Para assinalar o 49º aniversário da revolução de abril, a Assembleia Municipal reuniu ontem em sessão solene no Teatro Valadares em Caminha.
Todas as forças políticas com representação naquele órgão usaram da palavra para assinalar este marco histórico que em 1974 mudou a vida dos portugueses.
Liliana Silva, da Coligação O Concelho em Primeiro, centrou o seu discurso no presente e no papel que cada um tem na persecução dos valores de Abril e também no passado.
Com recurso ao Jornal C – O Caminhense, o único jornal em papel que existe no concelho, e a quem agradeceu a disponibilidade da consulta do arquivo, a vereadora retratou o concelho de Caminha antes e até abril de 1974, fazendo uma analogia com os dias de hoje.
“Deixo desde já o meu agradecimento ao jornal Caminhense por me terem permitido ler os jornais do arquivo, cujas folhas já amareladas traçam a história do concelho com factos, num verdadeiro exercício de liberdade. Naquele caso, de liberdade de imprensa e de expressão que vingou até aos dias de hoje.”
Liliana Silva criticou a instalação de um parque eólico offshore na costa entre Viana do Castelo e Caminha sem auscultar a opinião dos pescadores. Segundo a autarca, este projeto vai ditar o fim da atividade piscatória no concelho.
Criticou a entrega – uma vez mais sem ouvir a população – da água e de todas as infraestruturas do município a uma empresa privada de forma gratuita e sem benefícios para os consumidores e para o concelho.
A vereadora evocou novamente o Jornal C – O Caminhense para frisar que em 1972 já havia o sonho de uma ponte em Caminha, uma travessia que Liliana Silva continua a defender nos dias de hoje.
Criticou ainda o atraso na implementação do programa 1ª Direito Habitação Social em Caminha, que já está a ser desenvolvido nos outros concelhos do distrito.
O estado atual do Serviço Nacional de Saúde foi outro dos assuntos evocados por Liliana Silva, que questionou se”há ou não gente a dormir com mantas à porta do centro de saúde de Caminha? Há ou não ainda pessoas sem médico de família, um direito consagrado na constituição e pilar básico do Serviço nacional de saúde? No país são mais de 1,6 milhões.”
Referindo-se aos apoios à ação social, que agora passaram a ser feitos pelos municípios, a vereadora denunciou ainda o que considera ser um retrocesso social em enorme escala, ao “deixarmos de ter um estado social, para termos eleitoralismo social, promovido por este Governo em funções.”
Confira o discurso de Liliana Silva na íntegra.