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Sábado, 20 Abril, 2024
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Distrito: CEVAL considera o impacto da reabertura nos comércios praticamente nulo

 A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) congratula-se com reabertura gradual da economia, mas relembra que o comércio no Alto Minho vive dos 47% do total global de veículos que todos os dias cruzam as fronteiras entre Portugal e Espanha.

Em comunicado enviado esta semana à imprensa, a CEVAL refere que “quando um Galego visita um restaurante no Alto Minho, para apreciar a gastronomia, está a comprar um serviço. Quando apanha o ferry e visita Caminha para comprar artigos para o lar, quando compra na feira semanal de Vila Nova de Cerveira, ou quando em Valença compra atoalhados numa das muitas lojas que encontramos na sua Fortaleza, está a contribuir para definir o significado histórico da palavra ‘comércio’ no Alto Minho”.

“Comércio nas regiões raianas do Alto Minho significa Galiza, porque o comércio nestas regiões faz-se e sente-se com os Galegos que diariamente atravessam a fronteira para comprar no Alto Minho. A Confederação Empresarial do Alto Minho não pode deixar de espelhar a sua satisfação pelo recente anúncio do Governo de Portugal relativo à reabertura gradual da economia portuguesa que arranca esta segunda-feira, no entanto, não pode de igual forma deixar de temer que esta medida pouco ou nenhum impacto tenha para as regiões raianas do Alto Minho. Conscientes das consequências económicas para o tecido empresarial do país, esta reabertura era necessária para evitar o agravamento da atual realidade vivida pelas pequenas e médias empresas do nosso país”, refere a CEVAL. Para a Ceval, “esta reabertura é uma necessidade, mas também um risco, pelo que saudamos também as recomendações e boas práticas, fruto do trabalho conjunto da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e da Direcção-Geral da Saúde (DGS)”. “Cientes do peso desta medida, relembramos ainda assim a importância económica da relação transfronteiriça Galiza/Norte de Portugal, sendo que para os Alto Minhotos comércio é fronteira. Temos a zona de fronteira com maior afluência em Portugal, sendo que o número de veículos que atravessam as 5 fronteiras que ligam o Alto Minho à Galiza é de 31.190 veículos por dia, que corresponde a 47% do total global de veículos que todos os dias cruzam as fronteiras entre Portugal e Espanha. O comércio nos concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço está intimamente ligado à relação existente com a Galiza, e esta relação estende-se a todos os concelhos do Alto Minho”. Segundo dados de 2014 do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, o distrito de Viana do Castelo tem 3.234 estabelecimentos de Comércio a Retalho e prestações de serviços, com 12.258 pessoas ao serviço. No que respeita ao comércio de rua, existem 1.601 estabelecimentos comerciais. Já quando à restauração são 855 os estabelecimentos no distrito de Viana do Castelo. “A Galiza é hoje o principal cliente português em Espanha, sendo cada vez mais um fenómeno de integração transfronteiriça na Península Ibérica. Em 2016, o último ano disponível, as exportações de Portugal para a Galiza atingiram cerca de 2 mil milhões de euros. Se fosse um país autónomo, a Galiza seria assim o oitavo maior destino de exportação de Portugal, com valores de exportações equiparáveis aos registados para Itália ou para os Países Baixos e cerca de duas vezes superiores aos destinados ao Brasil. Por tudo isto, alertamos para a necessidade imperiosa de uma atenção redobrada para o impacto desta epidemia no comércio nas regiões de fronteira. Seria de todo pertinente a criação de um grupo de trabalho para a definição de uma estratégia específica de combate ao impacto do COVID-19 nas regiões de fronteira, estando desde já a CEVAL completamente disponível para colaborar na definição destas medidas”, adianta a CEVAL.

Presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves,  discorda da posição da CEVAL
Em declarações à Rádio Vale do Minho, o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves,discordou da posição da CEVAL, considerando que o impacto da reabertura do comércio local, mesmo sem a abertura das fronteiras, não será nulo. “Há uma diferença entre ter uma porta fechada e poder abrir essa mesma porta”, disse Miguel Alves à Rádio Vale do Minho.

 

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