O vinho e a vodka que constavam numa ordem de pagamento de bens essenciais adquiridos pela Câmara para entregar a famílias vulneráveis do concelho, voltou a ser tema na última reunião do executivo. Liliana Silva da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP) analisou a candidatura do Mercado Fish, a justificação dada pelo executivo na página do município para aquisição desses bens. Segundo a vereadora, a candidatura para aquisição de equipamentos e viaturas estruturais para os mercados municipais, no valor de 34 mil euros, foi desaproveitada em merchandising, em “saquinhos e bandeirinhas”. O presidente da Câmara admitiu que a Vodka e o vinho não foram adquiridos com recurso aos fundos da candidatura, mas sim com fundos municipais.
A vereadora Liliana Silva começou por se referir à explicação dada pela Câmara para o aparecimento daqueles bens, que segundo a autarquia não foram para distribuir pelas famílias vulneráveis, mas sim para serem utilizados no âmbito de uma iniciativa de promoção do Mercado Municipal, denominada “Mercado Fish”.
Após ter analisado essa mesma candidatura, no valor de 34 mil euros, a vereadora lamentou que o dinheiro gasto na mesma se limitasse à aquisição de merchandising e pouco mais, quando poderia ter sido gasto na aquisição de equipamentos para os próprios mercados, beneficiando assim as pessoas e quem ali trabalha diariamente.
Aproveitando o momento para explicar aquilo que não explicou na reunião em que o assunto foi denunciado pela oposição, o presidente da Câmara considerou que toda a situação não passava de um “alarido” que apenas serviu para “pôr em causa o bom nome da Câmara Municipal e dos titulares do órgão público”, disse.
Após as explicações dadas por Rui Lages, Liliana Silva voltou a pedir a palavra para dizer que afinal a Câmara acabava de assumir que os produtos adquiridos, entre os quais a vodka e o vinho, não tinham sido pagos através deste fundo europeu. “Afinal tínhamos razão e usaram rubricas de bens essenciais segundo a ordem de pagamento para pagar estes artigos”, acrescentou.
Quanto aos alunos da ETAP que participaram na ação de promoção, Liliana Silva disse nada ter contra, mas uma coisa é a promoção dos alunos, outra é a promoção do mercado e dos produtos endógenos.
Liliana Silva a criticar a forma como a Câmara está a promover o Mercado Municipal de Caminha, considerando que o dinheiro para esse fim proveniente de uma candidatura não está a ser bem aproveitado.