Liliana Silva, da Coligação O Concelho em Primeiro (PSD e CDS), apresentou a sua candidatura no passado sábado 8 de março, dia Internacional da Mulher, no Teatro Valadares em Caminha. A candidata partilhou as suas ideias perante um teatro repleto de apoiantes, e salientou que “não faz promessas, assume compromissos”.
Fazendo alusão ao Dia Internacional da Mulher, o dia escolhido para apresentar a sua candidatura à presidência da Câmara de Caminha, Liliana Silva começou por criticar o atual executivo, que na sua comunicação oficial para celebrar aquela efeméride nas redes sociais, disse que “as mulheres caminhenses só servem para a limpeza. Não! As mulheres de Caminha servem para fazer limpezas, para ter empresas e para gerir os destinos do concelho de Caminha!”, apontou.
Liliana Silva garante não se candidatar por ambição, vaidade ou poder, mas sim por paixão ao concelho de Caminha. Defensora acérrima da liberdade de expressão, a candidata criticou ainda a postura do atual presidente de Câmara, Rui Lages, que, afirmou, persegue pessoas por serem de partidos diferentes e ataca empresas, nomeadamente a comunicação social local, para limitar o exercício dessa mesma liberdade.
A candidata de direita lembrou o “episódio recente” em que Caminha foi “vergonha nacional em prime time”, no caso do CET, e também as candidaturas perdidas por este executivo ou as promessas feitas em tempos eleitorais que não saíram do papel. Mas para Liliana Silva, “é tempo de olhar em frente”, aproveitar as oportunidades, captar investimento, criar emprego, apoiar as famílias e fixar jovens no concelho.
A candidata enumerou os vários problemas do concelho de Caminha e afirmou que “para cada problema vai apresentar soluções e para cada solução vai apresentar trabalho.”
Na saúde, Liliana Silva quer criar programas de apoio aos mais idosos em todas as freguesias, dar continuidade à unidade móvel de saúde e estende-la a todas as freguesias que não tenham centro de saúde.
Na cultura, Liliana Silva garante não querer acabar com nenhum evento, mas sim criar outros com a identidade e alma do concelho de Caminha, como por exemplo, o primeiro Encontro Nacional Anual de Tocadores de Concertina e Cantares ao Desafio na Serra d’Arga. Pretende ainda retomar a Festa do Mar e da Sardinha e o Caminha Doce, eventos que, segundo a candidata, deixaram de se realizar por questões ideológicas. Em relação à programação de natal, a candidata sugeriu a criação de um evento na mata do Camarido, tornando-a na “mais bela floresta encantada de natal” que poderá ser visitada por milhares de pessoas naquela época.
No que toca ao desporto, Liliana Silva promete dar mais apoio às associações desportivas e clubes do concelho e criar um programa municipal de apoio à melhoria dos equipamentos desportivos. Olhando para o vento como uma oportunidade e não um problema, atividades náuticas como a vela e o remo, entre outras, serão para apoiar de “forma incondicional”. Ainda relacionado com o desporto, a candidata garante que as piscinas municipais terão acesso livre para todos os jovens que tenham escalão A e B nas escolas do concelho. “Para que nenhum jovem deixe de nadar por dificuldades financeiras”, disse.
Dirigindo-se também à população mais idosa, Liliana Silva anunciou que irá instituir dois passeios seniores anuais em parceria e partilha com os outros municípios do país, e “não apenas em época de eleições”.
A ação social do município deve, segundo a candidata, ir mais além. “Deve existir um apoio social mais eficaz e não dependente dos executivos que usam essa área para fins eleitoralistas”. Neste campo, assume primordial importância para a candidata da direita, a habitação social que diz ser uma prioridade. Para isso, compromete-se, entre outros, a recuperar os equipamentos do estado para fins habitacionais e mercado de arrendamento acessível. Liliana Silva lembrou “a incapacidade do atual executivo (PS) neste setor”, a quem acusa de ter perdido mais de 10 milhões de euros a fundo perdido para o concelho.
Na área da mobilidade, Liliana Silva quer o concelho de Caminha acessível para todos, e por isso vai trabalhar para remover barreiras, acabando com “os problemas no terreiro, no acesso à Marginal de Caminha e também ao Salão Nobre dos Paços do Concelho.
A candidata pretende tornar Caminha num município familiarmente responsável e promete criar a tarifa social da água e resíduos, algo que sempre defendeu. A criação de um programa de apoio financeiro a despesas médicas às famílias mais carenciadas e o regresso do programa “Cheque Bebé” são outras das pretensões de Liliana Silva.
Relativamente à situação financeira da Câmara, Liliana Silva não acredita no “milagre das rosas” da descida da dívida global anunciada pelo atual executivo, e afirma que só se vai saber ao certo qual a situação real depois de uma auditoria séria, que torne as contas transparentes e acessíveis para todos. A candidata garante ainda que não vai gastar o dinheiro do erário público em assessorias de comunicação milionárias só para aparecer nas televisões nacionais.
No que toca ao IMI, Liliana Silva reforçou que, caso seja eleita, irá implementar a isenção de IMI nos territórios de baixa densidade populacional, como é o caso da União de Freguesias de Arga (Baixo, Cima e São João), algo que já tinha defendido anteriormente.
A candidata da OCP pretende dar nova vida ao mercado municipal de Vila Praia de Âncora, “ao abandono há 12 anos”, remodelando-o e criando salas para jovens, associações e clubes no 1º andar. Liliana Silva diz ser responsabilidade da Câmara e não da Junta a manutenção e requalificação do mercado, porque “quem não sabe isso, não sabe ao que vai”, atirou.
No que toca à pesca, a candidata pretende promover a frescura do nosso peixe a nível nacional, criar uma lota e armazéns de aprestos para os pescadores de Caminha e também uma marina na foz do Rio Minho, com pontões flutuantes, “que nos orgulhe a todos.” A criação de um pelouro e gabinete dedicado ao Mar e Rios, para apoio às artes da pesca e marítimo-turísticas, também está na agenda de Liliana Silva.
Quanto ao Porto de Mar de Vila Praia de Âncora, a candidata promete não baixar os braços e continuar a reivindicar a sua requalificação. Para Liliana Silva, as dragagens deveriam ser competência da CIM Alto Minho, em articulação com os ministérios e a DGRM, porque “mais proximidade significa menos problemas e menos burocracia”, disse.
A criação de uma rede de transportes que cubra todo o território foi outro dos compromissos deixados pela candidata da OCP.
Liliana Silva voltou a prometer, caso seja eleita nas próximas autárquicas, a criação de uma nova zona industrial e empresarial entre Argela e Vilar de Mouros, com aquisição de uma bolsa de terrenos junto ao nó da A28 que se possa infraestruturar por forma a captar investidores. Para a candidata, a criação de uma zona industrial é fundamental para colmatar a falta de emprego existente no concelho de Caminha, disse.
Repensar a área do urbanismo é outra das prioridades elencadas pela candidata, pois, como referiu, nenhum investidor privado ou empresarial pode estar à espera um ano para ter um processo de obras concluído. Nesta área, urge uma revisão imediata do PDM, já que o atual, segundo a candidata, contem “erros crassos”.
Considerando o concelho de Caminha rico em artesanato, música e cultura, Liliana Silva chamou a atenção para a importância de promover este capital humano. A criação de uma escola de artes e ofícios foi uma das promessas.
Na área da educação, garantiu manter o apoio às escolas, incluindo as profissionais e de música e ainda a isenção de pagamento de transporte escolar para todos os estudantes do concelho de Caminha, seja qual for a escola que escolham os seus encarregados de educação. “Em primeiro lugar estarão sempre as crianças e as famílias do nosso concelho.”
Para apoio à população em geral, a candidata promete mais limpeza e brio em todas as freguesias e o embelezamento de todas as zonas ajardinadas.
Liliana Silva prometeu ainda pugnar pelo alargamento do tabuleiro da ponte sobre o rio Coura, ligar a ecovia entre Caminha e Seixas e com diálogo, resolver o problema da ligação entre a ecovia de Seixas e Lanhelas.
A marginal de Caminha, uma obra que tem sido fortemente criticada por Liliana Silva também não foi esquecida. A candidata quer remodelar e criar condições de segurança e acessibilidades naquela via. Para resolver o problema da falta de estacionamento na vila de Caminha, a candidata pretende dar seguimento à parceria da Caminhequi e construir o estacionamento subterrâneo do campo da feira, e assim requalificar aquele largo tornando-o mais apelativo para usufruto “de um dos mais belos espelhos de água do país: a nossa foz.”
Para Seixas, onde também existe uma marginal junto ao Rio Minho, Liliana Silva também tem planos.
Identificar, recuperar e promover todos os castros do concelho, “evitando assim o que aconteceu em Riba de Âncora”, foi outra das garantias deixadas pela candidata.
Quanto à ligação entre Caminha e A Guarda, “importante para o progresso de Caminha”, Liliana Silva deixou duas certezas: por um lado, quer ver resolvida de imediato a questão do Ferryboat.
Por outro, assegurou que vai continuar a lutar pela construção de uma ponte que una as duas margens, referindo que não vai parar enquanto a 1ª pedra para a construção da travessia não for colocada.
Recuperando uma dos seus slogans das autárquicas de 2021, Liliana Silva reiterou que “não faz promessas, assume compromissos”. Dirigindo-se ao eleitorado, a candidata pediu uma oportunidade para outros mostrarem o que valem. “Não se pode votar nos mesmos, com os mesmos vícios e políticas, e querer resultados diferentes na gestão do município. Agora é hora de mudança, do progresso e de uma nova vida para o concelho. Queremos mais ação e menos comodismo. Vamos fazer história”, concluiu.