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Sexta-feira, 29 Março, 2024
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Caminha à procura do seu futuro

Pensar o futuro de Caminha, um concelho cujo desenvolvimento sustentado urge concretizar, para aproveitar a oportunidade da reconstrução com o dinheiro da “bazuca”, forçando o poder local a uma maior intervenção junto do governo  na exigência da execução da Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi uma das mensagens deixada na nossa terrra ao país, pelo Presidente da República. Para um Portugal inclusivo e que se pretende desenvolvido num todo, dando assim cumprimento ao princípio da coesão territorial defendido pela União Europeia, como factor soberano de desenvolvimento no espaço comunitário europeu.

Marcelo veio para ouvir os jovens, “activistas em várias frentes”, por serem eles “os protagonistas e herdeiros da situação que vier a ser deixada se as oportunidades se perderem”. Frisou a importância do seu papel interventivo para garantir que essas oportunidades não se perdem. Como? “Criticando, contestando, reivindicando, sonhando e querendo lutar por aquilo deve mudar”.

Pôs em cima da mesa e na agenda nacional a mineração da Serra d’Arga, quando disse na Rádio Caminha que acredita que a mesma não vai avançar pela dificuldade de aqui aplicar a lei. Que não é opção investir na protecção ambiental e no desenvolvimento de projectos na área do turismo para todo ano, “mais ou menos apalavrados”, para depois em sentido inverso destruir este ecosistema complexo tão representativo da identidade natural e cultural do Alto Minho. O balde de água fria chegou apenas uns dias depois. O Ministro do Ambiente e Acção Climática, Matos Fernandes, garantiu, aquando de uma  visita a Vila Nova de Gaia, que a Serra d’Arga estará incluída no concurso que o governo quer lançar no final deste ano para a extracção de lítio, excluindo a área incluída na Rede Natura 2000 e que corresponde apenas a “metade do mapa inicial”. A luta vai certamente continuar.

A importância de “estreitar as ligações ente o Minho e a Galiza” na foz do Minho, já cumprida nos municípios de Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço, como ponto de partida de uma “estratégia para o futuro, que não pode ser apenas municipal mas tem de ser mais vasta”, apostando na complementaridade entre as duas margens do rio, pode ser uma das oportunidades para a desejada actividade contínua, reduzindo o efeito sazonal na economia local da aposta no turismo em dois ou três meses de verão.

Mais emprego. Através da criatividade na atracção de empresas ao território, agarrando a possibilidade do trabalho digital, descentralizado, a partir “dos locais mais distintos e remotos”. Perceber os novos critérios para a fixação de indústrias. Criar melhores condições de vida, de “trabalho, de intervenção e participação cívica, de cultura”, são alguns dos factores que podem contribuir para a fixação dos jovens, garantindo-lhes a opção de ficar em alternativa a uma vida profissional nos grandes centros urbanos ou no estrangeiro, se assim o desejarem.

Concordou ainda Marcelo com a relevância de definir para este território um Plano Estratégico de desenvolvimento, com metas concretas, capazes de “aumentar as pontencialidades e aptidões já existentes”, tendo em conta que “Caminha tem uma paisagem protegida, uma localização altamente privilegiada e tem bons vizinhos quer de um lado quer do outro”.

Estes foram alguns dos temas abordados na conversa que o Chefe de Estado manteve em directo na nossa Rádio com três jovens de mérito do concelho de Caminha, para assinalar o “importante  e insubstituível papel” da imprensa regional e das rádios locais na discussão plural dos problemas que afectam directamente a vida local.

A visita, do Presidente que também foi jornalista, trouxe o reconhecimento a 50 anos dedicados à cultura, à comunicação social e à liberdade de imprensa e que deram à nossa terra O Caminhense, a revista Caminiana, a Rádio Caminha e o JornalC-online. Um sonho concretizado de António Guerreiro Cepa, agora menos esquecido, para guardar a memória de Caminha, contar a sua história e dar-lhe uma voz.

Por último, para simbolicamente festejar esta já longa mas livre e extenuante caminhada, cumpre-nos agradecer o todos os que nos trouxeram até aqui: colaboradores, jornalistas, animadores, empresas, instituições, ouvintes, leitores e assinantes. Obrigado a todos. Obrigado Senhor Presidente da República.

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