Um ano. É o prazo que os pescadores têm para fazer oposição ao projecto da União Europeia que propõe a proibição da utilização das redes de deriva na pesca, pondo assim em causa a faina de espécies como a sardinha. Os pescadores do Litoral Norte estão preocupados, mas sabem que têm do seu lado o tempo e todos os eurodeputados portugueses, mas também os espanhóis, italianos e francesas que estão contra a proposta, que ainda nem sequer surgiu na mesa das negociações. É o que afirma o represente dos pescadores de Vila Praia de Âncora, Vasco Presa.
Representantes de oito municípios do Litoral Norte e das respectivas associações de pescadores estiveram reunidos ontem em Caminha, a convite da autarquia local, para tomarem uma posição comum relativamente ao problemas das redes de deriva. Do encontro saiu a decisão de pedir uma reunião urgente com a Ministra da Agricultura e Pescas, para lhe dar a conhecer a preocupação com a proposta de proibição das redes de deriva na pesca artesanal.
O presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, Vasco Presa, que participou no encontro, diz que o que, na verdade, mais preocupa neste momento os pescadores do Litoral Norte que se dedicam à pesca artesanal é o facto de estarem englobados na quota de pesca nacional para a sardinha, que deverá esgotar-se nas primeiras semanas de Março, quando começarem a trabalhar os barcos com pesca de cerco. Os 84 barcos que se dedicam à pesca artesanal, e que apenas pescam sardinha entre Junho e Outubro, desesperam por um regime de excepção para poderem trabalhar.