A constituição de uma Comissão Municipal para efetuar um levantamento das necessidades de melhoria das acessibilidades a cidadãos portadores de deficiência no Concelho de Caminha foi rejeitada na última assembleia municipal extraordinária de 24 de novembro, pedida pela coligação “O Concelho em Primeiro”.

A proposta foi apresentada por Ricardo Cunha, da OCP, que detalhou os motivos que levaram à sua apresentação, nomeadamente situações de degradação e desleixo no espaço público que é utilizado por cidadãos com handicaps, entre outras razões.

A coligação OCP pretendia constituir uma comissão municipal para levantamento das necessidades das vias públicas do concelho a fim de melhorar as condições de mobilidade, o que não veio a acontecer já que a maioria socialista considerou que já existiam técnicos na Câmara Municipal responsáveis por esse serviço, como referiu a deputada socialista Renata Monteiro.

Abílio Cerqueira, do Bloco de Esquerda, que votou favoravelmente a proposta, referiu que a questão das acessibilidades é um assunto que preocupa o seu partido e lembrou a intervenção da cidadã invisual Isabel Varela na Assembleia Municipal de 29 de Junho, onde expôs as suas dificuldades em circular na vila de Caminha.

Recorde-se que nessa Assembleia Municipal, o presidente da mesa, Manuel Martins, afirmou que “tudo faria para que a acessibilidade fosse idêntica para todos”.
Antes da intervenção na Assembleia Municipal, Isabel Varela já tinha dado uma entrevista ao Jornal C – O Caminhense, afirmando que “Caminha não está preparada para pessoas com limitações”.

Celestino Ribeiro da CDU considerou a proposta oportuna. Afirmou, no entanto, que a mesma já deveria ter sido apresentada anteriormente e que deveria ser convertida em exigência à Câmara Municipal.

Jorge Nande, deputado da OCP, discordou da intervenção da deputada do PS referindo que os técnicos municipais também teriam o seu papel nesta comissão e lembrou que “nada foi feito” sobre este assunto desde a intervenção da cidadã Isabel Varela.
Excertos da Assembleia Municipal extraordinária de 24 de Novembro.
Posta a votação, a proposta acabaria por ser rejeitada com 20 votos contra, 11 a favor e 4 abstenções.