Os apicultores do Alto Minho estão preocupados com a proliferação da vespa asiática na região sem que o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas tenha delineado qualquer plano de acção para combater aquela invasora, que é um predador da abelha.
Há cerca de três anos que a vespa asiática foi detectada em território nacional, depois de ter atacado colmeias um pouco por toda a Europa. O problema era já conhecido quando chegou a Portugal, mas as entidades com tutela sobre a questão não puseram em marcha qualquer plano de contenção e ataque, apesar dos sucessivos alertas de entidades como a APIMIL, a associação de Apicultores de Entre Minho e Lima.
Alberto Dias, presidente da APIMIL, lembra que a associação e outras entidades da região ainda tentaram agir a expensas próprias, combatendo a proliferação de ninhos de vespa asiática no Alto Minho, mas os elevados custos do combate fizeram-nas desistir.
Cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, por indicação da Comissão Europeia, traçar um plano de acção e custear uma intervenção de combate, mas, até ao momento, os apicultores não receberam qualquer feedback daquela entidade, por mais alertas que tenham lançado.
Entretanto, a vespa asiática continua a proliferar no Alto Minho. Só no ano passado apenas no concelho de Viana do Castelo foram detectados 240 ninhos.
A APIMIL tinha traçado um plano para o aumento da produção de mel no Alto Minho, tornando o sector num dos mais dinâmicos da economia local, mas a proliferação de predadores como a vespa asiática, sem qualquer tipo de controlo, deixa os responsáveis daquela associação, como é o caso de Alberto Dias, a temer o pior e a calcular uma quebra de produção nos próximos anos.