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Vilar de Mouros: Donativos para as obras da Casa Paroquial dividem pároco e paroquianos

Um Grupo de Vilarmourenses constituído por residentes daquela freguesia e doadores paroquianos, veio hoje a público, através de um comunicado enviado às redações, denunciar e manifestar descontentamento relativamente aquilo que consideram ser a “conduta autoritária” do pároco daquela freguesia, Padre Manuel Pinto.

Segundo explicam no comunicado, em causa está o destino dado aos donativos paroquiais, no valor de 55 mil euros, dinheiro esse que até 26 de fevereiro se encontrava numa conta da Fábrica da Igreja de Vilar de Mouros, tendo sido entretanto retirado.

Na presente data continua incerto o destino final destes donativos e as explicações do padre Manuel Pinto insuficientes e pouco claras”, acusam.

Este grupo de vilarmourenses exige que seja feita uma comunicação escrita por parte do pároco de Vilar de Mouros, “afixada na porta da igreja, sobre o destino final dos donativos paroquiais, bem como, sobre a atual localização e utilização do dinheiro”, referem.

Este grupo de cidadãos acusa ainda o padre Manuel Pinto de conduta “pouco católica” e “pouco transparente” desde a sua chegada a Vilar de Mouros em Janeiro de 2020 e explicam porquê:

Em Janeiro de 2020 o Padre Manuel Pinto solicita à Fabriqueira de Vilar de Mouros um adiantamento de 5 000 Euros para assegurar o seu ordenado de Padre até Maio de 2020, alegando que as paróquias de Seixas e Lanhelas não possuíam dinheiro suficiente para lhe garantir a subsistência. Os 5 000 Euros (1000 Euros por mês) seriam então proporcionalmente repostos na conta, à medida que as outras paróquias fossem conseguindo pagar a parte delas. A Fabriqueira de Vilar de Mouros aceitou ajudar o Padre Manuel Pinto.

Segue-se a polémica sobre a recuperação da Casa Paroquial de Vilar de Mouros, tornada pública em Junho de 2020 por um jornal local”.

Numa decisão que este grupo de paroquianos considera “unilateral” sem consulta do povo, “o Padre Manuel Pinto decidiu por sua exclusiva vontade que não iria avançar com a recuperação da Casa Paroquial de Vilar de Mouros, apesar do projeto possuir dinheiro, autorizações e licenças para prosseguir de forma legal.

E para alcançar o seu objetivo assumiu uma atitude déspota junto dos membros da Fabriqueira de Vilar de Mouros (que acabaram por se demitir) e junto da empresa coordenadora da empreitada – Sole Atelier, Lda colocando uma série de entraves (sem a mínima vontade de cooperar) alegando, finalmente, que o Bispo de Viana do Castelo “não recomenda” a execução da obra, conforme referiu em declarações a um jornal local”.

Este grupo de Vilarmourenses defende que o dinheiro (55 mil euros) que se encontrava na conta seja aplicado na recuperação da casa paroquial, uma obra iniciada pelo anterior pároco, Padre Ricardo Esteves.

Queremos que o dinheiro existente na conta da Fabriqueira seja aplicado na recuperação da Casa Paroquial de Vilar de Mouros pois foi essa a intenção inicial dos donativos e o acordo estabelecido com os doadores. Nesta obra já foram investidos cerca de 82 000 Euros. Se a Diocese de Viana apoia a decisão deste pároco de não concluir a obra, o que vai acontecer ao investimento que já foi feito?

É dinheiro perdido?.

Com a obra parada e a demissão dos membros da Fabriqueira de Vilar de Mouros os 55 000 Euros ficaram “trancados” numa conta bancária da Caixa Geral de Depósitos à espera que fosse constituída uma nova Comissão Económica da Fabriqueira.

Assim ficou combinado entre o Padre Manuel Pinto e os membros demissionários”.

Mas segundo este grupo de residentes e paroquianos vilarmourenses não foi isso que aconteceu e as explicações dadas pelo pároco na missa de domingo, dia 2 de agosto, não convenceram.

Na missa celebrada em Vilar de Mouros no passado Domingo dia 02/08/2020, os paroquianos vilarmourenses ouviram um estranho sermão no final da cerimónia:

“Tenho estado a pagar do meu próprio bolso as despesas desta paróquia (…)” e com este motivo o Padre Manuel Pinto justificou a movimentação antecipada dos 55 000 Euros trancados na conta bancária da Caixa Geral de Depósitos para outra conta bancária criada no banco Santander Totta, no nome dele e de Anabela de Jesus Vau (ajudante da Sacristia), até que se constituísse nova Fabriqueira.

Alegou que para fazer esta movimentação conseguiu uma autorização, mas não conseguimos perceber de quem porque nesse momento comeu as palavras.

Disse também que existem agora duas contas, a da CGD e a do Santander Totta e que o dinheiro vai ser distribuído pelas duas contas, embora não tenhamos conseguido perceber muito bem “como”, já que o discurso se tornou confuso.

Disse também que se descobriu uma terceira conta bancária na CGD referente a um excedente de dinheiro da Festa da Senhora da Peneda e que agregou esse dinheiro à conta da paróquia.

Qual? Não conseguimos perceber muito bem. Informou que a missa de Domingo vai passar para Sábados às 18h e que se vai afastar por uns tempos devido ao recente falecimento do seu pai, assim que se encontre um padre substituto. “Estou sem forças” disse”.

Antes de se despedir diz este grupo de Vilarmourenses que o Padre Manuel Pinto deixou no ar “uma estranha acusação”:

“Sei que andaram a tentar descobrir quem movimentou as contas da Fabriqueira e isso é uma tentativa de violação do sigilo bancário, podiam me ter perguntado a mim (…) o que fizeram é crime”.

Não conseguimos perceber quem cometeu o “crime” porque não foram mencionados nomes, mas apesar do tom de voz acusatório do Padre Manuel Pinto ficámos descansados por saber que não iríamos todos arder no inferno, já que as suas últimas palavras deste sermão foram “Deus não nos abandonará…”.

– É sabido que aos padres lhes é concedido o poder de administrar os donativos da paróquia em prol dos desígnios de Deus e do bem da comunidade onde são sacerdotes, mas se deixarem de existir seguidores e donativos para a Igreja Católica devido à má conduta dos seus párocos o que fica em risco são os interesses desta Instituição, porque uma comunidade jamais ficará privada da sua fé, nem da liberdade de manter as suas tradições”, atiram.

E enquanto o Padre Manuel Pinto mantiver uma postura autoritária com ações duvidosas, humilhando quem serviu a Igreja por 30 anos de forma voluntária e apontando o dedo a todos menos a si próprio, pode fazer e dizer o que quiser, mas da maioria Vilarmourense não espere nem simpatia, nem mais um tostão!”, remata o comunicado.

 

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