O Governo, através da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, vai gastar mais de 430 mil euros numa nova dragagem do portinho de Vila Praia de Âncora para extrair apenas um quarto dos inertes que impedem os pescadores locais de navegarem normalmente no porto, pondo a vida em risco. Vão ser dragados entre 50 a 60 mil metros cúbicos de areia, quando os inertes que assoreiam aquele porto de pesca do concelho de Caminha são quatro vezes mais.
O anúncio do desassoreamento vem ao encontro das reivindicações dos pescadores locais, que, contudo, admitem que a intervenção não é suficiente. O problema do assoreamento do porto é recorrente. No ano passado, o Governo adjudicou outra intervenção de emergência por cerca de 400 mil euros, mas 15 dias após ter sido concluída, o porto já estava novamente assoreado.
O presidente da associação de pescadores de Vila Praia de Âncora, Vasco Presa, lembra que os profissionais da pesca há muito que reivindicam uma solução diferente para o porto de mar: uma extracção de areias por sucção que será até mais barato para os cofres do Estado.
O projecto foi adjudicado pela Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos e tem um prazo de execução de 45 dias. No porto de pesca de Vila Praia de Âncora atracam actualmente cerca de 20 embarcações que dão trabalho a quase 70 pessoas.