Um almoço num restaurante do concelho pago pela Câmara de Caminha “com dinheiro de todos os caminhenses” a várias entidades envolvidas que colaboraram na organização do mês sénior, iniciativa da autarquia que decorreu no passado mês de outubro dedicada aos séniores do concelho, foi considerado pela Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), “um despesismo” e “falta de vergonha política”.
O reparo foi feito pela vereadora da OCP na última reunião do executivo realizada na passada quarta feira. Liliana Silva lamentou este “despesismo público” na área social,”quando falta tanto dinheiro para ajudar quem mais precisa”.
Para Liliana Silva “se queriam agradecer o apoio das instituições na realização do mês sénior tinham usado o dinheiro para comprar equipamentos para as mesmas”, sugeriu.
Dirigindo-se à vereadora Sandra Fernandes, responsável pelo pelouro da ação social, a vereadora Idalina Fernandes da OCP também disse ser completamente contra este tipo de despesismo, lamentando que parte dos seus impostos sejam aplicados em almoços e jantares. Para a eleita, este tipo de gastos equivale a “falta de vergonha política”.
Em resposta às criticas da oposição, a vereadora Sandra Fernandes começou por elogiar o mês sénior que considerou “muito produtivo”. Quanto ao almoço disse que o mesmo representou “um pequeno mimo” de agradecimento aos parceiros da iniciativa.
Liliana Silva voltou à carga para dizer que “os mimos” são pagos com o dinheiro do próprio bolso e não com o dinheiro de todos. A eleita da oposição lamentou ainda que as atividades propostas nesta iniciativa, que considerou bem organizadas, não tivessem chegado a todos os séniores em geral, limitando-se aos que estão institucionalizados.
E por falar em despesismos e almoços oferecidos pela Câmara, Rui Lages considerou que não é um almoço “simbólico” com menos de 10 pessoas que põe em causa a Ação Social da Câmara. O autarca, sem quantificar quanto custou o almoço que reuniu os presidentes de junta que aceitaram o convite, representantes das instituições parceiras e membros do executivo, lembrou almoços feitos no passado na Galiza com apenas quatro pessoas para comemorar o 25 de Abril, esses sim de valores avultados também pagos com o dinheiro dos munícipes.
Em resposta, Liliana Silva lamentou que o presidente da Câmara justifique o “despesismo” atual com almoços realizados há 20 anos. A eleita reiterou o seu desacordo pela forma como a Câmara gasta o dinheiro dos munícipes e lembrou que no concelho de Caminha, atualmente, “passa-se fome.”
Excertos da última reunião do executivo caminhense do passado dia 6 de Novembro no renovado edifício dos Paços do Concelho.