Evento tem lugar em Vila Praia de Âncora de 8 a 18 de Agosto
Uma Bolonhesa de Espadarte “que ainda não está batizada”, é a grande novidade da edição deste ano do Festival do Bife de Espadarte, certame que vai decorrer em Vila Praia de Âncora de 8 a 18 de agosto.
Tal como nas edições anteriores, o Festival tem lugar numa tenda gigante colocada à beira mar, com uma vista privilegiada sobre o Atlântico.
O Festival, que este ano completa a sexta edição, atrai todos os anos até Vila Praia de Âncora milhares de comensais que não dispensam este produto de excelência pescado pelo armador local, António Cunha.
Para nos revelar o que vai acontecer este ano, o Jornal C esteve à conversa com o organizador e a sua esposa, Alexandra Cunha, a grande alma deste projeto familiar que reúne todos os anos um staff constituído por mais de 30 pessoas.
“É verdade o Festival do Espadarte está de regresso pelo sexto ano consecutivo a Vila Praia de Âncora e aquilo que nós enquanto organização esperamos é que tudo corra bem como nos anos anteriores.
Este ano vamos uma vez mais apresentar uma nova forma confeccionar o espadarte, trata-se de uma espécie de bolonhesa que ainda não tem nome”, revela.
O Festival do Bife de Espadarte é um evento que dispensa apresentações, desde a primeira edição que se revelou um sucesso e o seu crescimento de ano para ano tem sido uma realidade sendo já uma referência a nível nacional
“Todos os anos se tem verificado um crescimento na ordem dos 15 a 20 por cento o que é de facto notável. Se pensarmos que há meia dúzia de anos o espadarte era praticamente um desconhecido, hoje isso já não acontece e muitas pessoas até já tiram férias na altura do festival para virem de propósito aqui. Para nós isso é muito bom porque só assim faz sentido todo este trabalho”, explica.
Segundo as contas da organização, ano passado passaram pela tenda para comer espadarte cerca de 13 mil pessoas, um número que António Cunha gostava de ver ultrapassado na edição deste ano.
Mas organizar um evento desta natureza não é tarefa fácil, que o diga Alexandra Cunha responsável pela cozinha e pelos milhares de refeições que são servidas durante os 10 dias.
Para que tudo funcione na perfeição, a organização e a coordenação entre as 30 pessoas que diariamente ali trabalham é fundamental.
O dia começa bem cedo na tenda como revela Alexandra Cunha.
“A primeira tarefa do dia é preparar as refeições para o pessoal que está a trabalhar no Festival. Não é fácil porque é preciso fazer todos os dias uma comida diferente que tem que estar pronta antes de começarmos a servir as pessoas. Depois do pessoal terminar a sua refeição é que começamos a servir. Cada um já sabe o que tem que fazer e de uma forma geral corre tudo bem”.
Todas as refeições que são servidas na tenda são feitas na hora, uma regra que Alexandra Cunha não dispensa.
“Ás vezes as pessoas esperam um bocadinho mas isso é inevitável porque tudo o que nós servimos é feito no memento. Aquilo que eu não gosto para mim também não sou capaz de servir aos outros e por isso é tudo confeccionado no momento”, explica.
O espadarte é muito versátil e durante 10 dias pode ser degustado de variadíssimas formas. Além da novidade já apresentada e que este ano introduz a massa pela primeira vez, o espadarte pode ser consumido em forma de bife grelhado na brasa, vinagreta, filetes, em sopa e até em hambúrguer a pensar no público mais jovem, entre outras.
Na calha pode estar já mais uma novidade como revela ao Jornal C António Cunha.
“Há uns dias atrás esteve cá um amigo meu espanhol que está a desenvolver uma conserva de espadarte que é uma maravilha. Eu já provei e posso garantir que é uma especialidade. Já lhe pedi a receita e de futuro pode ser mais uma opção”, avança.
Quando há seis anos atrás António Cunha pensou neste projeto, o seu grande objetivo era dar a conhecer um produto de qualidade que para muitos não passava de um ilustre desconhecido. Ao mesmo tempo que dava a conhecer o potencial deste peixe, o armador tinha um sonho que era transformar Vila Praia de Âncora na Capital do Espadarte não só durante os 10 dias do Festival, mas durante o ano todo. Para isso convidou os restaurantes locais a incluírem nas suas ementas o espadarte. A adesão foi boa e hoje já é possível ir a Vila Praia de Âncora em qualquer altura do ano e comer espadarte.
“Isto é uma realidade e só por isso penso que já valeu a pena. Hoje muitas pessoas associam o nome de Vila Praia de Âncora ao espadarte graças a este festival”, garante.
Ao fim de seis edições e de muito trabalho, António Cunha lamenta o pouco apoio e falta de reconhecmento que é dado a este Festival pela autarquia.
“Eu gostava de ter mais apoio por parte da autarquia. Organizamos o festival há seis anos e julgo que devíamos ter um pouco mais de reconhecimento da parte da autarquia. A Câmara devia fazer mais publicidade e não faz. Aliás só para ter uma ideia, nós íamos colocar uns outdoors nos espaços da Câmara e quando lá chegamos já estavam ocupados com outros eventos. É uma pena e eu às vezes fico a pensar se será por ser eu a organizar. Eu só pedia que se desse a mesma importância que se dá a outros eventos que são realizados no Vale do Coura como é o caso do Festival da Cerveja ou do Festival de Vilar de Mouros.”, atira.
Mas apesar de tudo António Cunha diz que é com muito prazer que faz este festival que dá nome ao seu concelho e à sua vila, “um dos locais mais bonitos de Portugal”.
Até ao dia 8 de Agosto, a “grande família” do Festival do Espadarte prepara-se para que durante 10 dias nada falte aos milhares de comensais que uma vez mais são esperados em Vila Praia de Âncora. À espera deles está a simpatia, a qualidade do serviço e um produto de excelência que dá pelo nome de espadarte.