Benjamim passa pelo Minho na sua mais recente tour “Volta a Portugal em Auto-Rádio” com 33 datas non-stop, com concertos marcados na próxima quinta-feira, 5 de Agosto na Rua Formosa (conhecida pela Rampinha) em Ponte de Lima e no dia seguinte a 6 de Agosto na esplanada do Casino Afifense em Afife, ambos os concertos com inicio às 21h30.
O escritor de canções que passou quatro anos radicado em Londres voltou para Portugal em 2013 para se instalar no coração do Alentejo sem passar pela sua casa partida: Lisboa. Veio para escrever canções novas e revolucionar a sua maneira de olhar para o mundo. Construiu o seu estúdio em Alvito e começou a dar vida às novas canções que enchem o seu novo (e agora primeiro) disco “Auto-Rádio”.
Luís Nunes, nome de baptismo, voltou pela necessidade de escrever na sua língua, reflectir sobre o seu universo específico, falar sobre as pessoas que existem no seu dia-a-dia sem a barreira da linguagem. Benjamim voltou às raízes.
“Auto-Rádio” é um disco feito para que todas as pessoas consigam compreender. Pessoas que não precisem de ser ensinadas numa outra língua porque lhes basta uma, a que falam todos os dias. Acima de tudo, é um disco em busca da identidade que parecia adormecida mais a norte da Europa, em busca das histórias que não existem em mais parte nenhuma do mundo.
Trata-se de organizar as memórias daquele que é um dos filhos do Portugal colonial – o pai veio de Angola depois de 74 – e alia as memórias que lhe foram transmitidas pelos filmes de Super 8 ou pelas longas histórias à mesa, pelo amigo Quinito que passa a vida a falar no dia em que foi enviado para a Guiné para lutar uma guerra que ficava demasiado longe do Alentejo, para falar da crise, do Porto que lhe vem do lado da mãe, do amor, de carros a acelerar pela marginal de uma qualquer cidade e para pôr pessoas a dançar numa quase esquecida vila alentejana e mostrá-lo ao mundo.
“Auto-Rádio” é um disco que vai buscar tanta inspiração ao Duo Ouro Negro, à Lena d’Água, ao Chico, ao Zeca como ao Dylan que lhe encheu a juventude de sonhos de uma terra distante, aos Beatles, aos Beach Boys e a todas as coisas que o fizeram mexer.
Benjamim é um pós-modernista e a sua identidade está espalhada por todo o lado. Este é um disco para viajar de carro, em casa ou em qualquer lado que qualquer pessoa deseje.
Fotografia: Gonçalo Pôla