Foi lançado o concurso público para a concessão da Casa do Outeiro, no âmbito do Programa REVIVE, com o presidente da Câmara de Paredes de Coura a enfatizar que “o turismo é PIB, emprego, coesão social e felicidade. O turismo é uma atividade económica estratégica para o desenvolvimento económico e social do país, designadamente para o emprego e para o crescimento das exportações”, sublinhou.
Nesta iniciativa online que contou com a presença da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, do presidente da CCDR-N, António Cunha, e da representante do Turismo de Portugal, Teresa Monteiro, o presidente da Câmara de Paredes de Coura, Vitor Paulo Pereira, defendeu que “o desenvolvimento inteligente é sempre consequência da convergência de um conjunto de políticas que levam à criação de emprego. O emprego é o vento social que traz paz, serenidade e estabilidade às famílias, ao mesmo tempo que faculta os meios para dar aos seus filhos uma melhor educação e um acesso mais fácil à cultura. Condição essencial para a mobilidade social ou para uma sociedade mais dinâmica, mais igual e mais justa”.
O autarca de Paredes de Coura relembrou o “milagre económico” no seu concelho, traduzido pelo crescimento de 700% entre 2013 e 2015: “Em 2013 Paredes de Coura registava um volume de exportação de 7.000.000€ que, em 2015, ascendeu a 50.000.000 €, e hoje temos um volume de exportação próximo dos 100.000.000 €. Entre os anos de 2014 e 2018 registamos um crescimento de 14% da população ativa do concelho, de acordo com os dados divulgadas pelo INE, e ainda de acordo com este documento do Instituto Nacional de Estatística o número total de pessoas ao serviço de empresas no Concelho de Paredes de Coura aumentou 40,3%”.
Da paisagem ao milagre económico
Acresce que Paredes de Coura foi também um caso de sucesso na queda do desemprego jovem, reforçado com o facto de no ano de 2018 ter sido o concelho do país que mais diminuiu proporcionalmente o desemprego, pelo que Vitor Paulo Pereira justifica o porquê de agora se avançar ao nível da oferta turística: “antes de nos atirarmos ao turismo sem cabeça e a correr para todo o lado na ânsia de rapidamente fazer trilhos, ecovias, e outros derivados, procuramos sobretudo desenhar uma estratégia mais difícil porque sabemos que os resultados demorarão mais tempo a terem sucesso, apesar de termos a consciência que serão mais sólidos e terão mais valor. Em primeiro lugar procuramos defender um dos bens mais raros, a nossa natureza, a nossa paisagem”, recordando que ainda hoje Paredes de Coura é o primeiro concelho a ter um plano de paisagem, que foi considerado pelo Conselho da Europa como um “projeto inovador de sustentabilidade e participação cívica”.
O autarca insiste que “não há turismo sem paisagem cuidada e sustentável. Paredes de Coura ainda hoje tem uma paisagem rural, verde e muito bonita. Única no país e com menos fogos cada ano, porque investimos muito na gestão florestal”, recuperando que “neste momento de pandemia, anemia económica e futuro melancólico, Paredes de Coura continua com o seu ímpeto de crescimento industrial. Neste momento prepara a implantação de 3 novas unidades industriais que serão responsáveis pela criação de centenas de novos empregos e de um novo aumento das exportações. Nos próximos 4 anos queremos estar no top 20 dos concelhos mais exportadores da Zona Norte. Vamos competir com concelhos que têm dez vezes mais população do que nós”, sublinhou.
Estabelecimento hoteleiro ou projeto de vocação turística
Os investidores interessados na concessão da Casa do Outeiro terão um prazo de 120 dias para apresentar propostas com vista a transformar o local num estabelecimento hoteleiro ou em outro projeto de vocação turística. Para esta concessão por 50 anos está prevista uma renda mínima anual de 13 800 euros (1150€ mensais). A fase de licenciamento do projeto, bem como a realização das obras devem estar concluídas no prazo máximo de 4 anos.
A Casa do Outeiro, um solar setecentista enquadrado em meio rural, em Agualonga, integra um conjunto notável de solares do concelho de Paredes de Coura, que na região são preferencialmente denominados “Casas Grandes”. Teve a função agrícola como atividade predominante, face à extensão dos dois espigueiros existentes no terreno fronteiro à casa. A propriedade possui uma área total de 10.443,30 m² e uma área edificada de 2.353,54 m², a que acresce ainda uma área de possível ampliação.
Nesta iniciativa de lançamento do concurso público para a concessão da Casa do Outeiro, no âmbito do Programa REVIVE, a secretária de Estado do Turismo aproveitou para apresentar uma mensagem de “solidariedade e esperança futura a todos o que estão a sofrer com esta situação tão difícil”, sugerido que para além de procurar assegurar “os recursos suficientes para compensar as perdas nos seus negócios”, a secretaria de Estado que tutela também “continua a promover Portugal como destino chave no turismo mundial. Isto também se faz com o programa REVIVE”, acrescentando que tem a particularidade de tornar “o território mais coeso”, concluiu.