Os vereadores da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP) votaram contra as contas de 2023 apresentadas ontem pelo executivo socialista, na reunião de Câmara. O saldo positivo no valor de 690 mil euros apresentado pela Câmara não convenceu a oposição, que disse mesmo que esse saldo positivo só foi possível porque a Câmara não pagou a quem deve.
Para a eleita da OCP o documento apresentado pelo PS omite informações, nomeadamente para onde foram os 300 mil euros do CET; contém mapas errados, não revela estratégia e é insultuoso no preâmbulo. “É mais do mesmo”, disse.
Estas e outras razões justificaram o voto contra dos vereadores da oposição que, pela voz de Liliana Silva, acusaram Rui Lages de não ter capacidade técnica para defender as contas, limitando-se a fazer “politiquice”.
O “aproveitamento” grosseiro de tudo o que são atividades de privados como se fossem atividades da Câmara, foi outra das críticas apontadas por Liliana Silva.



A subida da despesa corrente, o aumento “brutal” de impostos cobrados aos munícipes, bem como o aumento das rendas sociais, foram outras razões apresentadas pela OCP para votarem contra o relatório de contas.

Apesar de ter recebido 70 mil euros da AdAM, a Câmara recusou implementar tarifa social às famílias mais necessitadas, uma decisão que mereceu duras criticas da oposição.
Liliana Silva chamou ainda atenção para os inúmeros erros e omissões do documento, sublinhando o “desaparecimento” das imparidades dos 300 mil euros do CET.

A eleita criticou o executivo por não dizer uma palavra sobre o aumento dos juros por via da dívida à Luságua, bem como a diminuição “brutal” dos apoios concedidos às famílias com necessidades.



Quanto aos resultados positivos anunciados pela Câmara, “só foram possíveis porque a Câmara não paga a quem deve”, disse.
O pagamento de uma fatura no valor de 5.960 euros relativa a refeições pagas a funcionários da Câmara que estiveram a trabalhar no Festival de Vilar de Mouros, levantou muitas dúvidas à vereadora da oposição que exigiu explicações.

Os erros no mapa da capacidade de endividamento do município foi outro dos reparos.

Liliana Silva considerou mesmo que os valores apresentados nesse mapa não são os corretos.
Por fim e referindo-se ao relatório dos revisores oficiais de contas, Liliana Silva destacou as várias reservas apontadas pelos técnicos. Confira o anexo.
Vereadores da oposição a justificarem porque votaram contra as contas de 2023 apresentadas ontem em reunião de Câmara pelo executivo socialista.
À descrição detalhada das críticas e erros apontados pela oposição, o presidente do executivo Rui Lages não deu qualquer resposta ou esclarecimento.