A Câmara aprovou esta quarta feira, 7 de fevereiro, em reunião do executivo, 2 protocolos de apoio direto à Associação Triatlo de Caminha, para a realização do Triatlo Longo de Caminha, a Meia Maratona Sunset e a Corrida de São Silvestre, no valor total de 25 mil euros.
De fora das duas propostas, ficou a quantificação de praticamente todas as despesas de instalação e logística que o município assume na realização daquelas provas. O licenciamento, as autorizações administrativas, o policiamento, apoio médico e/ou paramédico, meios logísticos humanos e materiais, baias, pontos de luz, espaços de apoio às provas (balneários e instalações sanitárias), condições de segurança rodoviária, promoção e divulgação dos eventos, 1 outdoor e 6 WC’s portáteis, tudo fica a cargo da autarquia, conforme foi amplamente descrito nos protocolos levados à última reunião do executivo, que pode conferir abaixo.
Liliana Silva, vereadora da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), não compreende a razão das responsabilidades da Câmara de Caminha não estarem quantificadas e que todos estes “pontos a mais” deveriam ser contabilizados e apresentados antes de se aprovar os protocolos.
Apesar destes eventos serem realizados há alguns anos – no caso do Triatlo Longo de Caminha é já a 12ª edição e de no último orçamento aprovado em Dezembro constar uma dotação financeira para as 3 provas de 51 mil e 100 euros, sendo que para o Triatlo está destinada uma verba de 30 mil e 500 euros – mesmo assim não foi possível, segundo a vereadora Liliana Ribeiro, precisar os valores de todos estes encargos da Câmara Municipal para a realização das provas, uma vez que, segundo a autarca, depende da duração e do trajeto das mesmas.
Apesar da vereadora eleita pelo Partido Socialista ter assumido na reunião que estes custos também dependem do trajeto das provas, já é possível numa pesquisa rápida ao site da Associação Triatlo de Caminha, conferir que o trajeto do Triatlo Longo já está concluído (podendo até ser descarregado em PDF), sendo até possível fazer inscrições na prova e conhecer os seus horários.
Nuno Valadares, vereador da OCP, defende que o trajeto destas provas deveria ser repensado para diminuir o impacto dos constrangimentos no comércio local e até para os moradores ou visitantes. O autarca reitera ainda que deveria ser feito um estudo do impacto económico destas provas no concelho de Caminha, algo que tem vindo a pedir todos os anos e que nunca foi atendido.
As 3 provas desportivas, já com datas marcadas (18 de Maio, 15 de Junho e 7 de Dezembro) provocam inúmeros constrangimentos ao normal funcionamento do concelho de Caminha, impedindo o acesso à vila por parte de turistas, visitantes e até moradores, criando também grandes prejuízos em várias atividades económicas instaladas no espaço onde decorrem as provas, especialmente por tratar-se de períodos de grande afluência turística ao concelho de Caminha, o que torna estes prejuízos ainda maiores para as empresas locais.
Os vereadores da oposição sublinharam que os comerciantes são os mais prejudicados durante as provas e muitos até fecham as portas nesses dias/fins de semana.
Rui Lages, presidente da Câmara Municipal de Caminha, assegurou que os constrangimentos este ano irão ser minimizados – na medida do possível – e que já reuniram através do Gabinete da Proteção Civil Municipal com as entidades, nomeadamente o Comando Territorial da GNR, a Capitania do Porto de Caminha e os 3 elementos da organização, para melhorar o percurso e permitir alguma fluidez no concelho.
Liliana Silva lamentou que o Presidente da Câmara apenas tenha reunido com as entidades que asseguram a segurança da prova e se tenha esquecido de falar com os que pagam “com elevadíssimos impostos”, comerciantes e restantes munícipes, a realização destas provas. Para a vereadora, a falta de entendimento com os lesados por estes eventos no espaço urbano compromete o sucesso destes eventos desportivos.
Rui Lages referiu ser difícil reunir com os comerciantes por serem muitos os afetados na zona interdita à circulação por estas provas, limitações que afetam também o vizinho concelho de Vila Nova de Cerveira.
No entanto, Liliana Ribeiro contradisse o presidente do município, garantindo que as reuniões não se limitaram às entidades referidas pelo presidente e que todos – município, associação e entidades – ouviram todos, incluindo comerciantes. A vereadora deixou a garantia de que este ano “a vila não vai ficar fechada, como ficou nos outros anos.”
Liliana Silva voltou à carga e garantiu que o município não ouviu todos os comerciantes, e que a restauração, conforme afirmou Liliana Ribeiro, também não esteve “cheia de clientes”, tendo vários restaurantes e outros comércios fechado portas nesse dia.
A vereadora da OCP não concorda com a localização do início e fim das provas, na Praça Conselheiro Silva Torres (Terreiro), em prejuízo dos comerciantes e moradores lá instalados, havendo na sua opinião a alternativa do Parque Municipal e do Largo da Feira para instalar toda a logística necessária a estes eventos.
Excertos da última reunião de câmara, no passado dia 7 de Fevereiro, onde foram aprovados os apoios financeiros à Associação Triatlo de Caminha para a realização do Triatlo Longo, Meia Maratona e Corrida de São Silvestre, cujos percursos e condições se mantêm, segundo os protocolos, idênticos às edições dos anos anteriores. Com a aprovação de um apoio direto de 25 mil euros e a assinatura de 2 protocolos, não foi possível saber quanto custam afinal estes 3 eventos ao município de Caminha.