As verbas atribuídas pela Câmara Municipal de Caminha ao Festival de Vilar de Mouros foram alvo de críticas por parte de alguns partidos da oposição na última assembleia municipal ordinária, quando se discutia o Plano de Atividades e Orçamento para 2023.
Em causa está o aumento de mais 100 mil euros para a edição de 2023, de 170 mil para 270 mil euros, valor muito superior ao que é dado, por exemplo, para apoio às famílias mais carenciadas do concelho de Caminha (88 mil euros). Este valor, para apoiar um festival realizado por uma entidade privada e que dura apenas alguns dias, é quase tanto quanto o que se dá às Juntas de Freguesia de todo o concelho de Caminha num ano inteiro.
O deputado Alexandre Fernandes, da coligação ‘O Concelho em Primeiro’ considerou os montantes dessas verbas “revoltantes” quando comparados com outros setores, nomeadamente o social, de apoio às famílias carenciadas.
Também o deputado do Bloco de Esquerda, Abílio Cerqueira, criticou o executivo por atribuir ao festival de Vilar de Mouros quase tanto dinheiro como atribui às freguesias. O deputado considerou “incongruente” aumentar despesas recreativas enquanto se mantêm as restrições às freguesias.
Para Celestino Ribeiro da CDU, é “doentia” a vontade do PSD em acabar com o festival de Vilar de Mouros e lamentou que o Bloco de Esquerda se estivesse a colar ao PSD nesta matéria.
Relativamente ao Festival de Vilar de Mouros e aos eventos promovidos pela câmara de Caminha, Rui Lages, presidente da autarquia caminhense, lembrou que esta é uma aposta da câmara para fomentar a economia local e lamentou os “ziguezagues” de algumas forças políticas relativamente ao evento.
Excertos da última assembleia municipal de Caminha, de 16 de dezembro de 2022.