O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje ter sido “colhido de surpresa” com a proposta da Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho de completar o Plano Ferroviário Nacional (PFN) com uma linha entre Arcos de Valdevez e Ponte de Lima.
“Para mim é uma novidade. Não faço a mínima do que seja. Fui colhido de surpresa com essa notícia”, afirmou Luís Nobre, na reunião do executivo municipal.
O autarca socialista respondia ao vereador independente Eduardo Teixeira, que deu conta de uma notícia hoje publicada pelo jornal galego Faro de Vigo.
De acordo com o jornal, “a CIM Alto Minho apresentou ao Governo central o seu contributo ao PFN, no qual incorpora pequenas ações para melhor estruturar a sua região e maximizar os benefícios do comboio na mesma”.
“Acredito pouco na solução, mas serei solidário com os meus colegas. Às vezes não ajudam a atrair e a fixar, bem pelo contrário, ajudam a esvaziar os territórios. A mim não me choca que se apontem caminhos. Há até quem defenda o prolongamento do metro até Viana do Castelo, mas depois é preciso perceber qual a eficácia destas infraestruturas”, disse Luís Nobre.
Segundo o autarca, a “defesa” do Alto Minho deve ser a Linha do Minho, que “serve de forma mais ampla e transversal” toda a região, enquanto a proposta da CIM hoje noticiada pela impressa espanhola “servirá cerca de quatro ou cinco empresas ou cerca de 20 mil habitantes”.
A proposta, segundo o jornal, aponta para “a construção em Ponte de Lima de uma paragem da nova linha de alta velocidade, que serviria de “Estação Intermédia do Alto Minho”, para reduzir o tempo de viagem para Braga (menos de 20 minutos) e para o Porto (cerca de uma hora), com uma paragem também no seu aeródromo. Esta revolução na conetividade estender-se-ia também à Galiza e aos distritos do sul do país, como Aveiro, Leiria e Coimbra”.
“Para tal, propõe-se a construção de uma nova linha ferroviária convencional paralela à atual A27, servindo de eixo transversal complementar ao prometido para o ano de 2032. Este eixo ligaria Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima a Viana do Castelo e ao seu porto”, refere o Faro de Vigo.
A CIM Alto Minho “sublinha que esta ligação permitirá aumentar as exportações da região, que é altamente especializada em indústrias transformadoras e no setor florestal”, adianta a noticia.
“É precisamente este tipo de tráfego que mais beneficiaria com o novo ramal na foz do rio Lima, onde se destacam também a energia eólica ‘offshore’ e a carga a granel”, acrescenta.
O jornal galego refere que, “apesar da orografia complicada da zona, a escolha de uma linha convencional permitiria reduzir o investimento necessário para uma linha que serviria principalmente de vaivém para os comboios rápidos do interior ou para os comboios regionais que continuariam a circular entre Caminha e Nine, a sul de Braga”.
Lusa