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O QUE O COVID-19 PROVOCOU E DEMONSTROU

Vivemos neste momento em Portugal e no Mundo, um medo tremendo! Assustador! Avassalador!

São divulgados a todo o momento, números assustadores de mortes e infectados, devido ao “Coronavírus-COVID-19, por todo o Planeta.

A Economia Mundial estremece e perde “ânimo”. A tentativa de encontrar uma vacina para o “Coronavírus” estimula a investigação, o avanço científico, mas também trás ao decima a rebeldia econômica, a ganância do lucro e a hegemonia do poder único, à custa de muitos milhões de dólares, sem se importar de tentar comprar princípios e valores éticos, deontológicos e talvez morais.

A Nação Portuguesa irrompeu nas varandas aplaudindo os Profissionais de Saúde, tentando criar uma corrente positiva de agradecimento a estes Profissionais, que estão na primeiríssima linha, deixando os seus para tratar dos doentes infectados com o COVID-19. Interessa dizer que o combate é também feito por TODOS, nas relações laborais, sociais e familiares. Na higiene permanente das mãos, na distância social, na desinfecção dos espaços e utensílios e na permanência nas habitações. Não pode haver ligeireza de comportamentos perante a agressividade do COVID-19.

Este aplauso das varandas e sacadas, em favor e agradecimento dos Profissionais de Saúde, fez-me lembrar aquela das Bandeiras Nacionais nas sacadas e varandas, no euro/2004. Estranho é que estas manifestações foram provocadas por agentes não Portugueses. Em 2004 foi Scolari o mentor da ideia, em 2020, foi o COVID-19! Estranho!

Mais estranho ainda, porque quando os Enfermeiros Portugueses irromperam o silêncio do politicamente correcto, contra o “porreirismo nacional” com mensagens de insatisfação e denúncia, provocando o acordar da Sociedade anestesiada e dormente, de que o SNS estava desorganizado, depauperado, os Enfermeiros mau pagos, subalternizados e desvalorizados, deu para tudo: deu direito a insultos, calúnias, a ingratidões, a campanhas negras e de perseguição de uma agressividade tremenda, nunca vista, por rostos bem visíveis, mas onde a Sociedade anónima também foi cúmplice, traindo a conquista de um dos pilares da democracia – o SNS – e votando em eleições legislativas, confirmando o poder a quem mais agrediu os Enfermeiros e mais depauperou e empobreceu o SNS. Hoje, perante o “credo na boca”, a pandemia que nos assola, as mortes que vai provocar, e tanto de mau que por ainda aí virá, batem-se palmas das sacadas e tentam-se criar correntes positivas.

Uma coisa é certa, infelizmente, o COVID-19 veio demonstrar o desmantelamento em que o SNS vivia e vive, a desorganização, as suas incapacidades e incompetências e as falências das suas gestões ao longo dos anos. Mas veio mais uma vez tornar límpido e visível, a extrema capacidade de conhecimento científico, de trabalho e de espírito de missão que Enfermeiros, Médicos e Técnicos de Saúde, Portugueses, têm.

Deixou também claro, que apesar desta pandemia, que a passos galopantes tomou conta da Europa e do Mundo, a que Portugal não fugirá, Presidente da República. Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, Primeiro-Ministro, Dr. António Costa e todo o seu Governo, estão numa gestão política de calendário eleitoral na mão. As conferências de (desencontros) Imprensa são a prova disso. A quarentena e a pobre mensagem do Sr. Presidente da República, associada à vaidosa entrevista do Sr. Primeiro-Ministro, são a prova disso. Contudo, perante a realidade da falta de material de protecção e outro, nos Hospitais e Centros de Saúde, o Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, tem um jeito especial de dizer inverdades, com a mesma cara, como se fosse tudo verdade. É preciso efectivamente, ter desfaçatez e arrojo desavergonhado, para fazer desmentir o que está aos olhos de todos. Haja decoro!

Por fim, resta-me, em desabafo, dizer, ainda que politicamente incorrecto: Não esqueço a hipocrisia dos que agora nos aplaudem, incluindo os políticos que hoje nos bajulam, há poucos meses atrás nos crucificavam, insultaram e caluniaram. Estou certo que a política de saúde precisa de ser repensada. As lideranças precisam de ser reavaliadas. As opções precisam de ser escalpelizadas. Os políticos não podem ser desculpados!

Humberto Domingues

Enf. Espec. Saúde Comunitária

2020.03.26

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