O deputado Jorge Nande que nos últimos três anos liderou a bancada da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), considerou o Jornal C O Caminhense “um expoente máximo do dever de informação, do interesse público, e sobretudo de não estar colado àquilo que são os interesses que governam em determinados períodos”.
Numa entrevista exclusiva ao Jornal C, aquele eleito acusou a Câmara de Caminha de só apoiar os meios de comunicação que dizem bem do atual executivo, e sublinhou que esse apoio “não pode ter contrapartidas”, sob pena de não ser assim possível “fazer jornalismo livre”, apontou.
O deputado, que está de saída e não é candidato nestas eleições autárquicas, acrescentou ainda que “tanto a rádio como o Jornal O Caminhense, que não recebem qualquer apoio da Câmara de Caminha, “são um exemplo a seguir, “pese embora o facto de existir muita gente que não gosta de vós. Mas a verdade “é que quando não gostam de nós significa que fazemos a diferença”, disse.
O autarca compreende a posição do Jornal C e Rádio Caminha de não fazer a habitual cobertura das autárquicas em protesto ao boicote do município e deixa uma mensagem ao próximo executivo: “contem com o Jornal C e a Rádio Caminha para que a população de Caminha esteja informada de tudo o que é de bom e o que é de menos bom, e não esperem ter qualquer tipo de promoção gratuita quando precisam de vender o vosso produto para eventualmente continuar a enganar os caminhenses.”
Jorge Nande falou da importância dos órgãos de comunicação social local e do dever que os municípios têm de os apoiar, independentemente da cor partidária, tal como apoiam outras instituições cujo papel nem sequer é tão relevante. Disse ainda que esse apoio não pode nem deve ter contrapartidas.
O deputado recordou o tempo em que, com um grupo de amigos, montou uma rádio pirata em Monção, rádio que inicialmente tinha como principal apoiante o Município, apoio que mais tarde a Câmara ameaçou retirar porque não gostava das notícias.
Jorge Nande acusa o atual executivo socialista de Caminha de só apoiar os meios de comunicação social que dizem bem da Câmara, dando como exemplo alguns meios de comunicação que fazem notícias “a talhe de foice”.
Com uma estação de rádio em Caminha, que emite com qualidade para os dois Vales, “Coura e Âncora”, Jorge Nande não entende porque é que a Câmara de Caminha financia e dá publicidade a uma rádio que pertence ao concelho de Viana do Castelo e não o faz com a rádio do concelho. O deputado aproveitou para deixar um conselho ao próximo executivo, seja ele qual for, “quem vier tem de repensar muito bem no que está a fazer com o dinheiro público e apoiar a única rádio do concelho sem cobrar nada em troca.
A falta de apoio por parte do executivo, que se traduziu na ausência de publicidade institucional do município e das empresas intermunicipais, na exclusão de informação, não respondendo às perguntas colocadas pelos nossos órgãos, e em tentativas de silenciamento, está na base da decisão do Jornal C e da Rádio Caminha de não fazerem a cobertura jornalística da campanha eleitoral, como era habitual, nem realizar entrevistas ou debates.





Jorge Nande considerou a decisão acertada pois, como referiu, o Jornal e a Rádio não são obrigados a dar palco a quem não reconhece a sua importância. Também o trabalho realizado nestes quatro anos é para Jorge Nande mais do que suficiente para que os eleitores tenham toda a informação necessária para votar em consciência no próximo dia 12 de Outubro.
Jorge Nande a sublinhar o papel da comunicação social livre e sem interferências políticas e a dizer que tanto o Jornal C como a Rádio Caminha “com o seu trabalho sério e independente”, estão “no caminho certo”.



