Apesar da obra de requalificação da marginal de Caminha ter sido concluída há apenas dois anos, em 2022, num investimento de cerca de meio milhão de euros, a Câmara está a proceder desde ontem a uma nova intervenção em vários troços daquele passeio.
O alerta foi dado à nossa redação por um leitor através do envio de uma publicação na rede social Facebook. Aquela intervenção tem causado estranheza aos caminhenses, por não ter sido anunciado o motivo da sua realização em pleno verão, para além de vários transtornos a turistas e visitantes.
Para além de se desconhecerem os motivos da intervenção, acresce que a sinalização de “obra a decorrer” é quase inexistente, encontrando-se no local a sinalizar aqueles transtornos apenas algumas fitas e mecos espalhados aleatoriamente ao longo de vários buracos.
Aparentemente esta intervenção poderá não respeitar as condições de segurança para a circulação de peões. Na imagem abaixo, pode mesmo ver-se dois caminhantes obrigados a circular na nacional 13 sem que esteja assinalado o percurso alternativo ou qualquer limitação à normal circulação de automóveis naquela estrada.
As obras surpresa iniciaram-se na passada segunda feira, já que ainda este fim de semana se realizou mais uma corrida, a 7ª Mikkeller World Run 2024, cujo percurso passava pela marginal de Caminha, e o piso encontrava-se em perfeitas condições, como se pode verificar nas fotos do evento.
O Jornal C – O Caminhense já questionou a Câmara Municipal de Caminha acerca desta intervenção e do timing da obra mas até ao momento não obtivemos resposta.
Obra da marginal contestada desde o início
Recorde-se que esta obra foi polémica desde o projeto à sua conclusão. Em Junho de 2021, os vereadores do PSD na Câmara de Caminha garantiam que a obra não tinha projeto e acusaram a câmara de “incompetência”.
Em Julho de 2022, os vereadores da oposição alertaram que a obra apresentava falhas graves de segurança e que “nasceu torta”.
Caminha: Vereadores da oposição alertam para “falhas graves” na nova ecovia da marginal
Também Isabel Varela, cidadã invisual, questionou o município na Assembleia Municipal de 16 de Dezembro de 2022, acerca das falhas na acessibilidade da nova ecovia para pessoas com mobilidade reduzida.