Há um ano os municípios do Alto Minho acordaram para o pesadelo: uma linha de muito alta tensão estava projectada para atravessar a região, passando por cima de todo o tipo de construções. Nas primeiras semanas, enquanto decorria a avaliação do estudo de impacto ambiental, os protestos foram muitos, mas os dias passaram e, com eles, veio o silêncio das autarquias do Alto Minho, mas também da Rede Eléctrica Nacional.
Oito dos 10 municípios do Alto Minho estão na rota de uma linha de muito Alta Tensão de 400 kilowatts, que vai ligar Vila do Conde a Espanha. Apenas Caminha e Ponte da Barca não serão atravessados por esta linha de electricidade.
Segundo o estudo de impacto ambiental, a construção desta linha em território de oito municípios da região: Monção, Melgaço; Valença; Paredes de Coura; Vila Nova de Cerveira; Viana do Castelo e Ponte de Lima, poderá levar à extinção de aves migratórias no Alto Minho, que serão obrigadas a alterar a sua rota. Os autarcas de Monção chegaram a alertar também para o perigo do desaparecimento do lobo ibérico, uma espécie em vias de extinção que subsiste na região, e para o impacto que esta linha de muito alta tensão poderá ter na saúde das pessoas. É que esta rede eléctrica é a mais potente a passar em território nacional.
Um dos municípios mais afectados é o de Ponte de Lima. Só para a aldeia de Gemieira estão projectadas cinco torres de 75 metros de altura próximas de cerca de duas dezenas de habitações e de um hotel rural.
O presidente da Câmara de Ponte de Lima aguarda há vários meses por uma reunião com responsáveis da Rede Eléctrica Nacional para fazer o ponto de situação do processo, mas Vitor Mendes continua à espera sem informações ou quaisquer novidades do projecto sobre o qual não se sabe nada há quase um ano.