“As nossas expectativas, fundadas nas intenções dos interessados naquele espaço, é termos, já em 2024, empresas instaladas no Minho Park”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Monção, no distrito de Viana do Castelo.
Em declarações à agência Lusa, António Barbosa adiantou que “a empresa que adquiriu os terrenos irá avançar rapidamente com os procedimentos para ter o Minho Park disponível para a economia”.
“Podemos dizer que estamos à porta de ter cerca de 56 hectares de terrenos disponíveis para empresas se fixarem no território”, afirmou o autarca social-democrata a propósito da escritura pública, na terça-feira, da venda dos terrenos do Minho Park Monção, entre a massa insolvente da AIMinho, e a empresa compradora, Destaque Objetivo, Lda.
A construção do empreendimento começou no primeiro trimestre de 2014. As obras foram suspensas, dois anos depois, devido ao processo de insolvência daquela associação.
A insolvência da instituição minhota foi declarada em setembro de 2017, na sequência da rejeição, por 98% dos credores, do Plano Especial de Revitalização (PER) apresentado pela AIMinho, que tem uma dívida superior a 12 milhões de euros.
Entre os principais credores encontram-se a Caixa Geral de Depósitos (seis milhões de euros) e o Novo Banco (5,6 milhões de euros).
A associação está ainda envolvida num processo-crime sobre ganhos ilícitos de quase 10 milhões de euros.
A zona Industrial do Minho Park Monção compreende 560.000 metros quadrados de terrenos, abrangendo as freguesias de Pinheiros, Lara, Mazedo e Troporiz, disponibilizando cerca de 250.000 metros quadrados de área de construção.
Hoje à Lusa, António Barbosa, adiantou, sem especificar, que “já há empresas dimensão interessadas” em instalar-se na futura zona industrial.
Questionado sobre o número de postos de trabalho que poderão vir a ser criados naquela infraestrutura, que resulta de investimento privado, sem apoio de fundos comunitários” disse ser “difícil e prematuro” fazer uma estimativa.
“Em 2009, quando a AIMINHO anunciou este investimento apontava para a criação de 1.200 postos de trabalho. Neste momento, dada a alteração do projeto inicial, deixando de exigir uma obrigação relativamente às empresas que se vão fixar, é imprevisível quantos postos de trabalho vai criar, mas estamos a falar de muitas e muitas centenas de pessoas. Mais importante que o número de pessoas que vai empregar, é que empregue bem, que traga boas empresas e traga emprego de qualidade”, sublinhou.
Em novembro de 2011, o então presidente da AIMinho, António Marques, atualmente a ser julgado, anunciava que o Minho Park Monção iria criar 1.250 postos de trabalho, num investimento global de 20 milhões de euros para receber uma centena de empresas.
Garantiu, então, que seria uma “nova geração” de parques industriais, “com capacidade para captar investimentos de todo o noroeste da Península Ibérica numa lógica de atuação com elevada cooperação empresarial”.
A instalação, do outro lado da fronteira, na Galiza, de uma plataforma logística com centenas de empresas foi outro dos motivos apontados para rentabilizar este investimento.
António Marques está envolvido num megaprocesso por fraude de quase 10 milhões de euros com epicentro na AIMinho.
Com 120 arguidos, o julgamento decorre no quartel dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, já que o Tribunal de Braga não dispõe de salas com capacidade para acolher tantos intervenientes.
Hoje o presidente da Câmara, António Barbosa, destacou que com a resolução daquele impasse, a zona industrial de Monção vai avançar e que, “em conjunto, a eurocidade Monção e Salvaterra do Miño, na Galiza, passarão a ter “cerca de 500 hectares de área industrial disponível para poder alavancar uma região que abre cada vez mais os seus horizontes”.
O autarca explicou que este ano, a autarquia e a empresa que adquiriu os terrenos, irão terminar as intervenções necessárias para que a zona industrial possa receber as empresas, “o mais rapidamente possível”.
Segundo António Barbosa, “grande parte do investimento” na infraestruturação do espaço “está feito”, faltando realizar intervenções de menor dimensão.