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Terça-feira, 15 Outubro, 2024
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Valença: Câmara lança concurso para recuperar fortaleza dentro de duas semanas

“A Câmara irá liderar todo o processo, nesta primeira fase, de estabilização dos solos e, na segunda fase, para a abertura do concurso público para o projeto e execução da obra. Depois o financiamento, obviamente quando chegarmos a essa altura, ou antes disso, o Governo, provavelmente, assumirá isso. Mas também não sabemos os custos, neste momento”, afirmou hoje José Manuel Carpinteira.

Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista, que na terça-feira presidiu à primeira reunião de trabalho após a derrocada de parte da muralha da Fortaleza, sessão que juntou técnicos da Direção Regional de Cultura do Norte(DRCN), do município e de uma empresa especializada, disse que “ninguém quer arriscar um valor” para a recuperação do monumento, classificado como Património Nacional desde 1928 e sob a tutela do Ministério das Finanças.

José Manuel Carpinteira adiantou que o concurso público só será lançado após a conclusão do levantamento topográfico e da estabilização dos solos, trabalhos que deverão iniciar-se “nos próximos dias”.

Quanto à execução da obra, referiu que a autarquia não dispõe de recursos financeiros, mas disse acreditar que o Governo vai suportar os custos da intervenção.

“A senhora ministra garantiu-nos, não tenho formalmente essa informação, mas garantiu-nos que o Governo vai ajudar ou apoiar a reconstrução. Obviamente que estamos à espera disso porque a Câmara não tem recursos financeiros para esta execução extraordinária, até porque isto é um monumento nacional e penso que deve ser o Governo e a tutela a financiar a reconstrução deste pano de muralha que caiu”, adiantou.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério da Coesão Territorial afirmou que “o Estado Português tem responsabilidades de conservação e reparação resultantes da ação do tempo ou outras, neste monumento”.

“O financiamento das obras será, naturalmente, assegurado através de fundos europeus e nacionais”, assegurou o ministério de Ana Abrunhosa, adiantando estar “em curso um trabalho conjunto entre o município de Valença e a DRCN neste monumento que incluía a identificação de pontos críticos e um levantamento preliminar das necessidades de intervenção”.

“Em meados de dezembro do ano passado elaborou-se um protocolo que deverá formalizar esta colaboração e preparar um projeto global de reabilitação do monumento. O acontecimento do fim de semana deverá acelerar este trabalho” refere a nota.

O documento adianta que a Fortaleza de Valença “integra uma candidatura conjunta com as Fortalezas de Almeida e Marvão a Património da Humanidade, pelo que importa dar início aos trabalhos de reparação com a máxima brevidade”.

Na segunda-feira, durante uma visita à fortaleza, a ministra da Coesão Territorial disse que a reparação da muralha deve ser assegurada pela câmara local.

“Neste momento, parece-nos que a melhor solução é ser a autarquia a intervir com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte porque estamos perante um monumento nacional em que a gestão e as intervenções são normalmente feitas pela autarquia”, afirmou Ana Abrunhosa.

Para já, acrescentou, é necessário fazer uma primeira intervenção de urgência de forma a resolver os danos e ver como estão os sítios identificados como sendo de risco para impedir uma derrocada.

“Depois, com um pouco mais de tempo, projetar uma intervenção mais estrutural em toda a muralha não só para salvaguardar a estabilidade e segurança, mas tendo em conta que o senhor presidente da câmara e a sua equipa planeiam candidatar a muralha a Património da Humanidade”, frisou.

A fortaleza do século XVII, principal ex-líbris da cidade de Valença, no distrito de Viana do Castelo, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas.

O monumento nacional assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.

No domingo, ao início da tarde, a muralha da Fortaleza de Valença sofreu uma primeira derrocada, tendo a proteção civil apontado como motivo o mau tempo que se fez sentir no Norte do país.

A parte da fortaleza que caiu fica na zona da Coroada, junto ao parque de estacionamento do Município de Valença, no distrito de Viana o Castelo.

Durante a tarde de domingo “houve mais uma derrocada na continuidade da [parte] que já tinha caído”, relatou o presidente da Câmara de Valença, José Manuel Carpinteira, em declarações à Lusa, salientando ser “bastante grande” o troço da muralha afetado.

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