À quarta edição, que decorrerá de 05 a 08 de Abril em Guimarães, o Westway Lab Festival mantém o conceito, mas ganha nova dimensão e novo fôlego. Refaz-se a partir do que já havia construído para crescer. O cartaz é ambicioso e conta uma programação variada que contempla Residências Artísticas, Conferências PRO, Talks, Showcases e Concertos, integrando ainda o cinema, uma novidade que se traduz no concretizar de mais uma relação internacional, desta vez com o reputado South by Southwest Festival (SXSW). Nomes nacionais e internacionais, todos juntos para criar e discutir música e tudo o que esta indústria abarca. O festival, com caraterísticas únicas no país, cresce e estende-se à cidade, que também contribuirá com quatro novos palcos, tornando o festival cada vez mais participado e alargado. Em 2017, o Westway Lab Festival reafirma-se como força criativa, de cariz único em Portugal, envolvendo público e artistas em torno do universo musical.
No dia 07 de abril, às 22h00, o Grande Auditório do CCVF recebe um espetáculo único que nasce de um desafio lançado pelo próprio Westway Lab Festival. Quest, projeto de Joana Gama e Luís Fernandes que cruza o piano e a eletrónica, apresenta-se com uma nova colaboração, desta vez com a Orquestra de Guimarães. O duo aventura-se por novos caminhos e tira a Orquestra da sua zona de conforto. Neste trabalho original para piano, eletrónica e ensemble – que conta com a cumplicidade de José Alberto Gomes na orquestração e arranjos – amplifica-se e complexifica-se a sonoridade que caraterizava “Quest”.
No mesmo dia, às 23h00, chega-nos da Polónia Buslav para apresentar o seu disco de estreia no Café Concerto do CCVF. Este compositor, letrista e multinstrumentista mistura na sua música a eletrónica, a pop e um lado mais acústico, ingredientes que originam concertos que são uma viagem em espiral emocional que tão depressa apelam ao lado mais melancólico como, de seguida, transformam a sala de concertos numa festa.
Este ano, uma das grandes novidades do festival tem lugar no dia 08, entre as 15h00 e as 18h30, momento em que o Westway Lab Festival cresce em direção à cidade com os City Showcases, que acontecem no CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura), no Convívio Associação Cultural, no Bar da Ramada e no All Guimarães. Esta iniciativa reafirma a abertura, inclusão e participação no evento de cada vez mais artistas, público e outros intervenientes culturais na cidade. Estes quatro locais convertem-se, na tarde de sábado, em pontos cardeais de uma experiência artística em roteiro pelas várias geografias de Guimarães, ao som da música que se faz no mundo. Adée, Ohrn, Joel Sarakula, Cristóvam, Maybe Canada, The Jools, Serushiô e Vienna Ditto são os projetos que vão ocupar estes palcos.
Depois de uma tarde de concertos espalhados pela cidade, à noite a música concentra-se no CCVF com espetáculos que vão tomar conta de todas as salas deste espaço cultural para a derradeira despedida do festival. A abrir os palcos, às 21h30, o festival conta com prata da casa, com a vimaranense Sofia Ribeiro a apresentar no Pequeno Auditório o seu projeto a solo, Lince. Aqui, a voz doce e delicada de Sofia faz-se acompanhar do som clássico do piano a que junta, com destreza, o instrumental eletrónico.
Às 22h30, a festa passa para o Grande Auditório do CCVF, onde se aguarda uma dose dupla de concertos. Os primeiros a subir ao palco são os You Can’t Win, Charlie Brown que vêm apresentar o seu último disco, “Marrow”, trabalho em que a banda não se conteve em aliar à sua sonoridade mais indie-folk, as potencialidades da eletrónica. O maior palco do CCVF recebe de seguida os XIXA, provenientes de Tucson, Arizona (EUA), que trazem ao Westway Lab Festival um promissor concerto que transportará o público ao deserto, com um som que respira a natureza selvagem. Imbuída no mais puro psicadelismo da década de 70, com guitarras a soar a essência do rock’n’roll, esta banda pinta com a música as paisagens áridas da sua terra natal.
A quarta edição do Westway Lab Festival termina, à meia-noite, no Café Concerto do CCVF, com a atuação dos :Papercutz que trazem na bagagem o novo álbum de originais, “King Ruiner”. A nova vocalista, Catarina Miranda, conhecida pelo seu trabalho como Emmy Curl, traz novidades à sonoridade deste projeto que evoca harmonias pop e motivos corais encontrados em geografias não ocidentais. Apresentando-se ao vivo em formato trio, os :Papercutz tocam melodias interpretadas por sintetizadores analógicos, batidas urbanas, texturas ambientais e percussões de raiz tribal.