17.1 C
Caminha Municipality
Sexta-feira, 19 Abril, 2024
spot_img
InícioRubricasEmpreende +Metalocaminha aposta na internacionalização

Metalocaminha aposta na internacionalização

 

Localizada na fronteira de duas freguesias do concelho de Caminha, Lanhelas e Vilar de Mouros, a Metalocaminha é uma empresa que se dedica à concepção, fabricação e montagem de trabalhos e estruturas metálicas.

DSC_2751

Fundada em finais de 1999 pela mão de 3 sócios: Filipe Lima, António Pita Guerreiro e Morais Vieira, a empresa começou a laborar em 2000 e, em 2001, junta-se um novo sócio, Sérgio Meira.
O Empreende + desta semana foi visitar as instalações da Metalocaminha situadas no Lugar do Couto, na freguesia de Lanhelas. Estivemos à conversa com um dos membros do Conselho de Administração, o Engenheiro Filipe Lima, e com Sérgio Meira que nos deram a conhecer um pouco mais desta empresa onde trabalham 16 pessoas.

Apostada em manter o mercado nacional que ao longo dos últimos anos foi conquistando, a Metalocaminha está agora de olhos postos na internacionalização. A procura de novos mercados é uma das prioridades e até tem corrido bem, segundo Filipe Lima.
“Já conseguimos implementar a Metalocaminha no concelho e arredores e neste momento estamos com uma taxa de internacionalização bastante aceitável, a rondar os 35%. A aposta na internacionalização não é recente, é um trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos. Neste momento a Metalocaminha está relativamente bem implementada em França, já desenvolvemos alguns trabalhos em Espanha, Angola e também em Moçambique”.

DSC_2718

O forte em termos de exterior é o mercado Francês onde neste momento a Metalocaminha tem uma equipa de 4 funcionários a desenvolver trabalho.

“Temos tido uma boa aceitação em França porque há um mercado que continua a funcionar muito bem graças à grande taxa de emigrantes portugueses que vive naquele país. Isso facilita muito o contato porque como falamos todos a mesma língua a comunicação acaba por ser muito fácil. Depois a distância, se compararmos com outros locais, também não é assim tão grande. Neste momento temos lá 4 funcionários a aplicar trabalhos que foram feitos aqui nas nossas instalações e que posteriormente foram enviados para França para colocação”.
Moçambique e Angola são dois mercados que a Metalocaminha também quer conquistar. “O que temos feito para Moçambique e Angola é sobretudo na parte de concepção/construção, ou seja temos lá uma empresa que é a Tensai com quem temos trabalhado e para quem temos produzido uma série de ferramentas. Também já construímos um edifício”.
Trabalhar para outros Continentes não tem sido uma tarefa fácil revela Filipe Lima que aponta algumas dificuldades.

“Estamos a falar de um tipo de trabalho que não é fácil de implementar até pelo elevado volume dos materiais que utilizamos. Como é óbvio a colocação acaba por ser um trabalho mais difícil quando comparado com outros locais, como por exemplo França. Depois existe também o problema dos transportes e dos vistos que são necessários”.

DSC_2727

Para além dos mercados onde já está e que pretende aprofundar, a Metalocaminha quer chegar mais longe.

“Queremos aprofundar o mercado europeu, nomeadamente França e Espanha e eventualmente tentarmos junto com os nossos parceiros, nomeadamente a Metaloviana, tentar trabalhar o Norte de África. Inclusive ainda ontem fomos contatados no sentido de podermos fazer uma obra em Cabo Verde onde já temos alguns trabalhos”.
O crescimento da Metalocaminha que se traduz no volume de faturação registado ao longo dos anos, tem sido outra das preocupações da gerência, como explica Filipe Lima.
“A evolução em termos de faturação de volume de negócios da Metalocaminha acaba por representar um pouco aquilo que tem sido a atitude de crescimento que nós temos tentado introduzir na empresa. Felizmente os resultados têm sido positivos. Há um ano ou outro com variações mas isso é normal. Se verificarmos o gráfico de evolução percebemos que ele é progressivo e não o contrário, isso dá-nos uma esperança em relação ao futuro. Os números mostram que estamos a ater algum sucesso. É vidente que se nos perguntarem se é isto que nós quero, a resposta é que queríamos muito mais, mas dentro do que há estamos satisfeitos”.

A crise que o país esta a atravessar também teve as suas consequências na Metalocaminha já que empresa trabalha em paralelo com a construção civil, um setor que nos últimos anos sofreu um retrocesso bastante acentuado.

“É óbvio que temos tido algumas dificuldades, principalmente no mercado local. Temos sentido dificuldade em encontrar novos clientes e tem sido difícil fazer novos trabalhos para os clientes que já tínhamos porque eles também não têm trabalho. Portanto sobretudo nesta zona de Caminha nota-se que houve um decréscimo muito grande de trabalho. O que temos feito quer nesta como em outras empresas a que estamos associados, é diversificar o mercado para não estarmos só à espera dos mesmo clientes porque isso normalmente não dá certo. A nossa sorte é que temos vários clientes e vários locais de trabalho, o que tem funcionado”.
A aposta nas parcerias foi outra das formas encontradas para colmatar alguma falta de trabalho que se tem vindo a sentir.

“ Temos bons parceiros com que trabalhamos, nomeadamente a Metaloviana com quem temos uma parceria desde sempre. Eles contam conosco para determinados trabalhos e nós contamos com eles na medida em que têm um volume de negócio muito superior ao nosso o que também nos garante alguma estabilidade. Isso tem contribuído para conseguirmos fazer face á crise que se tem vivido”.
As parcerias em várias área é de resto um trabalho que a Metalocaminha quer aprofundar em colaboração com as restantes empresas onde estão inseridos, nomeadamente o gabinete de arquitetura e engenharia “Consultores”. Outra das apostas passa pela criação de produtos com marca própria
“Juntamente com a Metaloviana já fizemos uma escultura para a Bienal de Veneza, temos feito várias peças para designers aqui da zona, nomeadamente um peça que foi recentemente produzida para suporte de bicicletas, entre outras. A ideia é tentarmos criar uma série de peças de mobiliário urbano e não só, que possam ser usadas aqui no concelho. Queremos diversificar o produto”.

DSC_2730

No sentido de promover a empresa e mostrar os seus produtos, a Metalocaminha tem apostado na participação de feiras e certames quer a nível nacional quer internacional.
“Temos participado sempre que nos é possível em algumas feiras quer em Portugal quer em França e Espanha. A participação neste tipo de certames é algo que queremos aprofundar mas para isso precisamos de alguma ajuda da parte do município que poderá passar por um impulso em termos de publicidade. Uma das formas disso acontecer seria por exemplo a divulgação das empresas sempre que o município se deslocasse ao estrangeiro ou a qualquer parte do país. Mas sim, temos uma grande preocupação em mostrar a empresa além fronteiras”.
Quanto ao futuro, Filipe Lima diz que a estratégia passa por um reforço no mercado nacional e pelo alargamento do mercado internacional.

“O futuro passa necessariamente por uma posta mais forte na internacionalização. Vamos também continuar com esta filosofia da concepção/construção e apostar numa prestação de serviços que não passe apenas pela produção de um único produto. Queremos ser uma empresa que possa dar várias respostas ao clientes, desde a concepção e construção de simples portão à construção de estruturas mais complicadas como por exemplo um armazém ou uma nave. O que for necessário, nós fazemos., desde a peça mais pequena à maior. Estamos aqui para isso”.
Com alguns trabalhos em carteira a Metalocaminha quer continuar a crescer e a conquistar novos clientes. A maior dificuldade da empresa tem sido encontrar pessoal qualificado para trabalhar. “É muito difícil arranjar um serralheiro que quando vem para aqui saiba soldar e cortar. O que acontece é que as pessoas vêm para cá a pensar que têm alguma experiência e acabam por ser formados aqui na casa”.
Na Metalocaminha o grande mestre na arte de trabalhar o ferro é Sérgio Meira. Começou com apenas 16 anos e desde aí nunca mais parou. Serralheiro de profissão cabe-lhe a ele orientar as equipas com que trabalha, fazer medições, dar e retificar orçamentos, montar, enfim é uma espécie de “faz tudo” dentro da empresa.
Sérgio Meira já ensinou muitos “rapazes” com quem se cruzou ao longo dos anos. “Uns deram bons serralheiros outros nem tanto. É uma profissão interessante e quando se tem gosto aprende-se depressa”.
Apesar de não considerar a profissão de serralheiro mecânico uma profissão de risco, Sérgio chama a atenção para alguns cuidados que devem ser tidos em conta.
“Há cuidados que temos que ter porque manuseamos maquinaria pesada. Na parte da montagem também temos que ter cuidado porque por vezes as estruturas são em altura e obriga a cuidados especiais. O importante é não facilitar porque por vezes as pessoas pensam que já dominam e é quando acontecem os acidentes”.

DSC_2731
A aposta na formação é outra das preocupações da Metalocaminha que aponta a existência de lacunas neste setor. “Sempre que queremos dar formação aos nossos funcionários eles têm que se deslocar até ao Porto”.
Com uma área coberta de 1000m2 e 5000m2 de área descoberta, a Metalocaminha espera crescer no futuro e expandir os seus negócios além fronteiras. Para isso, a empresa espera da autarquia um maior empenho não só no que diz respeito à divulgação institucional das empresas do concelho, mas também através da criação de melhores condições, nomeadamente a sinalização dos parques empresarias como aquele em que a Metalocaminha está inserido.
Trabalhar em parceria é outra das apostas até porque o lema da Metalocaminha é: “juntos podemos ser melhores!”.
DSC_2744

- Publicidade -spot_img
- Publicidade -spot_img
- Publicidade -spot_img

Mais Populares