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Terça-feira, 15 Outubro, 2024
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Distrito: Fé e tradição caracterizam a Páscoa no Alto Minho

Do Compasso Pascal à visita das igrejas da cidade, do Lanço da Cruz ao Bife da Páscoa, da Queima do Judas à maior Mesa de Páscoa do país, são muitas as tradições minhotas relacionadas com a Páscoa. A festa mais importante do calendário católico é vivida de forma muito especial pelo alto-minhotos e freguesias há onde as tradições são únicas e muito peculiares.

A Páscoa é um grande momento de fé e de alegria nesta região do país, e atinge o seu expoente máximo com o tradicional compasso pascal que se realiza no domingo e na segunda-feira de Páscoa em todas as vilas e aldeias do Alto Minho.

 

Visita às igrejas leva milhares às ruas da cidade de Viana

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Uma das principais tradições da Páscoa em Viana do Castelo leva até às ruas da cidade milhares de pessoas para a visita a igrejas e capela na quinta-feira santa. Os templos abrem as suas portas por volta das 19 horas e até à meia noite podem ser visitados pelos fiéis que neste dia são convidados a refletir sobre a morte e paixão de Cristo. Ao todo são mais de duas dezenas de templos situados no centro da cidade que fazem parte deste roteiro que movimenta milhares de pessoas. As visitas, de acordo com a tradição, devem ser em número ímpar de templos, uma vez que os principais quadros religiosos alusivos à Páscoa também são compostos por números ímpares, como as três quedas de Cristo a caminho do Calvário ou as cinco chagas. Mais de vinte igrejas fazem parte deste “roteiro” que se inicia logo após a missa da ceia do Senhor que tem lugar na sede do episcopado, a Sé de Viana, e é presidida pelo Bispo da Diocese.

 

Maior Mesa de Páscoa do País em Vila Praia de Âncora

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A Maior Mesa de Páscoa do país é um dos momentos altos da Páscoa no concelho de Caminha. O evento realiza-se em Vila Praia de Âncora no próximo sábado dia 30 de março. A Maior Mesa de Páscoa do País é uma iniciativa que reúne empresários locais numa extensa mesa onde expõem e vendem doçaria típica da Páscoa, mas também vinhos e artesanato. O certame, organizado pelo Movimento de Empresários do Concelho de Caminha, com o apoio da Câmara, Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora e arciprestado de Caminha, vai decorrer entre as 10:00 e as 18:00, nas ruas 31 de Janeiro e 5 de Outubro. Estabelecimentos comerciais, produtores e associações do concelho, são chamadas a participar no evento que é já uma referencia a nível nacional e que de ano para ano tem vindo a crescer exponencialmente.

“Queima de Judas” em Vila Nova de Cerveira

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A “Queima de Judas” é uma festa popular que tem lugar no sábado de Aleluia que antecede a Páscoa, na qual se recupera o ritual pagão da morte do ano velho e da chegada da primavera. Nesta representação de pendor judaico-cristão, condena-se Judas, o traidor, e festeja-se a ressurreição de Jesus Cristo. A “Queima de Judas” de Cerveira tornou-se, após várias edições com sucesso, no maior espetáculo de teatro comunitário do Vale do Minho, durante a Semana Santa. Muita coisa pode acontecer durante a representação, mas uma coisa é certa… Judas é condenado à fogueira! Antes da sua morte, e lido o seu testamento, no qual é deixado ao concelho e ao país, um conjunto de conselhos e criticas. O evento atrai à vila cerveirense milhares de pessoas.

“Bife da Páscoa” é só para homens

 

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Em Cardielos, uma freguesia de Viana do Castelo, centenas de homens sentam-se à mesa no sábado de Aleluia para comerem o tradicional Bife da Páscoa. Depois do jejum pascal, os homens, e só os homens, honram assim uma tradição nascida há mais de meio século. A tradição do “Bife da Páscoa” começou em Viana do Castelo, na lendária, mas já extinta, Pensão Restaurante Rio Lima, cujo proprietário e mestre de cozinha, Américo Correia, reunia um pequeno número de convivas para degustar a melhor carne dos talhos da cidade, exposta sexta-feira santa à porta dos estabelecimentos.

 Mesa dos 3 abades reúne párocos de 3 freguesias

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Cumprindo uma tradição antiga, os compassos pascais de Vila de Punhe, Barroselas e Mujães, três freguesias de Viana do Castelo, encontram-se na segunda-feira de Páscoa na Mesa dos Três Abades, situada no Largo das Neves. A Mesa dos Três Abades terá sido construída no início do século XVII, numa iniciativa dos párocos das três freguesias da margem esquerda do rio Lima, para assinalar o fim das discórdias em relação aos limites das freguesias. Chegados à Mesa dos 3 Abades, os párocos ou os seus substitutos sentam-se nos três bancos, mas para que a tradição se cumpra cada um é “obrigado” a ocupar o que está situado no território da freguesia que representa. Depois de instalados nos seus devidos lugares, os párocos trocam cumprimentos, petiscam uns doces de Páscoa e brindam com um cálice de vinho do Porto, após o que os compassos retomam a sua marcha, cada qual pela sua freguesia.

“Lanço da Cruz” é uma tradição única em Valença  

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A Páscoa em Valença tem uma tradição única, a do Lanço da Cruz, um ato que mostra a relação de amizade entre os povos das duas margens.

Esta tradicional romaria galaico-minhota decorre sempre na segunda-feira imediata ao fim de semana da Páscoa.

Ao entardecer, depois da visita pascal, à freguesia de Cristelo-Côvo (Valença), o pároco, devidamente paramentado e com uma cruz ornamentada, entra num barco e dirige-se até à margem espanhola onde dá a cruz a beijar aos paroquianos da outra margem. Durante esse período são lançadas, pelos pescadores de Cristelo-Côvo, as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance é para o pároco. Entretanto com o pároco português, regressa no barco o pároco da paróquia galega de Sobrado – Torron, concelho de Tui (Galiza), dando a cruz a beijar aos peregrinos que aguardam junto ao rio, na margem portuguesa.

Várias embarcações portuguesas e galegas acompanham este compasso pascal nas águas do Minho.

Até à noite os sons das gaitas de foles misturam-se com os das concertinas, das castanholas, o rufar dos bombos e tambores numa autêntica romaria galaico-minhota. Merece especial referência a missa para os peregrinos da Galiza, celebrada em galego, por um padre galego, às 10h00 (hora portuguesa). Neste dia também, por tradição, os peregrinos desfrutam dos seus merendeiros nas sombras do parque comendo, sobretudo, o que sobrou do carneiro ou cabrito da Páscoa. A tradição do Lanço da Cruz é uma manifestação religiosa e popular muito acarinhada pelas populações da raia minhota que ano após ano atrai um maior número de populares e turistas.

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