Uma empresa de reparação e comércio de automóveis, instalada na zona industrial de Neiva, em Viana do Castelo, está a investir um milhão de euros num centro de colisão que criará 10 novos postos de trabalho.
Em declarações à agência Lusa, um dos administradores da Auto Valverde, Nuno Rodrigues, adiantou hoje que a empreitada de construção do pavilhão industrial com cerca de 2.000 metros quadrados de área coberta, destinado à reparação de carroçarias já foi iniciada, num investimento de um milhão de euros.
A unidade será dotada de “equipamentos e tecnologia da mais recente para intervenção em veículos, na vertente da reparação de carroçarias”.
O “centro de colisão estará concluído na primavera de 2022, prevendo-se para junho ou julho o início de laboração”, disse, acrescentando tratar-se de “um polo só para trabalhar o que habitualmente se designa de bate-chapa e pintura”.
A médio prazo, “prevemos a criação de 10 novos postos de trabalho”, adiantou Nuno Rodrigues, justificando a ampliação do negócio com a “necessidade da empresa em aumentar a sua capacidade produtiva, atualmente, quase no limite”.
O administrador, que falava à agência Lusa a propósito da apresentação pública do novo investimento, garantiu que “a quase totalidade dos trabalhadores são recrutados no concelho”.
Em 2016, a “pequena oficina familiar” fundada há 35 anos e que empregava quatro pessoas deixou as instalações na aldeia de Vila Fria e mudou-se para um pavilhão industrial, na zona industrial de Neiva, com 2.500 metros quadrados, num investimento de 650 mil euros que hoje emprega 14 trabalhadores.
“Depois deste percurso de crescimento, a empresa procura ser uma referência no seu setor. Tem sido nesse sentido que se tem vindo a tornar cada vez mais necessário o alargamento de toda a estrutura produtiva, visando aumentar a nossa capacidade e dar respostas às exigências que cada vez mais o setor automóvel nos apresenta”, afirmou o responsável que desde 2000, juntamente com o irmão, gere a Auto Valverde.
Nuno Rodrigues explicou que, “mesmo apesar do contexto económico difícil” causado pela pandemia de covid-19, “este é o momento ideal para a criação da nova unidade que funcionará como um polo exclusivo para a área de reparação e manutenção de carroçarias”.
“Vivemos um momento determinante na evolução da indústria automóvel a nível mundial que nos obriga a acompanhar todo o paradigma da mudança tecnológica associada à eletrificação dos veículos”, especificou.
O novo investimento pretende “agregar num único espaço uma oferta de serviços que abranja a totalidade das atividades associadas à manutenção e reparação automóvel”.
“Acreditamos ser um fator diferenciador face a muitas das empresas que atuam nesta área de negócio. Procuramos ainda especializar e qualificar recursos humanos cada vez mais escassos nesta área, tendo em vista, a médio prazo, a exportação deste tipo de serviços para países, nomeadamente do norte da Europa”, acrescentou.
Fundada em 1986, por Joaquim Rodrigues, pai dos dois atuais administradores, a pequena oficina familiar de reparação e manutenção automóvel faturava, em média, por ano, cerca de 200 mil euros.
Atualmente, com a expansão do negócio a novas áreas, como o comércio e aluguer de viaturas e a intermediação de crédito automóvel, o volume de faturação ronda os 1,5 milhões de euros, por ano.
O investimento hoje apresentado é apoiado pelo Regime Municipal de Incentivos, criado em 2010, e que prevê reduções e isenções de taxas para investidores de empreendimentos turísticos e acolhimento empresarial, atividades económicas relacionadas com as fileiras da agricultura e floresta de base regional, regeneração urbana e modernização de espaços comerciais e espaços de restauração e bebidas.
As medidas visam assegurar aos investidores mecanismos e políticas impulsionadoras de desenvolvimento em atividades relacionadas com produtos endógenos, reabilitação e imobiliário.