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Sábado, 11 Maio, 2024
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Viver o Natal

«quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher»

(Gal 4,4)

 

Vivemos o Advento com o olhar do coração fito nos montes percorridos pela Virgem de Nazaré que apressadamente foi ao encontro da prima Isabel (Cf Lc 1, 39)!

Vivemos a novena do Natal com os pés a caminho de Belém, para onde se dirige José, sua esposa e O “Fruto do ventre sagrado da Virgem puríssima Santa Maria” que, no ventre materno vai dizendo a Sua Mãe que é chegada a “plenitude dos tempos” (cf Gal 4,4).

Vivemos este Natal com a alegre notícia de que a próxima Jornada Mundial da Juventude será na pátria lusitana, saboreando o convite do Papa Francisco de que é preciso desinstalarmo-nos, caminhar, mudar de lugares, à semelhança do que acontece com a Sagrada Família. Para que Jesus habite entre nós (cf Jo 1, 14), múltiplas vezes é necessário fazermos mudanças, sejam elas pessoais, familiares, sociais, profissionais… mas têm sempre que partir de nós mesmos, numa liberdade plena: senão pode até mudar tudo a nossa volta: mas não há transformação verdadeira!

Este ano mudamos os planos natalícios na minha família: desde que partiu a minha avó, a ceia de Natal faz-se em moldes diferentes! Já não é no aconchego dos braços da matriarca, mas sim num dos lar da família. Também nas casas foi necessário fazer mudanças a fim de albergar as quase 50 pessoas na noite de Natal. Começou na casa da irmã mais velha da minha mãe, no ano seguinte foi junto à lareira do irmão mais velho e neste ano seria em nossa casa! Seria… mas não será! A alegre notícia da chegada de mais um bebé à família obrigou-nos a caminhar apressadamente (cf Lc 2, 16) como os pastores para a manjedoura onde está o recém nascido, a fim de contemplar a glória de Deus que Se tornou semelhante aos homens (cf Fl 2,7). A chegada do Simão lembra-me de que é preciso e possível mudar os planos por causa de um bem maior! Há mudanças que valem a pena e há mudanças que valem tudo!

Em clima de recolhimento interior e exterior, interrogo-me: Não será necessário mudar algo mais?; Terá o povo razão quando diz “a quem muda Deus ajuda”?; Maria desinstalou-se quando se dirigiu para a montanha para a casa de Zacarias e Isabel, não terei eu também que deixar a casa e partir apressadamente?; Deixaram tudo para irem para Belém, correndo riscos, tantos riscos, mesmo o de não serem acolhidos, mas correram o risco. Que obstáculos me impedem de mudar? Tantas perguntas! E uma só resposta: Jesus Cristo, que tudo vale, porque Ele é o “meu Senhor e meu Deus” (Jo 20, 28)!

Vivamos o Natal junto do presépio, o admirabile signum, como lhe chamou o Santo Padre na carta que nos escreveu, e tenhamos O Menino do presépio nos braços! Mesmo mudando, “Ele é o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade” (cf Heb 13, 8).

 

Santo e feliz Natal

Paulo Emanuel

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