A partir de hoje e durante pelo menos um mês, a rua de S. João e a Praça Conselheiro Silva Torres, ambas situadas em pleno centro histórico da vila de Caminha, vão estar encerradas ao trânsito e estacionamento, para que a Câmara proceda à substituição das lajes partidas e levantadas naquelas duas artérias. O piso, colocado há apenas três anos (2021), não resistiu à passagem de trânsito pesado que, apesar de proibido, por ali circulou em várias ocasiões, nomeadamente no Carnaval com a passagem de camiões pesados e também do autocarro que transportava os festivaleiros até Vilar de Mouros (em 2022). Erros no projeto e o uso indevido da obra, impediram que a Câmara pudesse acionar a garantia, obrigando o município a assumir as expensas da reparação. Uma vez que o empreiteiro não se responsabiliza pelos erros do município, terão que ser os caminhenses uma vez mais a pagar a obra com os seus impostos e os comerciantes a sofrer com a penalização do Centro Histórico novamente fechado com grande prejuízo para os seus estabelecimentos.
Na reunião de Câmara realizada ontem à tarde e na qual foi aprovada pela maioria socialista uma alteração temporária da postura de trânsito e estacionamento para a execução da referida obra, a Coligação OCP teceu duras críticas ao executivo a quem acusou de estar a destruir o Centro Histórico de Caminha.
Liliana Silva criticou a Câmara por mais uma vez não ter reunido atempadamente com os comerciantes para em conjunto tentarem minimizar os impactos da obra, visto estes serem os mais prejudicados com esta intervenção.
Para além de só ter sido comunicada na véspera, com menos de 24 horas de antecedência, a reunião com os comerciantes realizou-se durante o horário de expediente, o que fez com que apenas 5, em representação de 4 comércios, tenham participado na mesma. Para a Coligação OCP, esta atitude da Câmara demonstra uma grande falta de respeito por quem ali trabalha e luta todos os dias para manter os seus negócios a funcionar.
Isso mesmo referiu a vereadora da oposição Liliana Silva na sua intervenção.
Liliana Silva lembrou ainda que a decisão de avançar com a obra de substituição do lajeado daquelas artérias já tinha sido anunciada há bastante tempo, em julho, e por isso não se percebe porque é que a reunião com os comerciantes foi marcada à pressa e em cima do joelho. Segundo a vereadora, neste momento os comerciantes daquela rua desconhecem o que vai acontecer durante o próximo mês.
A vereadora da Coligação OCP aproveitou o uso da palavra para convidar o executivo a refletir sobre o que está a acontecer ao centro histórico de Caminha, considerando que a Câmara o está “literalmente a destruir”.
Cafés encerrados, lojas a fechar mais cedo, tudo sujo e destruído, má utilização dos espaços, foi este o retrato do centro histórico traçado pela eleita da oposição.
A OCP lamenta que o projeto para a recuperação daquele espaço tenha sido mal feito, que a Câmara não tenha utilizado bem o espaço e que tenham que ser agora os caminhenses e os empresários a “pagarem duplamente” esses erros.
Para a OCP, um mês de obras é muito tempo, pelo que a Câmara deveria ter negociado com o empreiteiro a possibilidade de ela se realizar no menor prazo possível, no máximo 15 dias, “nem que tivessem que trabalhar ao sábado”, disse.
Liliana Silva a exigir mais respeito pelos comerciantes da Rua de São João e Praça Conselheiro Silva Torres, dois locais da vila de Caminha que durante pelo menos um mês vão ter o trânsito e o estacionamento cortado devido à obra de substituição do lajeado do piso.
Liliana Ribeiro, presidente em exercício, não fez qualquer comentário à intervenção da oposição, limitando-se a perguntar se esta já tinha acabado, passando de imediato à votação da proposta.
A proposta foi aprovada com o voto de qualidade da presidente em exercício. A OCP votou contra.
