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Quinta-feira, 22 Maio, 2025
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Caminha: Câmara contraria parecer da IP e volta a fechar Caminha para mais uma edição do Triatlo Longo

"Nenhum concelho, nenhuma cidade ou vila se lembra de encerrar as portas da sua freguesia", disse Liliana Silva.

O executivo liderado por Rui Lages aprovou, com os votos contra da oposição, as alterações à postura de trânsito na última reunião do executivo para a realização de mais um Triatlo Longo de Caminha, contrariando o parecer da IP (Infraestruturas de Portugal) que diz que a prova deve realizar-se em apenas uma faixa de rodagem da nacional 13 de forma a não impedir a circulação e acesso ao concelho de Caminha durante praticamente um dia inteiro.

Por sua vez, dadas as características da prova desportiva, a GNR noutro parecer enviado ao município, afirma não haver as condições de segurança necessárias para os atletas no caso da utilização de apenas uma faixa de rodagem para a realização do evento.

Rui Lages, apesar destes pareceres, insiste no encerramento total da nacional 13, no próximo dia 24, no troço compreendido entre Gondarém e Vila Praia de Âncora. Na sua interpretação, o autarca desvaloriza o parecer da IP, afirmando que “é apenas uma recomendação e não uma imposição”.

A Câmara de Caminha não discutiu sequer a possibilidade de alterar o itinerário da prova de maneira a não isolar o concelho de Caminha nesse dia. Para Liliana Silva, da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), o parecer da IP deveria ser respeitado e deveria ser repensada uma alternativa. Idalina Fernandes também não concorda com a interpretação do presidente da Câmara, pelo que a bancada da OCP votou contra a proposta.

Reuniao Camarária 7 Maio 2025

A alteração da postura de trânsito e estacionamento para a realização do XIII Triatlo Longo de Caminha esteve novamente em debate na última reunião camarária de 7 de maio. Liliana Silva da OCP não compreende como se pode contrariar um parecer da IP, entidade que gere as infraestruturas rodoviárias, que diz expressamente que a ocupação deverá limitar-se a metade da faixa de rodagem e a circulação normal deverá ser retomada o mais rapidamente possível.

Parecer Ip

A GNR, depois de analisar o parecer da IP, entende não estarem reunidas as condições de segurança necessárias para a realização do evento nos moldes propostos, ou seja, a segurança dos atletas não estaria garantida com apenas uma faixa de rodagem ocupada.

Parecer Gnr

Contudo, o Presidente da Câmara contraria ambas as decisões e vai cortar a totalidade do trânsito na Nacional 13 desde Gondarém até Vila Praia de Âncora, das 12h20 às 17h40.

Liliana Silva não concorda e não compreende como se pode suspender o trânsito num concelho que não é o nosso (Gondarém/Vila Nova de Cerveira) e também contrariar pareceres da IP e GNR, e por isso pediu explicações. “Até Seixas fica bloqueada”, disse.

 

Em resposta, Rui Lages explicou que na sua interpretação, o parecer da IP é apenas uma recomendação e que é o da GNR que impera, que diz ser possível garantir as condições de segurança caso se feche a totalidade da faixa de rodagem.

 

Se para Rui Lages a sua interpretação “é clara como a água”, para Liliana Silva “é mais do que óbvio” que se deveria respeitar a decisão da IP, que é a entidade com a jurisdição da estrada nacional. “Se depois do parecer da IP a GNR diz que não há condições para realizar o evento, deveriam ter pensado em alternativas e não passar por cima do parecer da Infraestruturas de Portugal”.

 

“Ninguém vem a Caminha (nesse dia), não há alternativas de estacionamento, e por muitos atletas que venham à prova, estas pessoas não gastam nos comércios de Caminha”, disse Liliana Silva, que não se conforma com esta maneira de realizar o que poderia ser “um grande evento, se fosse feito de forma colaborativa”, afirmou.

 

A vereadora da oposição lembrou as provas similares que se realizam em Viana do Castelo, onde é possível chegar à cidade, não estando encerrada nenhuma estrada nacional, dando o exemplo de um duatlo realizado recentemente na cidade, em que apenas foi encerrada uma faixa de rodagem. “Nenhum concelho, nenhuma cidade ou vila se lembra de encerrar as portas da sua freguesia”, disse Liliana Silva.

 

Idalina Fernandes, vereadora daquela coligação, pediu a palavra para esclarecer que a interpretação de Rui Lages é apenas isso, uma interpretação, e que a sua e da sua força partidária, é completamente oposta.

 

“Enquanto o Sr. Presidente e os seus vereadores há um ano atrás andavam felizes e contentes no Triatlo a tirar selfies, estávamos dezenas de carros presos na freguesia de Seixas, que não andávamos nem para a frente nem para trás”, rematou Liliana Silva, que afirmou votar contra a proposta de corte de trânsito e não contra o evento, que poderia ser realizado noutros moldes.

 

Posta a votação, a proposta viria a ser aprovada pela maioria socialista com os votos contra da bancada da Coligação O Concelho em Primeiro.

Caminha volta assim a ficar encerrada totalmente durante o período das 12h20 às 17h40 do dia 24 de Maio, para a realização de mais um Triatlo Longo, sem alternativas de estacionamento e com comércios a fechar por não terem negócio suficiente para suportar a abertura nesse dia.

1 COMENTÁRIO

  1. Este presidenteco da câmara pensa que está nalguma ditadura sul americana? Ou que é o Trump?
    Como é que é possível fechar uma estrada nacional por mais de 5 HORAS, arruinar o negócio dos cafés e restaurantes vizinhos à EN13 e, mais importante, dificultar senão inviabilizar o socorro aos mais vulneráveis em termos de acessibilidade e mobilidade de ambulâncias e outros veículos prioritários?
    Mas esta palhaçada vai continuar até quando?
    E o presidente da junta de freguesia de Seixas (que vai ficar ISOLADA) não abre a boca só porque é do Pê-Ésse e está com medo do rapazola?
    E a câmara de Cerveira vai nesta conversa? Será também porque não quer conflitos com o camaradinha?
    O que vai acontecer aos veículos pesados que queiram aceder à A28?
    Vão circular pelo meio das localidades a danificar pavimentos e a provocar acidentes?
    Mas está tudo MALUCO???
    Por que razão não fazem este tipo de provas pelo interior?
    Parece estarem a queimar os últimos cartuchos de uma malfadada gestão caótica e irresponsável do município criando um buraco a rondar os 20 Milhões de euros!
    Depois não há dinheiro para apoiar a habitação, as pessoas no pagamento de rendas, os doentes no apoio à acessibilidade às unidades de sáude, etc etc
    Espero bem que em Setembro levem um fumo e desapareçam para bem longe.
    Chega de gente “postiça” ou paraquedistas!

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