Os últimos indicadores do desemprego registado, medido pelo número de inscritos nos centros de emprego nacionais, trazem boas notícias. A informação é avançada pelo Jornal Jornal Expresso que diz que é preciso ler essas notícias com alguma reserva.
O mês de fevereiro fechou diz aquele jornal “com um total de 344.264 desempregados inscritos, o número mais baixo desde que a economia e o mercado de trabalho foram impactados pela pandemia de covid-19, em março de 2020, mostram os dados divulgados na segunda-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Embora os números pareçam indicar que o pior já passou, a análise detalhada da evolução do desemprego registado por concelhos mostra que em 58% do território do continente o número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego ainda se encontra acima do registado antes da pandemia.
Os 344.264 desempregados contabilizados em fevereiro deste ano pelo IEFP comparam com 315.562 que o país registava no mês homólogo de 2020, que foi também o último livre dos impactos da pandemia de covid-19.
Quando em março os primeiros casos começaram a ser contabilizados e o Governo impôs o primeiro confinamento geral para travar a evolução da pandemia em território nacional, o número de inscritos nos centros de emprego nacionais logo disparou. Em maio desse ano o país já tinha ultrapassado a fasquia dos 400 mil desempregados registados.
Com os números do mês passado, o país regressa a níveis em linha com o primeiro mês da pandemia, mas ainda acima do cenário pré-pandémico, fevereiro de 2020. O desemprego registado em fevereiro deste ano representa uma diminuição em cadeia de 3,3%, ou seja, o país tem menos 11.604 desempregados inscritos do que no mês anterior, janeiro deste ano, e uma redução homóloga (face a fevereiro de 2021) de 87.579 (-20,3%) desempregados.
Mas, recuando a fevereiro de 2020, o cenário inverte-se: o país ainda contabiliza mais 28.702 (9,1%) desempregados inscritos nos centros de emprego.
A análise realizada pelo Expresso à evolução do desemprego nos vários concelhos do país durante a pandemia de Covid-19 – realizada com base nos indicadores fornecidos mensalmente pelo IEFP, mas que não fornecem dados desagregados para as regiões autónomas -, mostra que há ainda caminho a percorrer até à recuperação.
A comparação com o mês de fevereiro de 2020, último mês em que o mercado de trabalho e a economia não estavam impactados pelos efeitos da pandemia, mostra que 160 concelhos, ou seja, 57,6% dos 278 que compõem o continente, ainda registam um número de desempregados inscritos superior ao pré-pandemia.
Fonte: Jornal Expresso
FOTO: Jornal Expresso