisas que me dá prazer é poder organizar e projetar a festa toda. Concebê-la num tema e dentro do tema conseguir adequar desde o convite, às lembranças, passando pelo bolo”.

Para além da empresa Clara Cruz também se dedica à formação. Os seus trabalhos podem ser consultados no facebook.

Talho de Lanhelas, uma marca de excelência

0

Chegou a Lanhelas há 24 anos pela mão de um cunhado que o convidou para vir tomar conta de um talho que acabava de adquirir. Natural de Subportela, uma freguesia do concelho de Viana do Castelo, José Luís Costa aceitou o desafio e, um ano depois, passou de empregado a proprietário.

“Vim parar aqui porque um cunhado meu comprou um talho em Lanhelas e como já tinha dois, convidou-me para eu vir tomar conta do negócio. Ao fim de um ano, o meu cunhado vendeu-me o talho e cá estou” conta.

O negócio, que começou “muito pequenino”, foi crescendo e hoje o Talho de Lanhelas é uma referência a nível nacional.

“Comecei com um talho que tinha para aí uns 15 ou 20 metros quadrados, uma coisa muito pequenina. Passados 5 anos fiz outro um pouco maior, tinha à volta de 40 metros quadrados e mais tarde, como o negócio estava a correr bem, comprei um terreno e construí o estabelecimento que temos hoje, com mais de 100 metros quadrados”.

Com um espírito empreendedor, José Luís Costa, que gosta de estar sempre a inovar, decidiu há cinco anos alargar o negócio e montar uma unidade de transformação onde prepara os mais variados produtos, desde os tradicionais enchidos às refeições pré-cozinhadas, um investimento de muitos milhares de euros que se fosse hoje, confessa, “não o podia fazer”.

“Depois do talho surgiu a oportunidade de começar a trabalhar com outro tipo de produtos além da carne. Eu já fazia em casa os enchidos e rissóis para vender no talho. Era o que toda a gente fazia. Mas um dia apareceu-me aqui a fiscalização do Porto e disse-me que eu tinha de tirar tudo. Respondi-lhes que não podia ser e pedi-lhes que me dissessem o que é que eu tinha de fazer para me legalizar”.

Após a visita dos fiscais, José Luís Costa avançou para o Porto onde tratou de arranjar alguém que lhe fizesse um projeto para montar uma pequena indústria alimentar.

“Fui a Matosinhos falar com um senhor que me fez o projeto. Depois comecei a fazer a obra que ainda demorou algum tempo e a partir daí tem sido sempre a trabalhar em receitas e produtos novos”.

Enchidos variados, carne seca, alheiras, almôndegas, pizzas, hamburgueres, salsichas frescas e lasanhas, são apenas alguns dos muito produtos que são produzidos no Talho de Lanhelas, que este ano começou também a secar solhas e lampreia nos seus fumeiros. José Luís conta que a ideia surgiu de uma conversa com o vereador Flamiano Martins que, numa visita ao seu estabelecimento, lhe lançou o desafio.

“Ele um dia veio aqui e a meio da nossa conversa perguntou-me porque é que eu não aproveitava para secar a solha, que era um produto tradicional de Lanhelas e muito apreciado pelas pessoas”.

José Luís achou a ideia interessante e foi até à Direção Geral de Veterinária saber se era possível pô-la em prática.

“A resposta foi positiva e a única exigência que nos fizeram foi que na semana em que se secasse peixe não se podia secar carne”.

Para além da solha, no fumeiro do Talho de Lanhelas também se seca a lampreia, um produto que ainda está a ser testado.

“A solha tem saído muito bem, a lampreia ainda estamos a testar mas o nosso objetivo é tentar vendê-la para locais onde ela é mais apreciada, como por exemplo Melgaço, Monção e até para Lisboa”, explica.

No talho de Lanhelas trabalham 10 pessoas distribuídas pelos vários setores: desde a venda ao balcão até à preparação das refeições pré-cozinhadas, passando pelo fabrico dos enchidos, embalagem, etc. José Luís Costa confia na sua equipa mas faz questão de assumir o comando de tudo.

“Quando há qualquer coisa a fazer ou algum produto novo a testar, sou sempre eu que vou à frente, assim se alguma coisa correr mal, eu assumo”, esclarece.

Os clientes, espalhados de norte a sul do país, são a prova de que este estabelecimento se soube implementar no mercado pela qualidade e pelos produtos de excelência.

“Os nossos clientes começaram por ser as pessoas de Lanhelas e das freguesias vizinhas, mas atualmente temos clientes de todo o lado: desde Melgaço ao Alentejo, passando pelo Porto, Leiria e Lisboa. São pessoas que normalmente vêm de férias e que, depois de conhecerem os nossos produtos, ficam clientes. Eles telefonam a fazer a encomenda e nós mandamos pelo expresso, normalmente é assim que funciona”, explica o empresário.

Segredos para cativar e manter a clientela fiel, José Luís aponta alguns, destacando desde logo a qualidade.

“Acima de tudo temos que ter qualidade, isso é o mais importante. Depois devemos ser exigentes na compra e na produção dos produtos e claro, termos em atenção a forma como atendemos o clientes”.

A estes “ingredientes” para cativar e manter a clientela, o empresário junta um outro que considera extremamente importante: os preços acessíveis.

“O nosso lema é servir todo o tipo de cliente, ou seja, tentamos atingir os que têm maior e menor poder de compra. Tento não produzir produtos excessivamente caros nem excessivamente baratos para não fugir à qualidade”.

A aposta em receitas tradicionais com o mínimo de aditivos possível é outro dos lemas do talho de Lanhelas que, para garantir que os produtos que estão a ser comercializados cumprem todas as normas e estão em perfeitas condições, tem ao seu serviço um engenheiro alimentar que semanalmente vai verificando os produtos.

As entregas ao domicílio é outro dos serviços que o Talho de Lanhelas tem à disposição dos clientes que, desta forma, não precisam de se deslocar ao estabelecimento.

“ Temos muitos clientes que estão a trabalhar e que nos ligam a fazer as encomendas e a pedir que as entreguemos em casa. Posso-lhe dizer que tenho clientes que já não vejo há anos , que só falo com eles pelo telefone. É bom porque significa que eles confiam em nós e nos nossos produtos”, explica.

José Luís dá preferência à carne de raça minhota pela sua qualidade. Com a Páscoa à porta, o talho de Lanhelas trabalha a todo o vapor para garantir aos clientes os produtos mais procurados nesta época e que são, para além dos enchidos que enfeitam as mesas do compasso, o cabrito que por esta altura é rei nas mesas do Alto Minho. Finda a Páscoa, é tempo de começar a pensar no Verão e nos clientes que vêm de fora, e por isso no Talho de Lanhelas não se pára. Apesar da crise, o empresário não se queixa das vendas, queixa-se sim dos muitos impostos que tem que pagar ao Estado.

“Tudo sobe, desde a matéria prima ao gasóleo, e a verdade é que o produto final se tem mantido ao mesmo preço, o que faz com que a margem de lucro seja cada vez menor. Trocase
dinheiro por produto, ou seja, vende-se e praticamente não se ganha nada”, desabafa.

À espera de dias melhores, José Luís Costa não baixa os braços e até já está a trabalhar num novo produto que quer pôr à venda no seu estabelecimento. um salpicão de peru que promete fazer as delícias dos clientes.

“É um produto novo que ainda estamos a testar e que vamos começar a comercializar em breve. Esperemos que as pessoas gostem”.

Para além de comercializar os produtos diretamente ao cliente, o talho de Lanhelas também revende e os seus produtos já podem ser encontrados em várias lojas e supermercados da região. Projetos para o futuro, José Luís quer acima de tudo “manter”. Daqui a uns anos, se algum dos filhos quiser pegar no negócio, o empresário admite partir para “algo maior”.

Bombeiros unem forças no protesto às novas regras do transporte de doentes não urgentes

0

As federações distritais de bombeiros vão reunir-se na sexta-feira, em Pombal, para tomar uma posição sobre o transporte em ambulâncias de doentes não urgentes devido ao impasse com o Ministério da Saúde.

A Liga dos Bombeiros Portugueses explica que na reunião com as federações distritais vai ser tomada uma posição, tendo em conta que o processo negocial com o Ministério da Saúde chegou a um “balanço inconclusivo”.

Os bombeiros estão contra algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Saúde, nomeadamente a possibilidade de viaturas ligeiras serem autorizadas a fazer o transporte não urgente de doentes, desde que os motoristas façam uma rápida formação em suporte básico de vida e que as viaturas possuam um alvará conferido pelo INEM. O presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Viana do Castelo, Brandão Coelho, disse à Rádio Caminha que em risco fica a segurança dos doentes.

Caminha prepara-se para receber reunião europeia

0

Caminha prepara-se para receber na quarta-feira uma reunião da Comissão de Monitorização do Congresso do Poder Local e Regional do Conselho da Europa. O Conselho da Europa, actualmente com 47 estados membros e 6 estados com estatuto de observador, é uma organização internacional pioneira em matéria de cooperação jurídica, desempenhando um importante papel na modernização e harmonização das legislações nacionais, no respeito pela democracia, pelos direitos do homem e pelo Estado de direito. Portugal é membro do Conselho da Europa desde 1976.

A presidente da Câmara de Caminha foi nomeada para aquele órgão, mais precisamente para a Comissão de Monitorização do Congresso dos Poderes Locais e Regionais do Conselho da Europa, pela Associação Nacional dos Municípios Portugueses para o triénio 2010-2013. É essa a razão pela qual Caminha recebe agora uma reunião daquele órgão. A autarca local, Júlia Paula Costa, diz que é uma honra para o município.

Para além da reunião, no dia 13, o programa inclui uma visita à região. Mais de uma centena de membros de diversos países vão ser recebidos ao final da tarde de amanhã nos Paços do Concelho de Caminha.
O dia de quarta-feira é passado em reunião e na quinta-feira vão visitar uma adega de vinho alvarinho, em Melgaço, vão almoçar em Ponte de Lima e ainda visitar Viana do Castelo, onde acabam por jantar. Para a autarca caminhense, é uma oportunidade de promover a região junto de quase uma centena de estrangeiros.