A chuva intensa que se fez sentir durante a madrugada e manhã de ontem, causando diversas inundações por todo o concelho, foi um dos temas em debate na reunião do executivo da última quarta-feira. No período antes da ordem do dia, o presidente da Câmara fez um balanço das ocorrências que obrigaram à intervenção das corporações de bombeiros concelhias, proteção civil, marinha, baldios de Riba de Âncora, e autarcas.
A oposição acusa a Câmara de nada fazer para minimizar estas situações que começam a ser recorrentes no concelho. A ausência de um piquete municipal de proteção civil, um Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil que continua na gaveta e a falta de limpeza de sarjetas e linhas de água, foram alguns dos reparos feitos pela Coligação OCP.
Rui Lages começou por dar conta de algumas ocorrências reportadas, nomeadamente aluimentos de terras, queda de muros, inundações e corte de vias, que obrigaram à intervenção da Proteção Civil, bem como de outras entidades.
Sobre este assunto, a vereadora da Coligação OCP, Liliana Silva, que também esteve no terreno e viu o estado “calamitoso” em que várias zonas do concelho ficaram por causa da chuva intensa, chamou a atenção para a falta de um piquete municipal de Proteção Civil que antecipe as situações e possa dar algumas respostas aos cidadãos. A eleita lembrou ainda que Caminha não tem um Plano Municipal de Emergências e Proteção Civil ativo e que o mesmo continua guardado numa gaveta.
Para além dos problemas reportados pelo presidente da Câmara, Liliana Silva diz que houve muitos mais, nomeadamente na Rua 5 de Outubro em Vila Praia de Âncora onde a água entrou nos comércios causando prejuízos financeiros brutais.
Segundo a vereadora estas inundações acontecem porque a Estação das Camboas está avariada e apesar da insistência para que se proceda ao seu arranjo ainda nada foi feito.
A falta de limpeza de sarjetas e linhas de água é outras das razões apontada por Liliana Silva para estas inundações.
A vereadora garante que há meses que anda a alertar para necessidade de se proceder a uma limpeza mas a verdade, lamentou, “é que nada foi feito”.
Outra das zonas críticas é o denominado viaduto da Repsol que uma vez mais ficou inundado porque o motor está avariado há alguns anos.
Em resposta à intervenção da vereadora da Coligação OCP, o presidente da Câmara começou por acusar a eleita de desconhecer a forma de atuar da Proteção Civil no concelho.
Quanto à inexistência de um piquete de emergência como denunciou a vereadora, Rui Lages garantiu que existem 4 equipas de intervenção permanente, duas em cada uma das corporações de bombeiros do concelho prontas a socorrer a população sempre que necessário.
Quanto ao Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil que Liliana Silva diz estar fechado numa gaveta, Rui Lages informou que o mesmo está neste momento a aguardar parecer da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Respondendo às críticas do presidente da câmara, Liliana Silva afirmou que nunca foi sua intenção pôr em causa o trabalho dos bombeiros mas sim dar conta das inúmeras situações reportadas pela população, muitas delas constatadas in loco pela vereadora.
Também o vereador da Coligação OCP, Nuno Valadares, fez questão de intervir sobre este assunto, solicitando uma vez mais à Câmara para que avance com a criação de um Plano de Cheias e Inundações. Recorde-se que aquando da apresentação do Plano de Ação Climática da Câmara de Caminha, o vereador alertou para esta necessidade.
Chuva forte a causar várias inundações no concelho de Caminha.