A comunidade piscatória local está indignada com a nova interdição imposta à pesca lúdica e desportiva nas imediações da ilha da Ínsua, num raio de 600 metros. Os pescadores lançaram uma petição pública para recolha de assinaturas na tentativa de revogar esta proibição que já conta com mais de uma centena de subscritores.
Claúdio Rodrigues, que faz pesca lúdica embarcada nas imediações do forte da Ínsua, duvida que as questões de segurança e os acidentes ocorridos naquela zona, razões apontadas pelo Comandante da Capitania do Porto de Caminha para defender esta interdição, sejam motivo suficiente para impedir a pesca no local.
O pescador põe ainda em causa a forma como foi feita a auscultação dos pescadores desportivos a quem agora foi estendida esta proibição. Diz desconhecer as associações que foram convocadas para a reunião anual que se realizou, segundo o Comandante, em Fevereiro, e que representatividade têm neste setor, para discutir o interesse desta proibição.
Claúdio Rodrigues acredita haver “outros interesses subjacentes” a esta decisão e que poderão estar relacionados com a futura instalação de um alojamento turístico no Forte da Ínsua no âmbito do programa Revive, que concessionou por 50 anos a exploração da fortaleza à empresa DiverLanhoso. Este projeto foi anunciado pelo município de Caminha em 20 de Maio de 2021, com um investimento previsto de 6.5 milhões de euros.
O pescador discorda da medida aplicada à pesca desportiva embarcada, desconhecendo acidentes nesta classe piscatória que justifiquem a interdição, impedindo uma prática secular naquela localização marítima.
Claúdio Rodrigues aproveita para anunciar que hoje, os interessados na revogação desta proibição irão reunir na praia da Foz do Minho às 18h30 com Liliana Silva, vereadora da oposição na Câmara de Caminha pela Coligação O Concelho em Primeiro (OCP).
Pescador local indignado com mais uma limitação à atividade piscatória no concelho de Caminha.
