A antiga Escola Primária de Vilarinho torna-se, a partir de amanhã, quarta-feira, a casa do Etnográfico de Vila Praia de Âncora. O investimento da Câmara na remodelação e ampliação do edifício cumpre um sonho antigo da associação cultural e concretiza a promessa feita pelo presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, por ocasião do 40º aniversário do grupo.
A cerimónia está marcada para as 11h00, mas, devido às contingências da Covid-19, não poderá ser vivida e partilhada como gostaríamos. Para ultrapassar esta limitação, e proporcionar a todos quantos o desejem participar na medida do possível na ocasião, a Câmara fará a transmissão em direto, em streaming, na página de Facebook do Município. Esta é também uma forma de incluir do evento as comunidades emigrantes, com fortes raízes na Vila e que muito prezam as suas associações e, no caso, Etnográfico de Vila Praia de Âncora.
A realização de obras profundas na Antiga Escola Primária de Vilarinho, valor global final de € 162.644,00+IVA, permitiu criar as melhores condições para a sua conversão na Casa do Etnográfico de Vila Praia de Âncora. A reabilitação conseguiu recuperar o edificado à sua traça original e dotar o edifício das condições básicas para servir de apoio, com conforto e dignidade, às atividades desenvolvidas pelo grupo.
A recuperação desta velha escola, uma peça do património do concelho, visou ainda vocacionar o edifício à dinamização e suporte das ações culturais, por forma a garantir que as comunidades locais passem igualmente a dispor deste património recuperado e valorizado.
Procedeu-se à recuperação integral da edificação, com o seu desenho original e ao restauro das fachadas à traça primitiva, sendo que, para um novo volume foi adotada uma solução “silenciosa“ (na gíria técnica), associando-o à fachada posterior pré-existente.
A organização funcional do edifício parte da entrada principal; no volume pré-existente desenvolve-se o espaço de ensaios, ligado a uma pequena copa e espaço de convívio, e na área ampliada fica a sala de direção, instalações sanitárias com balneários e espaços diferenciados para arrumos.
Com a entrega do edifício ao Etnográfico de Vila Praia de Âncora concretiza-se a “surpresa” da Câmara Municipal, anunciada por Miguel Alves, na gala de encerramento das comemorações dos 40 anos, altura em que foi divulgada a primeira imagem da futura “sede”.
ETNOGRÁFICO DE VILA PRAIA DE ÂNCORA
Fundação: 22 de março de 1976
Região Etnográfica: Alto Minho (Litoral)
Danças Tradicionais: os Viras, as Gotas, a Tirana, a Rosinha e Rusga
Trajes: Trajes Domingueiros, de Cotio e de Festa
Usos e Costumes: Cantar de Reis e Janeiras, Páscoa e Pascoela, Cantos Populares, Romarias
Representações Nacionais: Norte a Sul do País e Arquipélago da Madeira
Representações Internacionais: Espanha, França, Itália, Suíça, Holanda, Bélgica, Alemanha, Hungria, Áustria, Jugoslávia e Andorra.
O Etnográfico de Vila Praia de Âncora fundado em 1976 procura ser uma mostra etnográfica das tradições das gentes das terras do Vale do Âncora e da vertente poente da Serra D’Arga.
No colorido e na variedade dos seus trajes de trabalho ou de cotio, Domingueiros ou de Festa (traje à Lavradeira, Noivos e Mordomas e Traje de Morgada) e nas voltas do Vira, da Gota, da Tirana e da Rosinha, o Etnográfico apresenta o Alto Minho Litoral, com nítida influência do folclore da Serra d’Arga.
Desde 1989, é reconhecido como Instituição de Utilidade Pública e detém, entre vários prémios e condecorações internacionais e nacionais, a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Caminha.
Do seu reportório fazem parte os Viras, Gotas, Chula, Rosinha, Rusga, Tirana, bem como músicas e canções do cancioneiro alto minhoto e locais.