“…Al andar se hace camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar
Caminante no hay camino,
sino estelas en la mar…”
António Machado Ruiz, Cantares
Um Caminho para Caminha
6. Infraestruturas – Priorizar, Recuperar, Organizar
a. Viárias, Ferroviárias, Fluviais e Marítimas
Nas infraestruturas que são propriedade da Câmara Municipal, por ela administradas ou que são de domínio público, em ano de eleições, concentram-se à pressa todas as promessas, reparações, remendos, pinturas, arranjos e apoios.
É como se de 4 em 4 anos, houvesse uma visita Arcebispal a fazer com que tudo que seja comissão de festas ou fabriqueira, tenha que ter tudo a brilhar.
As juntas de Freguesia, fazem o mesmo que a Câmara e toca todos a mostrar serviço neste ano, quando nem as intempéries de há 2 anos, fizeram repensar e planear a manutenção preventiva, as limpezas atempadas e regulares, a renovação programada.
Fazer em meia dúzia de meses o que não foi feito em 3 anos e meio, só pode resultar em custos acrescidos, improvisação, erros e; como tudo o que se faz sem dar tempo ao tempo, poderá ter boa aparência, mas no primeiro Inverno se verá a qualidade.
Para rentabilizar os serviços e funcionários que trabalham na Câmara municipal e nas juntas de freguesia, para minimizar as contratações à pressa e sem concursos, para fazer trabalhos duradouros e de qualidade, é necessário saber fazer planos e organizar atividades para os cumprir.
É necessário inventariar tudo o que tem que ser feito: à semana, ao mês, ao trimestre, ao semestre, anualmente, cada 2 anos, cada 4 anos.
É necessário atribuir os recursos (materiais e humanos) para cumprir tais tarefas e saber programar: Se pintar as marcações das estradas municipais precisa ser feito em 4 anos, é só dividir por 4 a totalidade dos km das mesmas e fazer anualmente 1/4.
Será assim tão difícil?
-Das duas uma, ou há falta de competência ou há falta de vontade, ou ambas. Parece sempre mais fácil queixarem-se, culpar terceiros e alimentar a nostalgia do PREC.
Enquanto o Ferry Boat está cada vez mais encalhado, o centro de transportes mais degradado, os contentores azuis a apodrecer, os pedregulhos da passagem de nível de coura de seixas já a ganhar raízes e vegetação, tapem-se uns buracos, pintem-se uns muros, limpem-se umas valetas, para passar a procissão.
Carlos Novais de Araújo
30 de Março de 2025