A vereadora da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), Liliana Silva, lamentou ontem, na reunião de Câmara, que Caminha seja o único concelho do distrito a não ter uma tarifa social de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) destinada a famílias numerosas e carenciadas. A crítica foi feita no período da ordem do dia da reunião aquando da discussão da proposta apresentada pelo executivo, referente à atualização de tarifários de RSU para 2024.
A vereadora da oposição começou por dizer que a OCP não concordava com a proposta, lembrando que já numa Assembleia Municipal a sua bancada tinham proposto que houvesse uma redução na taxa.
Liliana Silva diz que tentou perceber como se poderiam ajudar as famílias necessitadas, mas a verdade é que quando deu conta percebeu que Caminha estava de “mãos e pés atados” para o fazer, uma vez que pertence à ADAM e por isso os consumidores estão presos à fatura.
Liliana Siva deu inclusive o exemplo do município vizinho de Cerveira onde esta tarifa social foi implementada.
A vereadora da oposição lamenta que Caminha esteja há 4 anos a ser prejudicada pelo facto da Câmara nunca ter levado à aprovação uma proposta para a criação dessa mesma tarifa social.
Em resposta, o presidente da Câmara disse que se recordava que este debate já tinha sido feito aquando da adesão do município à ADAM e na altura a Câmara considerou que não estava em condições financeiras de suportar o diferencial já que tinha que ser o município a pagar à ADAM. Tal como no passado, Rui Lages continua a dizer que a Câmara não tem condições financeiras para assumir mais um encargo.
O argumento de falta de condições financeiras não convenceu a vereadora Liliana Silva, que lembrou que a Câmara tem dinheiro para outras despesas, nomeadamente faturas de restaurantes de valores elevados.
Para agravar, Liliana Silva recordou que na altura da adesão à ADAM, a Câmara tinha usado como argumento que se Caminha pertencesse à Adam teria majoração nas candidaturas de expansão da rede de saneamento, o que segundo a vereadora não veio a acontecer, uma vez que os municípios da Adam e os que não estão na Adam vão ter tratamento igual. Não há portanto qualquer benefício, disse.
Coligação OCP a defender a criação de uma tarifa social de RSU que beneficie as famílias numerosas e carenciadas do concelho. Aquela coligação defendeu também a realização de um estudo que possa aferir o impacto que tal medida teria nas contas da Câmara caso fosse implementada.
Posta à votação, a proposta de atualização de tarifário de RSU foi aprovada pela maioria socialista.