Caminha é o concelho do distrito de Viana do Castelo que até agora menos verbas recebeu do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR em todo o Alto Minho, isto a dois anos do programa terminar.
Os dados constam de um relatório de setembro de 2023 que revela que de um total de 178 milhões de euros que já vieram para o distrito, Caminha apenas conseguiu captar 1 milhão e 800 mil euros. Muito pouco quando comparado com os restantes concelhos. Viana do Castelo, o concelho que maior verba já recebeu (90 milhões de euros), conseguiu inclusive financiamento para a terceira ponte sobre o rio Lima na cidade.
O alerta foi feito ontem pela vereadora Liliana Silva no decorrer da reunião do executivo camarário, durante a qual sublinhou que este relatório é “arrasador” para o concelho de Caminha.
Liliana Silva deixou ainda alguns exemplos de fundos que já foram perdidos pela Câmara de Caminha nomeadamente no que toca à eficiência energética, habitação, entre outros.
Para além dos exemplos de verbas perdidas, a vereadora da OCP fez também questão de deixar alguns números que provam que Caminha é efetivamente o concelho do Alto Minho que menos dinheiro recebeu quando comparado com os restantes concelhos alto minhotos.
A vereadora terminou fazendo votos que “depois de 4 anos perdidos” e tendo em conta os dois anos que ainda restam, a Câmara comece de uma vez por todas a fazer algo “para não perder os fundos que ainda existem”.
Opinião diferente expressou o presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, que contrariando as afirmações da vereadora da oposição, garantiu que a Câmara avançou com várias candidaturas só que elas não estão contabilizadas porque ainda não tiveram desfecho. Para o autarca existem ainda dois anos pela frente para Caminha aceder a esses fundos.
Liliana Silva voltou à carga para referir que as afirmações que fez tiveram por base um relatório, e voltou a sublinhar que dois anos é muito pouco tempo para avançar com concursos, candidaturas e obras. Nesta corrida contra o tempo, a eleita da OCP considera que é altura de “pôr as mãos na massa”.
Pegando nas palavras de Liliana Silva, Rui Lages deu exemplos de candidaturas que neste momento ainda aguardam luz verde do PRR.
Liliana Silva voltou a intervir para lamentar a ausência de uma estratégia e um rumo, quer em termos infraestruturais, empresarias, energéticos e outros, que podiam ter sido suportados pelo programa, dando como exemplo Viana do Castelo que conseguiu inclusive inscrever uma nova ponte.
Rui Lages terminou fazendo votos que as candidaturas apresentadas possam trazer boas notícias para o concelho de Caminha.