“Avisamos várias vezes que isto iria acontecer, o pontão ficaria preparado e o presidente Rui Lages, que tinha o ferryboat ao abandono, não o colocaria em condições para navegar na altura necessária”, alegam os eleitos da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP).
Em nota enviada à imprensa, a OCP afirma que “o ferry Boat vai continuar, agora, sem navegar, essencialmente, pela inércia do executivo municipal, na pessoa do seu presidente Rui Lages.”
Para a OCP, “são 2 os motivos que obrigariam à paragem do ferry Boat e 1 motivo que condicionaria a sua navegabilidade.
Dos dois motivos que levaram à paragem da ligação internacional, um era a falta de condições no pontão de atraque de la Guardia e o outro o estado de funcionamento do Ferry Boat.
Espanha fez a sua parte e arranjou o pontão de atraque numa obra orçada em mais de 500 mil euros.
Caminha nada fez e deixou o ferry boat ao abandono. Neste momento o Ferry boat não tem condições de navegar porque está apodrecido, atracado há anos naquele cais.
Qualquer pessoa que tenha um barco, e mesmo quem não tem, sabe que um barco assim colocado ao abandono, fica sem condições, apodrece e não oferece garantias de segurança.
A questão do assoreamento não pára o ferry boat sempre, mas obriga a existir horários de funcionamento por causa das marés. Ou seja, esse não é o motivo do ferry não funcionar no imediato.
O presidente Rui Lages vem agora dizer que o ferry Boat não navega porque o rio está assoreado, quando sabe que o maior dos problemas é o estado em que o ferry boat se encontra, e que é da sua total responsabilidade”, acusa a coligação OCP.
“Tiveram anos para solicitar e sensibilizar quem de direito para a necessidade de desassoreamento, encarando este problema como sendo grave na perspetiva de estar a condicionar turística e economicamente o nosso concelho.
Não só por causa do ferry boat, que o desassoreamento deveria estar sempre em cima da mesa e ser constante. O que deveria preocupar de igual forma o executivo municipal é a questão da pesca e porque a navegabilidade deste rio permite potenciar várias atividades económicas que valorizam o concelho de Caminha.
Nada fez e agora esconde as condições do ferry boat e diz que só não anda por causa do assoreamento.
A ligação fluvial internacional entre Caminha e La Guardia parece uma maldição dos tempos. De facto, esta solução não serve ao concelho de Caminha em termos de sustentabilidade futura. Tem que existir uma ligação efetiva que não fique dependente de desassoreamentos, condições do tempo ou horário de funcionamento de um ferry boat.
É necessário que o Rio Minho que nos une não seja o mesmo que nos separa.
Esta situação vem provar que a aposta de Rui Lages em manter o ferry boat como único meio de travessia não é positivo para o concelho de Caminha”, rematam.
O Jornal C – O Caminhense já questionou o Presidente da Câmara Rui Lages acerca destas declarações. Aguardamos resposta.