Liliana Silva da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP) voltou a questionar o presidente da autarquia caminhense, Rui Lages, acerca da possível destruição parcial do Castro de Santo Amaro na freguesia de Riba de Âncora na reunião de câmara do passado dia 4 de Dezembro. A vereadora teve conhecimento de uma reunião do executivo com a CCDR-N (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte) no local e quis saber o resultado da mesma e se há ou não destruição do património arqueológico. Rui Lages garante que aquela entidade não constatou qualquer destruição. Liliana Silva acusa o autarca de não estar a dizer toda a verdade porque lhe foi dito nessa mesma reunião ter havido destruição e que isso mesmo foi atestado pelos técnicos da CCDR-N.
A vereadora da OCP voltou a questionar o executivo acerca do Castro de Santo Amaro, mais concretamente para saber qual o resultado da reunião que a autarquia manteve com a CCDR-N, de que teve conhecimento.
Liliana Silva perguntou ainda o porquê de a ficha técnica do referido Castro não estar disponível para consulta pública no PDM no site do Município. A vereadora acrescentou ainda que ao não conseguir consultá-la, foi obrigada a requerê-la à Câmara Municipal, pagando para isso 3,50€, contrariando desta forma o livre acesso à informação municipal garantido às oposições.
Em resposta, Rui Lages deu conta da reunião que manteve com os técnicos daquela entidade, acompanhado pelo Chefe de Divisão do Urbanismo, pelo presidente e tesoureira da junta de Riba de Âncora, pelo arquiteto António Pita Guerreiro – enquanto técnico que acompanha estas matérias “por parte da junta de freguesia” – e pelos bombeiros sapadores daquela freguesia. Segundo o presidente, nessa reunião constatou-se, através do PDM, que as intervenções executadas no pomar e vinha comunitárias estão “muitíssimo longe” dos 50 metros da área de proteção da capela de Santo Amaro.
Rui Lages salientou ainda a recomendação da CCDR-N para alargar a área de proteção, que considera “curta”, e voltou a garantir que não houve qualquer destruição nas intervenções efetuadas no local, posição que já tinha assumido anteriormente.
Para Liliana Silva não há dúvida que houve destruição naquele castro, e isso mesmo foi dito ao presidente nessa reunião, atestado pelos técnicos da CCDR-N. A vereadora estranha que Rui Lages, em momento algum, não assuma esse facto na sua intervenção, acusando o presidente da Câmara de “estar a florear” à volta do assunto.
Em relação ao ‘caminho João Gabriel’, inaugurado em Agosto de 2021, Liliana Silva não compreende como não se pediram pareceres às entidades se o caminho termina na área protegida da Capela de Santo Amaro.
A vereadora da OCP voltou a salientar que houve destruição de parte da muralha no Castro de Santo Amaro e que a Câmara tinha conhecimento do alerta dos arqueólogos, que enviaram um email para o município no início deste ano. Segundo Liliana Silva, esses mesmos arqueólogos recorreram posteriormente à oposição “em desespero de causa”, porque a Câmara nada fez.
O Jornal C questionou a CCDR-N no dia 27 de Novembro para saber se esta entidade tinha conhecimento da situação, se tinha recebido alguma queixa acerca da destruição de uma parte do Castro de Santo Amaro e quais os procedimentos a tomar caso esta se verificasse, mas até ao momento ainda não recebemos qualquer resposta.
Cada cavadela cada minhoca…
Com a Câmara de Caminha é mais:
“Cada cavadela cada trapalhada”!