A Comissão Política Concelhia do PSD de Caminha veio esta semana, através de uma carta aberta, apelar aos presidentes de Junta de Freguesia do Concelho e Membros da Assembleia Municipal, para que votem contra a proposta de PDM aprovada pela maioria socialista no executivo.
Na missiva o PSD desafia os presidentes de juta e deputados municipais a despirem a camisola partidária e a colocarem-se ao lado das populações que representam, votando contra um documento que consideram ser prejudicial para centenas de famílias do concelho, promover a desertificação e um entrave ao desenvolvimento:
“Caros concidadãos,
É notório que o executivo socialista tem tentado, a todo o custo, fazer aprovar a revisão do PDM sem que a maioria dos caminhenses tome consciência do seu conteúdo. Depois de ter iniciado o processo de consulta pública, em pleno mês de Agosto, eis que o executivo decidiu aproveitar a quadra festiva do Natal e dos Reis para aprovar a versão final do PDM. Como é do vosso conhecimento, a sessão da AM para aprovação final do documento será no dia 6 de Janeiro.
O que motivará esta estranha forma de agir? Só pode ser porque a maioria socialista tem plena consciência do mal que está a fazer ao concelho.
No período de consulta pública, apresentaram reclamações 380 cidadãos, apenas tendo sido atendidas 20% das mesmas.
O PSD apresentou uma extensa reclamação com várias sugestões concretas para melhorar o documento, mas o executivo ignorou-as por completo.
Na verdade, esta revisão do PDM é um retrocesso e um passo atrás no desenvolvimento do concelho.
A situação é de tal forma grave que, para as freguesias do interior do concelho, seria muito melhor se continuasse em vigor o anterior PDM. Na realidade, com o novo PDM, vai ser quase impossível construir nas freguesias do interior, pelo facto de terem desclassificado terrenos dotados de infraestruturas e diminuído muitíssimo os índices de construção. Vai ser impossível alguém poder construir uma moradia em Solo Rústico, por via dos índices baixos e pelas faixas de protecção florestal. Também não poderão instalar-se actividades económicas e de turismo nessas freguesias, pelo facto de apenas permitirem o máximo de 200m2.
O executivo socialista com este PDM vai matar o interior porque o condena a uma desertificação acelerada. A maioria das pessoas ainda não se apercebeu da enorme desvalorização a que este PDM vai sujeitar as suas propriedades. Tudo de forma gratuita, ao serviço de um fundamentalismo ambiental sem sentido e suicida.
De resto, o novo PDM, não traz qualquer benefício ou um novo desígnio estratégico para o concelho.
Não estimula o surgimento de novas empresas industriais ou de serviços. Não incentiva o aparecimento de actividades empresariais de turismo de qualidade. Não é por isso indutor da criação emprego, principalmente para os nossos jovens.
Como sabem, a sua aprovação só acontecerá se a maioria dos membros da Assembleia Municipal votar a favor da proposta. No entanto, quem o fizer irá ser responsabilizado, no futuro, pelas populações das freguesias. Em todas as freguesias existem dezenas de reclamações de munícipes ao novo PDM, que tiveram pareceres desfavoráveis. Podemos afirmar que, com este novo PDM estão a delapidar deliberadamente o património das pessoas pois estão a promover a desvalorização dos seus terrenos levando a perdas financeiras graves para muitas famílias. A maioria das Juntas de freguesias também tiveram pareceres desfavoráveis às suas reclamações o que indica que todas elas serão gravemente prejudicadas por este novo PDM.
Apelamos, por isso, aos membros da Assembleia Municipal, principalmente aos Presidentes das Juntas de freguesia , para deixarem os partidos de lado e se colocarem ao lado das suas populações. Esta questão está acima de qualquer interesse partidário, porque este problema prejudicará centenas de pessoas/famílias e será um entrave para o desenvolvimento do concelho, intensificando a desertificação do interior e maximizando a dificuldade de investimentos geradores de emprego.
Caminha, 2 de janeiro de 2017
PSD Caminha”
