Contactado pela agência Lusa, a propósito da publicação em Diário da República do concurso público para a prestação de serviços, por empresas especializadas, de deteção de fugas de água, o presidente executivo da Águas do Alto Minho (AdAM), João Neves, apontou para o “início de junho” o “reforço” das equipas da empresa, que gere as redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento em sete concelhos do distrito de Viana do Castelo.
“Atualmente, nos sete municípios do Alto Minho cerca de 50% da água que adquirimos à Águas do Norte e retiramos das nossas captações perde-se nas condutas. É muita água”, sublinhou João Neves.
O presidente executivo da AdAM disse que a empresa “tem, atualmente, em curso 14 milhões de euros de investimentos para reduzir, significativamente, aquela percentagem de fugas de água”.
“Os investimentos ainda estão a decorrer. Prevê-se que terminem, alguns, em 2023. Ainda demora tempo porque é uma rede extensa e, por isso, temos de a seccionar. Partir este elefante aos bocadinhos e, depois, ir a cada zona e eliminar as fugas. É um trabalho diário”, especificou.
João Neves explicou que através do investimento em eficiência hídrica foram criadas zonas de monitorização e controlo, para “medir a quantidade de água que se gasta em determinadas zonas e depois com equipas de deteção ativa, procurar as fugas”.
“Sabemos em que zonas é que elas estão a ocorrer, mas é preciso ir para o terreno, percorrer as ruas, normalmente durante a noite, quando há mais silêncio, para através de métodos acústicos encontrar as fugas”, contou.
O serviço hoje lançado a concurso público pretende reforçar o número de equipas “que, diariamente, trabalham na deteção ativa de fugas com o objetivo de obter resultados mais rápidos”.
“Utilizam um equipamento acústico que deteta o som de água a correr. É identificado o local para reparação. Os corredores acústicos, com colocação de sondas nas válvulas que detetam vibrações, é outra técnica utilizada para detetar fugas”, especificou.
O concurso público é o segundo lançado pela AdAM. A primeira tentativa não registou “nenhuma proposta válida”.
O preço base do procedimento é de 299,661.00 euros e o prazo de execução do contrato [prazo inicial sem incluir renovações] é de um ano.
O prazo para apresentação das propostas termina às 18h00 do 15.º dia a contar da data de envio do presente anúncio (10 de março).
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PS), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (PS), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A AdAM, com sede em Viana do Castelo, começou a operar em janeiro de 2020, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.