O tempo ajudou, as nuvens afastaram-se e o sol apareceu para permitir que mais uma vez a Cruz Pascal atravessa-se o Rio Minho, no tradicional e emblemático Lanço da Cruz, entre Cristelo Covo, em Valença e Sobrada, em Tomiño (Galiza).
Esta foi uma edição especial que contou com a presença de uma equipa da Direção Geral do Património Cultural que está a avaliar a candidatura desta tradição ao inventário nacional do Património Cultural Imaterial . A candidatura foi formulada pelo Município de Valença, em parceria com a Fábrica da Igreja de Cristelo Covo e a Comissão de Festas de Srª. da Cabeça.
Pelas 16h00, o pároco com a Cruz Pascal, entrou num barco de pesca e dirigiu-se até ao meio do rio. A meio do rio encontraram-se as duas cruzes, beijadas pelos párocos e comitivas. A portuguesa seguiu para Sobrada e a galega para Cristelo Covo, sendo dada a beijar nas duas margens, entre o soar dos bombos, das pandeiretas, das castanholas, concertinas e gaitas de foles.
A comitiva portuguesa, além de muitos pescadores e populares, contou, com a presença do Presidente da Câmara Municipal, José Manuel Carpinteira, do Presidente da Assembleia Municipal, José António, Cerqueira, do vereador Arlindo de Sousa, do Presidente da União de Freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão, Diogo Mota, das técnicas do Município, da equipa da Direção Geral do Património, entre outros.
Milhares de minhotos e galegos encheram as duas margens do Rio Minho, nesta festividade onde a tradição, a fé e a devoção misturam o cristianismo com os mais antigos cultos pagãos das águas.