Foi uma venda feita pela calada, sem o conhecimento da população local. Os 60 metros quadrados de terreno mais a norte de Portugal foram vendidos a um espanhol.
O caso aconteceu em Melgaço, na freguesia de Cristóval, com o Governo português a aceitar vender, sem consultar ninguém, a caseta da Guarda Fiscal a um privado, um espanhol.
O presidente da Junta daquela pequena aldeia foi apanhado de surpresa quando soube da transacção pela boca do comprador.
António Sousa não aceita a venda e, por isso, vai tentar reverter o processo. Hoje está em Lisboa a tentar perceber, junto do Governo, o que aconteceu.
A pequena caseta da Guarda Fiscal localizada em Cristóval, uma das aldeias mais a norte de Portugal, foi vendida por 2.800 euros. Um preço simbólico, segundo o autarca local, que diz não ter sido lançado qualquer concurso público para a venda daquele património nacional.
Assim que soube, António Sousa comunicou o sucedido ao presidente da Câmara, que também lhe mostrou desconhecimento. Pelo contrário, o antigo presidente da Câmara de Melgaço estaria por dentro do negócio e teria sido o próprio a deslocar-se com o espanhol a Lisboa para viabilizar a transacção. As acusações são do presidente da Junta de Cristóval.
A Rádio Caminha tentou contactar o anterior presidente da Câmara de Melgaço para ouvir a sua versão, mas Rui Solheiro não respondeu aos nossos contactos. Também com o actual presidente da Câmara, Manuel baptista, não foi possível chegar à fala.
Ainda assim, ao Jornal de Notícias, Baptista disse que o município não foi informado da venda. Para evitar que o mesmo suceda com o restante património público junto à fronteira, o autarca defende a qualificação desses imóveis como de interesse municipal, o que, segundo afirmou, cria alguns entraves à venda e à realização de obras.