A situação de guerra na Ucrânia levou a Câmara Municipal de Caminha a adotar novas medidas, entre elas a criação de um fundo de apoio a refugiados ou pessoas com título de proteção temporária e a isentar de pagamento de refeições escolares e de frequência de equipamentos de atividades desportivas e culturais os refugiados com título de proteção temporária. As duas propostas foram aprovadas por unanimidade em reunião do Executivo e somam-se a uma série de medidas já em curso.
Conforme informou o Presidente da Câmara, o concelho de Caminha está a acolher refugiados da Ucrânia, tendo recebido as primeiras famílias no passado dia 6 do corrente. Trata-se sobretudo de mulheres e crianças. Ao todo foram oito as famílias que já chegaram ao concelho, num total de 16 pessoas. Mais 10 famílias deverão chegar entretanto, perfazendo mais 24 pessoas. Miguel Alves sublinhou que os pedidos de acolhimento chegam todos os dias e sob várias formas.
Assim, a criação de um fundo de apoio a refugiados ou pessoas com título de proteção temporária, no valor de 20 mil euros, é uma medida preventiva, que visa garantir a pronta resposta a qualquer situação que venha a acorrer e que não esteja coberta pelas condições que estão a ser acomodadas.
O mesmo sucede com a decisão de isentar de pagamento de refeições escolares e de frequência de equipamentos de atividades desportivas e culturais os refugiados.
Miguel Alves explicou que a Câmara está a preparar-se para uma intervenção a longo prazo, apesar das pessoas que chegam manifestarem vontade de regressar em breve, mal existam condições. É um desejo que eventualmente será contrariado pela realidade do conflito, que além da violência deixa um rasto de devastação, destruindo a hipótese de um regresso a curto prazo para a maioria dos refugiados, que simplesmente não terão para onde voltar.
Relativamente ao perfil das famílias que chegam, assim como as que pretendem ser acolhidas em Caminha, além de estar em linha com o perfil em geral (mulheres e crianças), essas pessoas têm maioritariamente como origem a capital da Ucrânia, Kiev. Há inclusive uma família com uma pessoa de mobilidade condicionada e uma outra que perdeu um elemento na guerra, uma jovem de apenas 17 anos.
O Presidente da Câmara informou também que já foram disponibilizados, até quarta-feira última, 24 alojamentos, num total de mais de seis dezenas de camas e 48 voluntários. Em relação à bolsa de emprego, registaram-se 41 ofertas no concelho de Caminha e, com o IEFP, estão em preparação cursos de Português. A Câmara disponibiliza ainda apoio psicológico.
Entretanto, foram já divulgadas outras iniciativas, entre elas a manifestação simbólica e pública de solidariedade do Município, com a iluminação da Torre do Relógio, em Caminha, a 26 de fevereiro. Moções de condenação da invasão foram também aprovadas na Câmara e Assembleia Municipal.
Decorrem, em simultâneo, outras iniciativas. O Município de Caminha está a angariar voluntários e alojamentos temporários, no âmbito da iniciativa “Alto Minho Solidário – Missão Ucrânia”, para dar resposta ao fluxo migratório devido à Guerra na Ucrânia. Esta campanha a favor do povo ucraniano incluirá, numa primeira fase, a recolha de bens essenciais e a identificação de alojamento temporário para refugiados. A iniciativa “Alto Minho Solidário – Missão Ucrânia” é promovida em parceria com o Conselho Intermunicipal da CIM Alto Minho e os seus 10 municípios associados, o CDOS (Comando Distrital de Operações e Socorro) de Viana do Castelo e o Banco Alimentar de Viana do Castelo. Em Caminha, a campanha conta ainda com a colaboração de todas as Juntas de Freguesia do Concelho.