Nasceu em Ponte de Lima mas aos 15 anos decidiu abandonar a casa dos pais para ir viver sozinho para Vila Nova de Cerveira. O objectivo foi frequentar o curso de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade, que a ETAP, Escola Profissional estava a lançar. Sem grande vontade para ingressar numa faculdade e frequentar um curso superior, Maurício Pereira optou por um curso profissional que cedo o pusesse em contacto com o mundo do trabalho.
“Todo o meu percurso começou por aí. Em 2005 estava em Ponte de Lima e tive de me mudar para Vila Nova de Cerveira onde fi z todo o meu percurso normal académico. Felizmente encontrei uma área que me cativou”.
Para além do percurso académico normal, o jovem estudante foi-se rodeando de uma série de entidades ligadas ao meio que o ajudaram mais tarde a consolidar o seu projecto de empresa.
“Foram projectos em que colaborei como estagiário mas que no fundo determinaram o meu percurso profissional. Foi o meu primeiro passo para começar a trabalhar em projectos ligados à multimédia e assessoria. A partir daí comecei a criar a minha lista de contactos, a conhecer pessoas do meio, a interpretar o mercado. Foi sem dúvida uma grande porta de lançamento”.
Daí para a frente, explica Maurício Pereira, “as coisas foram acontecendo naturalmente. Foram-se abrindo portas: trabalhei com o jornal Falcão do Minho, TV Viana, Minho Atual TV, Mais Atual e Porto Canal, com algumas autarquias e com o IPVC”.
Ainda como estudante, avança para um estágio em Inglaterra, perto de Londres ligado à vertente das relações públicas e da comunicação. De regresso a Vila Nova de Cerveira e já na reta final do curso, Maurício Pereira teve que apresentar um projeto final, “uma espécie de tese” que acabaria por dar origem à sua empresa, a “Mediaviv”.
“A ideia era não ficar apenas pela organização de um colóquio, um congresso, ou algo que durasse apenas um dia. Eu queria alguma coisa que me desse que fazer e que eu gostasse de fazer”.
É então que surge, quase por brincadeira e de uma forma muito académica, não a marca propriamente dita mas o conceito.
“A partir daí comecei a implementar uma série de ideias no mercado sendo que, o meu grande salto em termos profissionais, aconteceu com o estágio de final de curso que fiz no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, instituição com quem ainda hoje mantenho relações profissionais”.
Terminado o curso em 2008, Maurício Pereira continua a estabelecer contactos e parcerias com diversas entidades para quem desenvolve projectos, nomeadamente o IPVC.
“Com o avançar do tempo e com o surgimento de algumas oportunidades por parte de vários clientes, cheguei à conclusão que sozinho não iria conseguir dar resposta e foi então que decidi juntar um grupo de trabalho e avançar para algo um pouco maior”.
É assim que surge a Mediaviv, uma empresa de produção de serviços multimédia.
“O que é que isto quer dizer? Quer dizer que tudo aquilo que seja necessidade de uma empresa, seja ela pública ou privada, para se auto-promover, nós temos capacidade de resposta nos diferentes suportes. Estamos a falar em sectores como a fotografia, o vídeo e até assessoria empresarial. Imagine uma empresa que se está a lançar no mercado e que precisa de criar a sua estrutura não só enquanto empresa, mas também enquanto presença no local onde se vai instalar. Essa empresa pode precisar de um vídeo profissional ou criar um evento de lançamento de uma marca ou de um produto, tirar fotografias dos seus produtos, etc., nós fazemos. Nós tentamos acima de tudo ser a chave e a resposta para qualquer entidade que necessite de um serviço de multimédia”.
A colaborar com o Jornal “A Bola”, a Mediaviv está a desenvolver uma série de conteúdos para o canal que aquele jornal possui na cabo.
“Neste momento estamos a fazer, com as nossas equipas, as filmagens de conteúdos e produção de programas que estão a ser emitidos pelo canal”.
Com apenas 23 anos, Maurício Pereira começou sozinho mas, actualmente, a sua “micro-empresa” como faz questão de lhe chamar, já emprega mais 3 pessoas.
“Para além de mim trabalham na empresa mais três pessoas que fazem serviços em diversos locais. Para além destas pessoas temos cerca de uma dezena de colaboradores que nos prestam serviços sempre que se justifica. Isso acontece principalmente no Verão quando a oferta cultural é maior. Nessas alturas há mais trabalho e temos que recorrer aos serviços dos nossos colaboradores”.
Projectos para o futuro o jovem empresário diz que tem muitos.
“Seria preocupante se com esta idade já não tivesse projectos, ainda tenho um longo percurso à minha frente. Gostávamos, e um dia vamos avançar com isso, de fazer algumas produções próprias. Temos alguns projetos na gaveta que queremos pegar. Queremos aumentar a nossa presença nos media nacionais, nomeadamente em televisão, e vamos apostar forte nesse sentido. Finalmente também queremos, porque acho que é importante, aumentar a nossa presença no nosso meio. Acho que é importante conquistar o meio em que vivemos porque no fundo foi aqui que nascemos e foi esta região que nos ajudou a crescer”.
Optimista por natureza, Maurício Pereira, quer continuar a crescer mas para que isso aconteça o empresário diz que “não podemos ficar em casa à espera que o telefone toque e que as coisas aconteçam por si só. Temos que trabalhar e fazer por isso”, atira.
Tal como na maioria das empresas do país, a crise também se faz sentir na Mediaviv, no entanto o empresário diz que se podem tirar lições dos momentos mais difíceis.
“A crise também nos afectou e continua a afectar porque ao diminuir o poder de compra diminui a procura. Por outro lado sinto que esta crise também nos ajudou a crescer e a olhar para as coisas de outra forma. No fundo acho que se perderam algumas oportunidades mas criaram-se outras. Acho que esta crise também nos ajudou a aumentar sinergias empresariais que de outra forma nunca aconteceriam. Quer isto dizer que deixamos de as ver como concorrentes, para as passarmos a ver como parceiras de negócio”.
Para Maurício Pereira outro aspecto interessante desta crise é que “ela veio obrigar as pessoas a serem mais criativas e a trabalharem mais e melhor. Obriga-nos a dar a volta, a procurar outras soluções, a nos adaptarmos a outras situações. Isto faz parte do crescimento porque nos ajuda a evoluir enquanto pessoas e enquanto profissionais”.
Para além da empresa Mediaviv, o jovem empresário lembra um outro projecto que criou e que, segundo o próprio afirma, ajudou a crescer a mesma.
“Refiro-me concretamente à Vivacena, a menina dos nossos olhos, que durante anos se tem dedicado à divulgação, através da fotografia e vídeo, da agenda nocturna. Estamos a falar de um projecto que nos tem dado muitas alegrias e por isso é justo que façamos aqui uma referência a essa marca e aos clientes que nos têm acompanhado”.
Satisfeito com as suas escolhas, Maurício Pereira acredita que a chave do sucesso está na capacidade que cada um de nós tem para escolher as pessoas certas.
“Nesse aspeto acho que tive muita sorte. Conheci as pessoas certas que sempre me apoiaram”.