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Terça-feira, 17 Junho, 2025
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“Trench” o irmão mais novo do xadrez, é 100% português

 


Inventado por um português, o “Trench”, o jogo de tabuleiro considerado o “irmão mais novo” do xadrez, está a dar a volta à cabeça aos amantes da estratégia.Inspirado na 1ª Guerra Mundial, o conflito que também ficou conhecido pela guerra das trincheiras, o “Trench” é um jogo de tabuleiro cujas peças representam as principais patentes de um exército de infantaria ou cavalaria.

O Jornal C esteve à conversa com o “pai” do “Trench”, o português Rui Alípio Monteiro, que nos revelou alguns pormenores sobre este novo desafio para os amantes dos jogos de tabuleiro.

“O “Trench” é a tradução da palavra inglesa trincheira o que por si só já o identifica. Digamos que é o jogo da trincheira inspirado na 1ª Guerra Mundial”.

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Tendo em conta aquilo que existia no mercado em termos de jogos abstratos de estratégia, Rui Alípio diz que faltava no mercado um que transportasse em si uma grande temática. O “Trench” veio preencher essa lacuna.

Tinhamos o xadrez que faz alusão a uma guerra medieval mas não é considerado um jogo temático, é um jogo abstrato, geométrico e intelectual. O “Trench” é tudo isso mas tem também essa inovação que é a parte da temática”, explica.

Apesar de ter sido lançado em 2013 no Palácio da Cidadela em Cascais, com o alto patrocínio da Presidência da República, o jogo só entrou no mercado há relativamente pouco tempo. Rui Alípio fala numa série de dificuldades que foi preciso ultrapassar para que o “Trench” pudesse ser produzido em Portugal.

“A verdade é que nós tivemos que realizar uma missão quase impossível para conseguimos produzir o “Trench” em Portugal. Os custos são muito elevados porque, como toda a gente sabe, a produção em Portugal não fica barata. Depois também tínhamos uma certa urgência em avançar por causa do registo da marca em termos de patente nos Estados Unidos”.

trench 3Com todas as dificuldades, a solução foi avançar com uma produção só para amostra que foi lançada no mercado há cerca de um ano. Neste momento já está a ser trabalhada a versão digital que, por ainda estar em fase de desenvolvimento, não tem data marcada para ser lançada no mercado.
Sem capacidade para fazer campanhas de marketing já que a produção do “Trench” foi toda ela feita à custa do orçamento familiar, Rui Alípio fala, ainda assim, de uma boa aceitação por parte do público.

“O “Trench” não vem nas revistas, não vem nos jornais nem nas televisões porque de facto nós não temos capacidade para o publicitar. As pessoas que vão sabendo da sua existência é pelo boca a boca o que na prática significa que quem o tem e quem joga é porque o aprecia verdadeiramente”.

O jogo encontra-se disponível nas lojas FNAC, no El Corte Inglês e agora também na Tabacaria Gomes em Caminha onde pode ser adquirido pelo preço de 49,90 euros.

“Estamos a falar em quase 50 euros o que, tendo em conta a conjuntura, acaba por afastar um pouco as pessoas. Claro que uma versão lowcost teria um maior número de vendas”.

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A criação do jogo foi o grande objetivo já alcançado pelo seu criador, o próximo passo será encontrar os parceiros certos para que o produto tenha uma maior implantação no mercado.

“Como sabe Portugal tem realmente muitos problemas nessa matéria. Aliás basta dizer que as grande feiras internacionais de jogos e brinquedos não têm nada a ver com o nosso país, são na Alemanha e nos Estados Unidos. É aí que os grandes negócios se fazem e um produto como o “Trench” deveria estar nesses mercados”.

Quanto ao jogo propriamente dito Rui Alípio diz que bastam 10 a 15 minutos para se aprender a jogar.

“A parte da mecânica do jogo, as chamadas regras geométricas e matemáticas, é muito fácil para qualquer pessoa poder assimilar. Digamos que as pessoas em 10 ou 15 minutos já aprendem facilmente a jogar. Quanto à implementação mental da estratégia do jogo essa está ao nível do xadrez”.

Neste momento ainda não está identificado o mestre do “Trench” “isso ainda vai levar algum tempo até porque o jogo é relativamente novo e ainda há pouca gente a jogar”.

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A critica internacional em relação ao jogo tem sido muito positiva como revela Rui Alípio. “A critica tem dado nota máxima ao jogo não só considerando-o um jogo muito bonito em termos de design e grafismo, mas também um jogo muito avançado em termos de técnica de estratégia”.

Quem joga pela primeira vez rapidamente se torna fã e neste momento, garante Rui Alípio, “o “Trench” já está a criar um movimento”. Jogado a dois como no xadrez, o “Trench” pode ser jogado por crianças a partir dos 6 ou 8 anos “até aos 99 anos como se costuma dizer”.

“O “Trench” é considerado o xadrez da era moderna, o xadrez do século XXI. É um jogo reinventado, é como se tivéssemos ressuscitado os clássicos e os grandes jogadores de xadrez já o consideram uma alternativa credível”.

trench 6A atestar a credibilidade do “Trench” está o interesse da Federação Internacional de Xadrez em ajudar a formar a Federação Internacional de “Trench”.

“O caminho que foi aberto à escala internacional pelo xadrez cria condições para que o “Trench” se apresente como o irmão mais novo do xadrez”.

A ideia de criar o “Trench” surge, segundo Rui Alípio, com a intenção de “quebrar a hegemonia do xadrez, mudar o paradigma e isso, sem falsa modéstia, acho que foi conseguido”.

Mais do que criar um jogo a intenção de Rui Alípio foi criar um conceito em termos de obra que deixasse um legado.

“Julgo que a melhor maneira de fazer isso era retratar num clássico jogo de tabuleiro algo da história universal como foi a primeira guerra mundial”.

O “Trench” tem exatamente o mesmo número de casas e de peças do xadrez. Depois de concluída a versão digital, o passo seguinte será avançar para uma versão lowcost do “Trench”. Depois disto o céu é o limite, refere Rui Alípio que avança com inúmeras possibilidades inspiradas no novo jogo.

“Todos os segmentos de mercado podem e devem ser convenientemente explorados. Desde a moda à alta costura, desde a alta joalharia à decoração de luxo, passando por versões em todo o tipo de materiais, o “Trench” é uma fonte inesgotável de possibilidades”, admite.

trench 5Mas para que o “Trench” possa chegar mais longe são necessários meios financeiros, um problema que não é fácil de ultrapassar como explica o seu criador.

“Enquanto para nós é muito complicado para uma multinacional seria extremamente simples e portanto aproveito para deixar o convite para que as grande empesas coloquem os olhos em cima do “Trench” porque a sua patente tem muito valor”.

Mais do que um jogo o “Trench” é uma obra e mais do que uma obra é uma marca 100 por cento portuguesa que já está patenteada não só na Europa mas também nos Estados Unidos e Brasil.

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